Inseto é fotografado comendo filhote de tartaruga no Japão
Uma barata d'água foi fotografada comendo um filhote de tartaruga no Japão, no que foi considerada uma inversão pouco comum de papéis predatórios.
Grandes insetos da subfamíliaLethocerinae são conhecidos por caçar pequenos vertebrados, incluindo peixes e sapos. Mas uma espécie particular já era conhecida por comer filhotes de cobras – e, agora, ficou comprovado que se alimenta até de tartarugas.
O pesquisador Shin-ya Ohba registrou o comportamento pouco comum durante uma coleta de amostras durante a noite na província de Hyogo, no centro-sul do Japão.
Em um texto publicado na revista científica Entomological Science, Ohba descreve a sua observação de um Kirkaldyia deyrolli comendo um filhote de tartaruga em um fosso próximo a uma plantação de arroz.
Usando as suas patas dianteiras, a barata d'água agarrou a tartaruga, enfiando o seu bico semelhante a uma seringa no pescoço da presa para poder se alimentar.
Anteriormente, Ohba já havia fotografado estes insetos comendo cobras.
"Todo mundo pensa que os insetos da subfamília Lethocerinae vivem de peixes e sapos. Embora comer tartarugas e cobras seja raro em condições naturais, (esta evidência) surpreende os naturalistas (por mostrar) hábitos alimentares vorazes", diz.
Espécie ameaçada
Os Kirkaldyia deyrolli são nativos do Japão, onde são encontrados vivendo em plantações de arroz, se alimentando principalmente de pequenos peixes e sapos.
A espécie é considerada ameaçada pela Agência Ambiental Japonesa depois de reduções significativas em sua população nos últimos 40 anos, supostamente devido à perda de habitat e à poluição da água.
As baratas d'água são os maiores exemplares dos insetos da ordemHemiptera. Os integrantes da subfamília Lethocerinae são encontrados em lagoas de água fresca, lagos e córregos de baixa velocidade, além de rios nas Américas do Norte e do Sul e no leste da Ásia.
Algumas espécies do gênero Lethocerus podem atingir até 15 cm de comprimento, têm hábitos noturnos e podem voar, aproveitando a luz da lua cheia para migrar. Ocasionalmente, estes insetos picam seres humanos.