domingo, 7 de agosto de 2011

IPT conclui levantamento geofísico nos lagos do Parque do Ibirapuera e Aclimação

Foram utilizados os perfiladores do tipo Chirp Low Frequency e Chirp High Frequency
Fonte: IPT


Pesquisadores do Laboratório de Riscos Ambientais do IPT iniciaram em março de 2011 um estudo que dará subsídios para o projeto de revitalização dos lagos do parque do Ibirapuera e Aclimação, na cidade de São Paulo. O IPT é a única instituição no país capaz de avaliar simultaneamente a espessura das camadas sedimentares depositadas no fundo dos lagos com três fontes acústicas diferentes. “Estamos contribuindo para a melhoria do ambiente urbano da cidade”, afirma Luiz Antonio Pereira Souza, pesquisador responsável pelo estudo no IPT.


Esse conjunto de equipamentos coloca hoje o IPT numa posição diferenciada no mercado, pois permite identificar, com rapidez e segurança, soluções aos problemas geológicos e geotécnicos ainda na fase de planejamento de uma obra subaquática, seja ela em lagos urbanos, rios, reservatórios ou áreas portuárias.




Foram utilizados os perfiladores do tipo Chirp Low Frequency e Chirp High Frequency


São utilizadas técnicas para o levantamento geofísico nos lagos, com instrumentos modernos de última geração. A geofísica permite a varredura de grandes extensões subaquáticas, por meio de equipamentos emissores de ondas acústicas instalados nas embarcações. Todas as informações obtidas são georreferenciadas com precisão centimétrica (DGPS, uma estrutura que acrescenta maior precisão aos dados coletados por receptores GPS a partir de uma correção diferencial, em tempo real).


Para o mapeamento da espessura da coluna d’água foi adotada a ecobatimetria de dupla frequência (38/200khz), clássico método acústico que mede a profundidade do lago ao longo da linha de navegação. O sonar de varredura lateral, conhecido como ‘peixinho’, modelo Klein 3000, fotografa o fundo do lago e gera imagens que podem variar de poucos a dezenas de metros , possibilitando a visualização de interferências de toda ordem, como estruturas de concreto antigas, tubulações, além de permitir a caracterização geológica do fundo do lago, definindo as áreas de ocorrência de areias, lamas e cascalhos. A técnica foi utilizada no Lago do Taboão, em Bragança Paulista, e envolveu o diagnóstico dos processos erosivos e do nível atual de assoreamento do lago.


O sonar de varredura lateral, conhecido como ‘peixinho’, modelo Klein 3000, fotografa o fundo do lago e gera imagens que podem variar de poucos a dezenas de metros


Para medir a espessura da camada de assoreamento depositada no fundo do lago, está sendo utilizada a perfilagem sísmica contínua – as fontes acústicas são arrastadas pelo barco na superfície da água – e, à medida que o barco se desloca, é possível observar a espessura de sedimentos depositados. “Os sinais acústicos de baixa frequência emitidos pelo perfilador atravessam a coluna d’ água e a coluna de sedimentos mostrando sua espessura”, afirma Laps. Ele explica que, no caso da investigação de lagos, a resolução é mais importante que a penetração, já que nestes ambientes não há necessidade de se penetrar dezenas de metros na superfície de fundo e sim medir espessuras centimétricas ou decimétricas da coluna sedimentar. Para isso são utilizados os perfiladores do tipo Chirp Low Frequency que utiliza freqüências entre 2 e 8 Khz e Chirp High Frequency, que utiliza frequências entre 10 e 18Khz. Outra fonte acústica usada na perfilagem foi o Boomer, que mede também a espessura da coluna sedimentar, mas que, por lidar com frequências mais baixas (entre 500 e 2000 Hz), tem capacidade de penetrar mais na coluna sedimentar que as fontes do tipo Chirp.


O objetivo final das investigações geofísicas programadas é gerar subsídios técnicos para a ASA Science, contratada pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, no projeto de revitalização dos lagos dos grandes parques na cidade.


Fotos: Laps