quinta-feira, 29 de setembro de 2011

III Whale Watch Instituto Sea Shepherd Brasil e Apecatu Expedições em Abrolhos



Por Sofia Graça Aranha e Caio Faro, biólogos voluntários do Instituto Sea Shepherd Brasil, Núcleo Estadual Rio de Janeiro
No dia 16 de setembro de 2011, pela terceira vez em dois anos, voluntários do núcleo carioca do Instituto Sea Shepherd Brasil (ISSB) saíram em expedição no trawler Titan e no catamarã Netuno, com admiradores da vida marinha para uma viagem de Whale Watching, ou avistamento de Baleias, em Abrolhos (BA), em parceria com a empresa de turismo Apecatu Expedições.

Foto: Márcio Lisa/Txai

Foto: Márcio Lisa/TxaiFoto: Márcio Lisa/ Txai

Foto: Márcio Lisa/ Txai
Foto: Márcio Lisa/ Txai
Todos os anos as baleias da espécie Jubarte (Megaptera novaeangliae) voltam à região de Abrolhos com a finalidade de procriar.

Foto: ISSB/RJ
Foto: ISSB/RJ

Foto: ISSB/RJ
Foto: ISSB/RJ
 Durante quatro dias, nem o mau tempo, nem o mar agitado, desanimaram os participantes, dentre os quais estavam o Coordenador da Sea Shepherd Argentina, Fernando LaBaronnie, mergulhadores amadores e profissionais da escola Acquadventures de Ilhabela (SP), e também a presença especial de Richard Rasmussen, apresentador do programa “Aventura Selvagem” do canal SBT, e de sua equipe de fotógrafos e cinegrafistas profissionais que foram gravar uma matéria sobre a expedição e documentar nossas palestras e ações no arquipélago. Todos puderam apreciar as Jubartes que se fizeram presente durante toda travessia Caravelas/Abrolhos/Caravelas.

Foto: Márcio Lisa/ Txai
Foto: Márcio Lisa/ Txai
 “Como o homem só preserva aquilo que ama e só se ama o que se conhece, nós oferecemos essa oportunidade para as pessoas, conduzindo um trabalho de educação ambiental mostrando os animais em seu habitat natural, diferente dos aquários e parques aquáticos, explicando a razão desses animais escolherem a região para reprodução e cuidado parental (no caso das baleias) e a importância do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos para esta e outras espécies marinhas, contribuindo na conservação das espécies”, comentou a bióloga Sofia Graça Aranha.
Sofia Graça Aranha, Richard Rasmussen e Caio Faro. Foto: Márcio Lisa/ Txai
Sofia Graça Aranha, Richard Rasmussen e Caio Faro. Foto: Márcio Lisa/ Txai
No dia 17 de setembro, foi comemorado o Clean Up the World, evento mundial que une cerca de 130 países na limpeza de praias e regiões costeiras, onde os participantes realizaram uma limpeza subaquática em volta da Ilha de Santa Bárbara.

Foto: Márcio Lisa/ Txai
Foto: Márcio Lisa/ Txai

Foto: Márcio Lisa/ Txai
Foto: Márcio Lisa/ Txai
Felizmente coletamos pouco lixo no local, apesar de nos ter chamado a atenção encontrar um arpão e também uma limpeza em terra, na Ilha da Siriba, onde foi encontrada uma maior quantidade de lixo, que não necessariamente é produzido ali, mas que também é trazido pelas correntes marinhas.
Foto: Eliane Comenda
Foto: Eliane Comenda
A equipe do Instituto Sea Shepherd Brasil exibiu o filme The Cove, ganhador do Oscar de melhor documentário em 2010, e na última noite foram realizadas duas pequenas palestras, sendo a primeira palestra sobre os cetáceos da região e a segunda palestra sobre a exploração de petróleo próximo ao Parque Nacional Marinho de Abrolhos.

Caio Faro, Fernando LaBaronnie e Sofia Graça Aranha. Foto: Eliane Comenda
Caio Faro, Fernando LaBaronnie e Sofia Graça Aranha. Foto: Eliane Comenda
Hoje em dia, o nosso país possui apenas dois Parques Nacionais Marinhos: Abrolhos e Fernando de Noronha. Abrolhos foi o primeiro Parque Nacional Marinho do Brasil, fundado em 1983, e possui a maior biodiversidade do Atlântico Sul. É único lugar no mundo onde são encontradas as formações coralíneas chamadas de “Chapeirões”. É o principal ponto reprodutivo do Atlântico Sul de baleias Jubartes, onde todos os anos, entre o período de junho a novembro, há a reunião de mais de nove mil delas.
Abrolhos possui importantes espécies de fauna e flora endêmicas, e também espécies ameaçadas de extinção (mais de 45 espécies ameaçadas). Abrolhos sozinho é responsável por 10% do percentual pesqueiro do país
A exploração de petróleo próximo ao Parque Nacional Marinho de Abrolhos pode trazer conseqüências mesmo antes de começar, uma vez que, para definir os locais de perfuração, são feitas sondagens sísmicas que interferem diretamente no modo de vida dos cetáceos, que utilizam da fermaneta de ecolocalização, o que afastaria esses animais dessa área fazendo com que estes procurem outras áreas para realizar tal atividade.
Após a implantação dos poços, existe um grande receio de que ocorra um vazamento como o acontecido no ano passado, no Golfo do México.
O Instituto Sea Shepherd Brasil é a favor da implantação da zona de amortecimento sugerida pela ONG Conservação Internacional, que realizou um estudo bem embasado na região em 2005, provando que esta zona teria que ser de no mínimo 92.000 km² ao redor do Parque, uma área equivalente ao tamanho de Portugal. Só para se ter uma idéia, a área atingida pelo acidente da BP no Golfo do México foi três vezes maior do que essa área sugerida.