quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Dissertação premiada discute impacto financeiro do envelhecimento populacional sobre planos de saúde


da UFMG




A proporção de usuários idosos dos planos individuais de saúde deve crescer dos atuais 18% para 26% até 2030. O impacto financeiro desse aumento – aliado às mudanças epidemiológicas e ao aparato regulatório da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) – vai exigir, das operadoras, estratégias que garantam sua solvência financeira, afirma a pesquisadora Beatriz Resende Rios da Mata, que obteve primeiro lugar no prêmio IESS de Produção Científica.





A premiação do Instituto de Estudos em Saúde Suplementar destacou a dissertação Impacto financeiro de 2010 a 2030 do envelhecimento dos beneficiários em operadoras de plano de saúde de Minas Gerais: um estudo de caso, defendida recentemente no curso de mestrado em Demografia do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), da Faculdade de Ciências Econômicas.


De acordo com o estudo, as operadoras precisam reduzir despesas, ao investir em programas de prevenção e promoção da saúde, além de fazer reserva técnica, com aplicações financeiras que garantam recursos para serem usados nos próximos anos.


Ao mesmo tempo, será necessário que a ANS permita reajustes das mensalidades em até 1% acima da inflação do setor de serviços de saúde, que em 2010 estava em torno de 7,5% ao ano, mais alta, portanto, que a inflação geral medida pelo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que estava em torno de 6,0% ao ano. “Os dois índices têm tendência de aumento, entretanto, como agência reguladora, a ANS também tem que olhar o lado do consumidor e seu poder aquisitivo, para que não seja expulso do sistema”, destaca Beatriz da Mata.


Orientado pelas professoras Mônica Viegas Andrade e Carla Jorge Machado, o trabalho analisa o impacto financeiro nos próximos 20 anos para as operadoras de plano de saúde, caso o modelo de reajuste ou estrutura de tarifação dos preços das mensalidades dos planos individuais (contratados por pessoa física) não seja modificado. Beatriz da Mata utiliza dados que são de amostra de operadoras da modalidade de cooperativa médica de Minas Gerais, no período de 2003 a 2009.


Graduada em Ciências Atuariais pela UFMG, a pesquisadora explica que as regras da ANS para definição de valores das mensalidades utiliza o critério do mutualismo, em que o valor pago pelos usuários mais jovens funciona como subsídio para a parcela mais velha. Devido ao processo de envelhecimento populacional, ressalta a pesquisadora, a ANS deveria rever o limite de valor a ser cobrado ao idoso em relação ao jovem, “que hoje é somente de seis vezes”. Na pesquisa, ela fez várias projeções, que consideraram diversos cenários, tendo como foco o tema do envelhecimento da população que possui planos individuais de saúde.
Leia a dissertação na íntegra.