terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Descobertas da paleoecologia


MARIA ALICE DA CRUZ/JORNAL DA UNICAMP

Há 90 milhões de anos, alguns animais deixaram vestígios de sua existência no mundo. No município paulista de Monte Alto, na região da Bacia Bauru, desde a década de 1990, as escavações vêm se tornando cenas cada vez mais comuns aos olhos da população local. Lá, mais precisamente na Fazenda Santa Irene, em 1997 e 1998, a bióloga e paleontóloga Sandra Aparecida Simionato Tavares descobriu que dinossauros carnívoros e crocodilos também fizeram morada, a partir da identificação de dentes fossilizados. Além disso, a grande surpresa foi a descoberta de um grande dinossauro saurópode (herbívoro) da família dos titanossauros. A descoberta de dentes fossilizados de animais carnívoros associados a fósseis de um dinossauro herbívoro, além de estudos geológicos do local, permitiram reconstruir a vida em um tempo remoto por meio de informações preservadas nas rochas, segundo a autora da dissertação.
De acordo com Sandra, a hipótese era de que os dentes, encontrados isolados (sem maxila, pré-maxila ou mandíbula) próximos ao saurópode, pertenciam a dinossauros e Crocodilyformes carnívoros, e que os dentes foram perdidos durante a predação do grande dinossauro herbívoro. “Para comprovar a nossa hipótese, durante a pesquisa fizemos análises mascrocópicas (descrição das formas dos dentes, temos medidas) e análises microscópicas (MEV) para obter dados de estruturas presentes nos dentes que não conseguíamos ver a olho nu”.

Estudo lista os desafios ambientais deste século


do ENSP
A comunidade científica internacional listou as 21 questões ambientais emergentes no século XXI, e no topo do ranking está a necessidade de ajustar a governança aos desafios da sustentabilidade global. Ou seja: no sistema atual faltam representatividade, dados, transparência, maior participação e eficiência na transição para economias de baixo carbono. O segundo lugar do ranking é surpreendente: não há profissionais capacitados para a economia verde.



Governança é um dos temas-chave da Rio+20, a conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável que acontece no Rio em junho. Ali o debate será sobre achar e fortalecer uma nova arquitetura para ambiente e desenvolvimento sustentável dentro da ONU. No estudo, divulgado esta semana em Nairóbi, cientistas apontam uma falha generalizada, que extrapola a ONU, que existe nas pequenas comunidades, cidades e regiões e em nível nacional. Há um grande descompasso entre o que a ciência aponta como problemático e a capacidade dos governos de encontrar soluções, mesmo que existam mais de 900 acordos internacionais com foco na proteção ambiental. A convenção do clima é um dos exemplos emblemáticos. 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Áreas úmidas ajudam a preservar biodiversidade amazônica, diz pesquisa

da FAPEAM


As áreas úmidas da Amazônia têm alto valor em comparação a outros ecossistemas, como áreas para produção de pesca, pecuária, agricultura e silvicultura. Esses ambientes atuam como tampões no ciclo hidrológico da região, uma vez que atuam como barreiras contra incêndios, estocam carbono (CO2), limpam a água e ajudam a preservar a biodiversidade – são habitats para plantas e animais. As informações são do projeto ‘Caracterização, classificação e avaliação do potencial de uso como base para uma política do manejo sustentável das áreas úmidas do Estado do Amazonas’, coordenado pela cientista do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Maria Teresa Fernandes Piedade.



O projeto foi desenvolvido via Programa de Apoio a Núcleos de Excelência em Ciência e Tecnologia (Pronex), uma iniciativa do Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM). A pesquisa teve início no primeiro semestre de 2007, finalizou em 2011 e consistiu em conhecer e classificar as áreas úmidas e alagáveis. Os levantamentos foram feitos em rios da Amazônia. O grupo de pesquisa identificou propriedades físicas e químicas da água, composição das espécies de vegetais e as formas de uso compatíveis para esses ambientes. “Os dados do trabalho podem ajudar a planejar e orientar as políticas públicas de manejo sustentável do Estado”, pontuou.

Ohio State University exibe exposição Brazilian Nature

Na inauguração da mostra da FAPESP, dia 27 de fevereiro, universidade realizará seminário para debater temas de pesquisa de interesse conjunto para os Estados Unidos e o Brasil (FAPESP)

Agência FAPESP 
A Ohio State University (OSU) e a FAPESP inaugurarão, no dia 27 de fevereiro, em Columbus, Estados Unidos, a exposição Brazilian Nature – Mystery and Destiny (“Natureza Brasileira – Mistério e Destino”), que aborda o conhecimento sobre a biodiversidade brasileira.
A exposição, no West Ballroom da The Ohio Union, ficará aberta ao público até 30 de março e conta com apoio do Woodrow Wilson International Center for Scholars.
Para celebrar a inauguração, o Departamento de Informática Biomédica da OSU promoverá, no dia 27, o seminário “Brazilian Nature and Our Scientific Partnerships”, no qual serão debatidos temas educacionais e de pesquisa de interesse conjunto para os Estados Unidos e o Brasil.
A cerimônia de abertura contará com Daniel Janies, professor na Faculdade de Medicina da OSU, Caroline Whitacre, vice-presidente de Pesquisa da OSU, e Paulo Sotero, diretor do Brazil Institute no Wilson Center. Erich Grotewold, do Departamento de Genética Molecular, e Luciano Verdade, da Universidade de São Paulo e membro da coordenação do programa BIOTA-FAPESP, serão outros dos pesquisadores que se apresentarão no evento, que terá transmissão ao vivo pela internet pelo endereçohttp://streaming.osu.edu/mediawww/presentations/OhioUnion/022712. 
A exposição Brazilian Nature tem como referência principal a Flora Brasiliensis, obra do botânico alemão Carl Philipp von Martius (1794-1868), que permanece como o mais completo levantamento da flora brasileira.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

BOSQUES VERTICAIS: A NOVA SOLUÇÃO PARA AS CIDADES?

 Foto:

 Foto:
do LANACION.COM

Os italianos parecem ter encontrado a solução para a falta de verde nas grandes cidades. Que cidade não gostaria de instalar um bosque de árvores no meio do subúrbio? Em Milão, os arquitetos do Boeri Studio, propuseram uma solução: Il Bosco Verticale.

A floresta vertical é um projeto formado por duas torres de 110 e 76 metros, que estão sendo construídas no centro de Milão. Elas vão abrigar 900 árvores, com até nove metros de altura, milhares de arbustos e plantas com flores.
Segundo o arquiteto Stefano Boeri, idealizador do projeto, em termos de número de árvores em Milão, Il Bosco Verticale equivalerá a "uma área florestal de 10.000 metros quadrados."

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Pesquisa analisa produção de banana Nanicão em clima tropical de altitude





ESALQ

Estudo desenvolvido pela engenheira agrônoma Andrea Ribeiro Domingues, aluna do Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia, da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (USP/ESALQ), buscou aperfeiçoar o entendimento sobre o desenvolvimento fisiológico da bananeira cv. ‘Nanicão' em clima tropical de altitude (Cwa), que tem como características estações bem definidas, inverno frio e seco e verão quente e chuvoso.
A bananeira, por ser uma planta típica de clima tropical, no clima Cwa é considerada marginal para seu cultivo em escala produtiva, devido à possibilidade de ocorrência de geadas, o que pode causar riscos à produção. "No entanto, ao longo dos anos, a exploração econômica dessa fruta em regiões com esse tipo de clima tem mostrado seu potencial. Isso se deve principalmente ao trabalho de pesquisadores e extensionistas que atuaram junto aos produtores para a melhoria da produção", explica a autora do trabalho. Assim, seu projeto propôs estudar o desenvolvimento de um bananal comercial, observando as variações do ciclo de produção ao longo do ano, considerando duração, produção e rendimento.

TRATAMENTO AGRÍCOLA A CUSTO ZERO


Vilma Homero
 Divulgação / Pesagro
 
    Agricultor fluminense mostra limoeiro tratado com

    urina de vaca, que apresentou rápido crescimento
Um aditivo bastante eficaz e obtido a custo zero. Utilizar urina de vaca em plantações pode ser uma forma não só de minimizar custos, mas também de gerar plantas mais resistentes a pragas e com maior capacidade de produção. É o que o engenheiro agrônomo Julio César Monteiro de Barros, da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro-Rio), vem testando em dois municípios do noroeste do estado do Rio de Janeiro, Itaperuna e Natividade, com recursos do edital de Apoio à Pesquisa Agricultura, da FAPERJ.

"Na Índia, País onde a vaca é considerada sagrada, sua urina há muito vem sendo empregada no cultivo e há muitos trabalhos publicados. No Brasil, no entanto, há pouca literatura sobre o tema, especialmente no caso de cítricos", fala Monteiro de Barros. Nesse sentido, ele destaca os trabalhos de Ricardo Gadelha, também pesquisador da Pesagro, que, no final dos anos 1990, fez experiências com hortaliças, algumas frutas, como abacaxi e maracujá, e legumes, entre eles quiabo, pimentão, tomate e jiló, empregando urina de vaca. "A partir daí, nas últimas duas décadas, esse material tem sido utilizado no Rio de Janeiro. Agora, estamos desenvolvendo projeto com parâmetros científicos para embasar os resultados", fala Monteiro de Barros.

Bunker Roy - Universidade dos Pés-Descalços

Em Rajasthan, na Índia, uma escola ensina mulheres e homens do meio rural -muitos deles analfabetos- a tornarem-se engenheiros solares, artesãos, dentistas e médicos nas suas próprias aldeias. Chama-se Universidade dos Pés-Descalços, e o seu fundador, Bunker Roy, explica como funciona


SUCATA TRANSFORMADA EM RECURSO DIDÁTICO


Aluno da Escola de Aplicação confeccionando
a Cobra Maluca com cuba de ovos.



por Ericka Pinto 
foto Jéssica Maia
UFPA-

Imagine uma simples garrafa PET dando origem a bonecos, a jogos e a outros brinquedos que a criatividade permitir. Se o destino desse material era o lixo, isso começa a mudar nas escolas de ensino básico e fundamental dos municípios de Abaetetuba e Barcarena e na Escola de Aplicação, em Belém. A iniciativa é do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação, Infância e Filosofia (GEPEIF) do Campus da Universidade Federal do Pará, em Abaetetuba.

Tudo começa a partir de atividades lúdicas que envolvem professores e alunos. Eles utilizam papelão, palito de churrasco, cuba de ovos, latas, vidros, rolhas de cortiça, entre outros materiais que seriam descartados nas lixeiras ou no meio ambiente. Para auxiliar na confecção dos brinquedos, tesoura, cola e tintas guache e para tecido não podem faltar. Com o material em mãos, basta a garotada soltar a imaginação.