quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Greenpeace protesta contra exploração de petróleo no Parque Nacional Marinho dos Abrolhos


Baleias foram 'sujas' com 'petróleo' (na verdade, água com tinta preta) (Foto: Sergio Moraes/Reuters)
Baleias foram 'sujas' com 'petróleo' (na verdade, água com tinta preta) (Foto: Sergio Moraes/Reuters

Agência Brasil
 Vestidos de baleias e com máscaras do empresário Eike Batista, ativistas do Greenpeace, ocuparam na manhã de hoje a sede do grupo EBX, do qual Eike é presidente, localizada na esquina das ruas do Passeio e Senador Dantas, no centro do Rio. Os manifestantes querem uma resposta da empresa com relação à suspensão da exploração de gás e petróleo nos arredores do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, no litoral da Bahia.

De acordo com a coordenadora da campanha Clima e Energia, do Greeanpeace, Leandra Gonçalves, a ideia da fantasia é mostrar que as dez empresas nacionais e estrangeiras envolvidas na exploração de petróleo estão ameaçando a população de cerca de 10 mil baleias jubartes que se reproduzem na região.”A montagem da atividade, da ação direta não violenta, foi fazer uma alusão a quem de fato pode estar causando algum dano, alguma ameaça para esses animais”.



Ainda segundo Leandra, foram enviadas cartas às dez empresas proprietárias de blocos na região no dia 26 de julho, mas as de Eike Batista e sua sócia, a petroleira Perenco, não deram resposta. ”No dia 5 de agosto, mais de 13 mil ativistas enviaram cartas as essas empresas exigindo apoio a essa moratória e devolução dos blocos de exploração nessa área e também não houve nenhuma resposta”.

Para o diretor de segurança corporativa da EBX, André Aldgeire, a empresa está aberta ao diálogo, desde que seja de forma pacífica e legal. “Nós sempre cedemos para diálogos, mas não na pressão. Na pressão é um negócio complicado”.

Edição: Rivadavia Severo

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Seca de 2010 na Amazônia foi a mais drástica já registrada


do INPE
A partir da análise de uma série histórica de dados de pluviosidade na região da bacia amazônica, com medições desde 1902, cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) concluíram que a seca de 2010 foi a mais drástica já registrada, superando a de 2005, até então considerada a maior do século. O estudo foi recentemente publicado em artigo na revista Geophysical Research Letters.


Os resultados apontam que o processo teve início no começo do verão, durante o El Niño (um processo natural de aquecimento das águas do Pacífico), mas foi intensificado pelo aquecimento das águas tropicais do Atlântico Norte. O resultado foi uma estação seca que se estendeu por muitos meses, ocasionando alterações no ciclo hidrológico.
Houve rebaixamento dos níveis de água e seca completa de cursos d’água e tributários de rios na bacia amazônica. A região sul foi a mais afetada. O fenômeno causou graves problemas socioambientais, especialmente às populações ribeirinhas, que ficaram isoladas por dependerem dos rios para seu deslocamento.

Em outro artigo recém-publicado na revista Theoretical Applied Climatology, pesquisadores do INPE apresentam os resultados de um amplo estudo sobre as inundações na Amazônia e Nordeste do Brasil, ocorridas no período de maio a julho de 2009. O fenômeno provocou mortes e deixou milhares de famílias desabrigadas. O trabalho demonstra que essas chuvas torrenciais foram as mais intensas e duradouras já registradas.

O rio Negro, principal tributário do rio Amazonas, atingiu seu maior nível em 107 anos. Os autores concluíram que o evento foi resultado de uma conjuntura de fatores meteorológicos, especialmente o aquecimento acima do normal das águas superficiais do Atlântico Sul – aspecto importante para a explicação das chuvas abundantes em vastas regiões do leste amazônico e nordeste do país. Destacaram também que esses episódios extremos, assim como a seca duradoura ocorrida no ano de 2010 na bacia amazônica, reforçam a hipótese de que anomalias no regime pluviométrico e de temperatura serão mais frequentes em cenários futuros de mudanças climáticas.

Declínio na produtividade das plantas é questionado

Estudo publicado na Science, com participação brasileira, refuta pesquisa divulgada há um ano na mesma revista que indicava declínio na capacidade das florestas de capturar carbono e atribuía o fenômeno ao avanço das secas (Science)


por Fábio de castro da FAPESP

 Uma pesquisa publicada na revista Science em agosto de 2010 alertava para um suposto declínio na produtividade global das plantas, que teria sido induzido pelas secas ocorridas na última década. O fenômeno, segundo os autores, seria uma ameaça para a segurança alimentar e para a produção de biocombustíveis.

O alerta, no entanto, acaba de ser refutado por um novo estudo realizado por uma equipe de cientistas do Brasil e dos Estados Unidos. De acordo com o novo trabalho, publicado na edição desta sexta-feira (26/08) da Science, a pesquisa anterior teria uma série de erros de modelagem, além de levar em conta tendências estatisticamente insignificantes.

O trabalho de 2010 foi feito por Maosheng Zhao e Steven Running, ambos da Universidade de Montana (Estados Unidos). O novo artigo teve participação de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e da Universidade de Boston (Estados Unidos).


De acordo com Simone Aparecida Vieira, do Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (Nepam) da Unicamp, o estudo feito por Zhao e Running utilizou imagens de satélite e modelos matemáticos para investigar a produção primária líquida terrestre (NPP, na sigla em inglês) – isto é, a quantidade de carbono efetivamente fixada na biomassa vegetal – e a variabilidade climática entre 2000 e 2009.

“Com base nos modelos, eles concluíram que houve uma redução da NPP e a atribuíram à seca verificada no hemisfério Sul naquele período. Mas há uma série de inconsistências.

Um dos problemas é que a tendência anual de queda é da ordem de 0,1% na produtividade vegetal que eles relataram, ou seja, de 1% em uma década – algo inferior à margem de erro desse tipo de medida. “Nós avaliamos os resultados do algoritmo de sensoriamento remoto deles contra medidas que fizemos no campo, e concluímos que o algoritmo deles teve um erro médio de 28%, suficiente para minar a confiança nos resultados”, disse Vieira à Agência FAPESP.

Os pesquisadores da UFV e da Universidade de Boston se propuseram a fazer a crítica sobre os modelos utilizados no estudo publicado em 2010. A cientista da Unicamp, que trabalha com ecologia de campo, foi convidada para contribuir com os dados provenientes do trabalho de campo de sua pesquisa de doutorado.

O trabalho desenvolvido no doutorado, com Bolsa da FAPESP, está sendo replicado na Mata Atlântica após pós-doutorado vinculado ao Programa BIOTA-FAPESP.

“As estimativas obtidas a partir da medição de árvores em campo – não apenas no meu trabalho, mas também nos de outros autores – mostram que em oito casos a quantidade de carbono fixada na vegetação foi subestimada pelo modelo. E em três casos ela foi superestimada”, disse.

Outro problema do estudo, segundo Vieira, é que, para sustentar a afirmação de que as florestas cresceram menos, ele se apoia em um artigo publicado na Science em 2009 por Oliver Phillips, da Universidade de Leeds (Reino Unido), sobre os efeitos da seca de 2005 na Amazônia.

“Aquele artigo, entretanto, não dizia que a floresta havia crescido menos. Ele demonstrava que houve uma grande mortalidade, fazendo com que a biomassa diminuísse. O crescimento, no entanto, se manteve. Vários outros artigos demonstraram isso. Há espécies de árvores que são mais sensíveis às secas, mas quando elas morrem isso acaba sendo compensado pelo crescimento de outras espécies mais resistentes, por fatores como a redução da competição por luz e água”, explicou.

A suposta redução da NPP induzida pelo aumento da frequência de secas levou à conclusão de que essa diminuição poderia ter impacto negativo na produção de alimentos e biodiesel no mundo. A inferência, de acordo com Vieira, é arriscada.

“É preciso deixar claro que o aumento da frequência das secas é um fato constatado e demonstrado e não negamos isso. Mas o trabalho, da maneira como foi feito, não é capaz de provar que houve redução da NPP. Não conseguimos, por exemplo, verificar nenhuma diminuição do índice de área foliar, que seria de se esperar se houvesse de fato queda da produtividade primária”, afirmou.

Segundo a pesquisadora do Nepam, o novo estudo verificou falhas no algoritmo utilizado por Zhao e Running para estabelecer o modelo de NPP a partir das imagens de satélite. Os dados de satélite também foram analisados sem levar em conta a distorção causada por nuvens e aerossóis.

“O modelo que foi utilizado não consegue captar exatamente o que está ocorrendo, pois não considera a dinâmica de umidade do solo e as relações entre os vários processos ecofisiológicos do sistema. A tendência que foi apontada não foi observada nem nos nossos dados de campo, nem a partir de um algoritmo criado pelos meus colegas”, disse.

As conclusões do estudo de 2010 são graves, na opinião de Vieira, por pressupor que as florestas não estão removendo dióxido de carbono da atmosfera nos níveis em que se imaginava.

“As florestas tropicais são muito importantes para a manutenção do ciclo global de carbono. Pressupor que a importância delas não é tão grande poderia enfraquecer a argumentação a favor da conservação”, disse.

Reforço e resposta
A mesma edição da Science publica outro artigo no qual Belinda Medlyn, da Universidade Macquarie, na Austrália, também questiona o estudo de 2010.
“Zhao e Running descreveram que a produtividade primária líquida global declinou na última década e que essa redução foi causada por secas. Entretanto, seus resultados não são medições diretas, mas têm como base resultados de modelos nos quais se assume forte dependência da temperatura”, destacou.

A Science também publica comentário de Zhao e Running sobre o questionamento feito agora pelos pesquisadores do Brasil, Austrália e Estados Unidos. Segundo os dois, os resultados do estudo publicado em 2010 não tiveram mesmo como base medições diretas e podem ser explicados como consequências lógicas do modelo empregado na análise.

“Arindam Samanta e outros e Medlyn questionam nosso relatório sobre a redução na produtividade primária líquida global de 2000 a 2009. Nossos novos testes mostram que outros índices da vegetação tiveram alterações negativas ainda mais fortes na década. A diminuição de controles de temperatura na respiração e no estresse hídrico também não levou à produção de uma tendência positiva na NPP. Essas análises reforçam a conclusão de uma redução na NPP global induzida pela seca na última década”, afirmam.

Os artigos Comment on “Drought-Induced Reduction in Global Terrestrial Net Primary Production from 2000 Through 2009” (doi:10.1126/science.1199048), de Arindam Samanta, Simone A. Vieira e outros, Comment on “Drought-Induced Reduction in Global Terrestrial Net Primary Production from 2000 to 2009” (doi:10.1126/science.1199544), de Belinda E. Medlyn, e Response to Comments on “Drought-Induced Reduction in Global Terrestrial Net Primary Production from 2000 Through 2009” (doi:10.1126/science.1199169), de Maosheng Zhao and Steven W. Running, podem ser lidos por assinantes da Science em www.sciencemag.org

Mapeando a Costa do Descobrimento


Cartas cartográficas podem subsidiar 

ações de gestão e de planejamento

Carmo Gallo Netto/Jornal da Unicamp
Trabalho inédito apresenta em, 20 cartas cartográficas, dados referentes ao Zoneamento Ambiental da região da Costa do Descobrimento, na Bahia, área considerada inicial da formação do território brasileiro. O estudo pretende, através de uma análise geoambiental, detectar problemas e potencialidades da região de forma a subsidiar ações de planejamento e gestão por parte do poder público e da iniciativa privada. O trabalho identificou os principais problemas ambientais e os maiores conflitos referentes ao uso e ocupação das terras.

Entre os conflitos, destaca os oriundos da necessidade de conservação dos biomas de Mata Atlântica, Mangue e Restinga por meio da criação de unidades de conservação – parques nacionais, parques municipais, museus naturais, reservas extrativistas, reservas particulares do patrimônio natural e áreas de proteção ambiental – e a pressão da expansão das atividades produtivas como a silvicultura de eucalipto, a pecuária, a agricultura, as industriais e o turismo de massa.


Outros problemas enfatizados no estudo referem-se à posse da terra das populações indígenas que reinvidicam ampliação e demarcação de novas reservas e as lutas por assentamentos rurais com vistas a uma reforma agrária regional. Por fim, o trabalho propõe zoneamento ambiental para a região integrando áreas de preservação, conservação, melhoramento e reabilitação ambientais e do patrimônio histórico-cultural.

A pesquisa desenvolvida por Raul Reis Amorim, que durante sua realização foi admitido como professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Campos dos Goytacazes, teve orientação da professora Regina Célia de Oliveira, do Departamento de Geografia do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp e coordenadora do Núcleo de Estudos Ambientais e Litorâneos, ligado ao Laboratório de Geomorfologia da Unidade. Ela lembra que quando a tese se iniciou já havia sido realizado o zoneamento da região da Baixada Santista, pois já existia um projeto maior no Departamento que era o do estudo das áreas de ocupação pioneiras do território nacional com o objetivo de estudar como ocorreram suas mudanças de uso e ocupação e quais os impactos daí resultantes. A tese de Raul Reis conclui o zoneamento da Costa do Descobrimento e, atualmente, outro trabalho em andamento envolve a Costa do Cacau.

O Zoneamento Ambiental constitui um instrumento legal de planejamento de ocupação de uma área que deve levar em conta as características de fragilidade e as potencialidades do seu meio físico, suas condições de uso e os impactos daí advindos de modo a definir as melhores opções e possibilidades de ocupação do solo e, considerando as restrições legais, subsidiar ações adequadas dos agentes públicos. Extrapola os planos diretores das cidades porque, abarcando regiões, pode envolver municípios, bacias hidrográficas e geomorfologias.

Um banco de dados cartográficos com 20 mapas apresenta informações referentes aos aspectos naturais como relevo; tipo de cobertura vegetal natural; localização da Mata Atlântica, do Mangue, da Restinga; distribuição dos principais tipos de solos; e feições dos vários tipos de litoral para a partir dessas informações realizar uma caracterização ambiental. Levando em conta as características turísticas e os recursos naturais da região, o trabalho procura potencializar a exploração turística e o desenvolvimento de atividades econômicas apropriadas.
Além do levantamento das características naturais, Amorim analisou aspectos humanos, econômicos, realizou o mapeamento do uso da terra, de como estão organizados os sistemas produtivos, delimitou as áreas indígenas, os assentamentos rurais, e diagnosticou o nível de impacto em relação à ocupação das áreas com altas e baixas densidades democráticas.

Caracterizados os estados ambientais críticos, muito ou pouco alterados, o pesquisador elaborou um mapa final. Nele identifica as potencialidades da Costa do Descobrimento, localizando áreas recomendadas para conservação; para proteção, como as remanescentes da Mata Atlântica; as detentoras de recurso que podem ser explorados de maneira sustentável; as terras indígenas protegidas por lei; as de transformação principalmente ligadas à agricultura, mas que demandam correções; as com graves problemas e que demandam melhoramento; as que precisam ser reabilitadas. Amorim diz que “se trata de um mapa que sugere condições de uso. A ideia foi a de analisar de forma integrada os aspectos naturais e econômicos e propor o que seria ideal para manter a sustentabilidade da região”.

O mapa final da tese, o mais interessante, mostra como se apresenta a região hoje em todos os aspectos naturais e de exploração. Tradicional região cacaueira, maior produtora de mamão do Brasil, fornecedora do coco verde, mantém também plantações de café. Extensivas plantações de eucalipto e enormes pastagens ocupam áreas planas devastadas a partir dos anos 60, com a abertura da BR-101, pela extração descontrolada da madeira, originando desequilíbrios sérios nos ecossistemas. Cerca de 75% da população é urbana e se distribui pelas três principais cidades da região: Porto Seguro, a maior delas e um dos maiores destinos turísticos do País, Santa Cruz de Cabrália e Prado. Nas áreas rurais, a densidade demográfica é baixa.

Conflitos

Não é difícil imaginar que uma área por muito tempo pouco acessível por falta de acessos por terra tenha, nos últimos 50 anos, sofrido uma exploração e ocupação desordenadas, o que indubitavelmente leva a conflitos. Os pesquisadores entrevistados fazem referência aos principais.

Os indígenas discutem na justiça a ampliação de suas reservas, o que gera conflitos porque muitas dos locais reivindicados constituem áreas de proteção, ou são parques ou já estão ocupadas por plantações de eucalipto ou pecuária extensiva.

A professora Regina considera que a quantidade de conflitos é agravada pela grande extensão da área: sejam os problemas indígenas; sejam os relacionados a assentamentos rurais; sejam os de caráter rural que envolvem pecuária e agricultura; sejam os oriundos das indústrias de beneficiamento; atrelados todos eles ao turismo, que se desenvolve em larga escala e de forma pouco disciplinada ao longo da costa e que também traz impactos significativos para uma área com pouco nível de planejamento.

Em um dos mapas apresentados na publicação, Raul Reis Amorim mostra a posição de áreas estáveis como as da Mata Atlântica em que remanescentes de genomas são preservados e que na verdade constituem os parques, nem sempre suficientemente vigiados e controlados. Ele coloca como muito críticas as áreas urbanas, principalmente a maior delas: Porto Seguro. Distingue como críticas as monoculturas de eucalipto e cacau que levam os sistemas à perda de funcionalidade e provocam desequilíbrios por impedirem a proliferação de espécies. Particularmente, os eucaliptos inibem a proliferação de quaisquer espécies e ainda aguardam durante sete ou oito anos o ponto de corte e, quando removidos, as máquinas provocam a compactação do solo. Ele constatou ainda que, de acordo com a legislação, o entorno das áreas de proteção ambiental, particularmente parques, deve manter uma zona de transição em que se desenvolvam atividades que amorteçam o impacto sobre as reservas, o que não ocorre com eucaliptos e pecuária chegando até seus limites.

Realizado em três anos, o trabalho de Amorim recebeu financiamento da Capes e da Fapesp e se valeu de arquivos de universidades e órgãos oficiais que detêm dados sobre a região e utilizou imagens de satélites. Em trabalhos de campo, ele confirmou as informações previamente obtidas.

Consequências

A professora Regina enfatiza a importância do Zoneamento Ambiental que possibilita a visão do todo e da situação ambiental de cada área. Considera que ações deste tipo devem ser orientadas para mitigar os impactos detectados, o que depende da integração de órgãos federais, estaduais e municipais. E como as atividades desenvolvidas envolvem todos os municípios da região, os problemas não podem ser resolvidos no âmbito de cada um deles.

O autor da tese acredita que órgãos federais, estaduais e municipais de posse das sugestões e conclusões apresentadas no trabalho podem facilitar ou impedir novos empreendimentos utilizando critérios sugeridos pelo Zoneamento Ambiental. Para ele, “com base nos resultados do trabalho, os setores públicos e privados podem indicar e utilizar os melhores locais para determinados tipos de atividades e mesmo para a expansão das cidades, para que não ocorram problemas a exemplo das extensivas plantações de eucaliptos ao longo da BR-101, que determinam a chamada monotonia da paisagem”.

Conclusões

Os resultados do Zoneamento Ambiental da Costa do Descobrimento revelam uma população de apenas 185 mil habitantes distribuídos por um território que ocupa 7. 552,5 km2 em uma região em que as atividades econômicas apresentam grande diversidade com destaque no setor primário para a pecuária extensiva, a produção agrícola de coco-da-baía, mamão, café, cacau e cana- de-açúcar. A partir de 1990, surgem atividades ligadas ao cultivo do eucalipto e produção de celulose, além do fortalecimento crescente do turismo.

O trabalho destaca a desproporcionalidade entre as áreas em que predominam os geossistemas com parte dos seus atributos naturais preservados e/ou conservados e as áreas em que prevalecem elementos antrópicos. As áreas ainda não protegidas por mecanismos legais, como as encostas florestais, vegetação de Restinga e de Mangue, apresentam forte tendência a transformações ambientais decorrentes do crescimento populacional, da expansão urbana, da inserção de culturas agrícolas, plantio de pastagens ou eucalipto e da utilização de recursos naturais. A área distingue-se ainda pela fragilidade ambiental porque muito plana durante as chuvas dá origem a grandes inundações e deslizamentos de terra nas escarpas litorâneas. Publicação Tese: “Análise geoambiental como subsidio ao planejamento do uso e ocupação da Zona Costeira da Região Costa do Descobrimento (Bahia)” Autor: Raul Reis Amorim Orientadora: Regina Célia de Oliveira Unidade: Instituto de Geociências (IG).

Publicação

Tese: “Análise geoambiental como subsidio ao planejamento do uso e ocupação da Zona Costeira da Região Costa do Descobrimento (Bahia)”

Autor: Raul Reis Amorim
Orientadora: Regina Célia de Oliveira
Unidade: Instituto de Geociências (IG) 

Levantamento revela contaminação de pescados do Rio por metais pesados

 

Estudo realizado pela bióloga Rachel Ann Hauser Davis, aluna de doutorado em Química Analítica do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio).



Os olhos podem não ver, mas o corpo certamente vai sentir o seu peso. Levantamento realizado pela bióloga Rachel Ann Hauser Davis, aluna de doutorado em Química Analítica do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio), revela que alguns dos peixes mais comuns pescados, e consumidos, em diversos locais do Rio de Janeiro apresentam altos níveis de contaminação por metais pesados. Acumulados no organismo, estes elementos podem provocar sérios problemas de saúde, como câncer, danos celulares, mal de Parkinson, impotência, alucinações, insônia, anorexia e dificuldades de memória, entre outros.


Rachel recolheu amostras de mais de cem tainhas e tilápias capturadas nas lagoas Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio, do Ipiranga, em Magé, de Itaipu, em Niterói, de Jacarepaguá, na Zona Oeste, e no mar em frente à Praia de Copacabana, além de exemplares vendidos em feiras e supermercados. Utilizando métodos de espectroscopia e espectrometria, a bióloga mediu a presença de cromo, cádmio, manganês, níquel, cobre, zinco e chumbo nos peixes, constatando que muitos deles tinham níveis de contaminação pelos três primeiros metais muito além do limite recomendado.

"Mais de 50% dos peixes ficaram bem acima do recomendável. O mais preocupante é que a população não sabe que isso está acontecendo. Nem o consumidor final, nem o feirante nem o pescador têm a mínima ideia do problema. O pescador vende o que não vê e o consumidor compra o que não sabe", conta.

No levantamento mais completo, feito em Ipiranga e Itaipu - e que será apresentado no 37º Colóquio Internacional de Espectroscopia (Colloquium Spectroscopicum Internationale), promovido pelo CTC-PUC-Rio a partir de domingo em Búzios - Rachel verificou que 43% das tainhas capturadas em Itaipu e 23% das pescadas em Ipiranga tinham níveis de cromo acima do limite estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que é de 0,1 parte por milhão (ppm), sendo que em alguns casos eles chegavam a 2,5 ppm. Já para o cádmio, a proporção de peixes contaminados além do limite de 0,05 ppm foi bem menor, 10% em Itaipu e 5% em Ipiranga, mas alcançando concentrações de até 10 ppm. Para o manganês, cujo limite é de 1 ppm, as tainhas de Itaipu tiveram o pior resultado da pesquisa, com 79% deles com níveis do elemento bem acima do recomendado, chegando a 3,7 ppm, contra novamente apenas 5% em Ipiranga, com uma máxima de 1,2 ppm. A grande contaminação dos peixes de Itaipu surpreendeu a bióloga.

"Em Ipiranga isso até era esperado em razão da grande poluição da Baía de Guanabara. Mas o mais preocupante é ver estes dados de Itaipu, pois é lá que muita gente vai para comprar peixe acreditando que são frescos e de águas limpas. Tanto que nas pesquisas que fiz na literatura científica Itaipu muitas vezes é citada como local de referência de baixa contaminação", explica.

Já para os outros locais, Rachel admite que a quantidade de amostras avaliadas não é estatisticamente significativa para render um artigo científico formal. Ainda assim, uma grande proporção dos peixes apresentou problemas. Na Lagoa Rodrigo de Freitas, duas das 15 tilápias tinham mais cromo que o recomendado, enquanto três superavam o limite para cádmio. E das dez tainhas retiradas do mar em Copacabana, três tinham níveis altos de cromo, que variaram de 3 ppm a 6 ppm.

"Embora sejam poucos peixes, a contaminação é alta. Os valores de Copacabana são maiores até do que os de peixes pegos na baía, num forte sinal de alerta de que é grande a contaminação por metais pesados na costa do estado do Rio", alerta.

Segundo o químico Reinaldo Calixto de Campos, decano do CTC/PUC-Rio e orientador da pesquisa de Rachel, as fontes de contaminação são variadas. Ele lembra que a Baía de Guanabara recebe efluentes de centenas e até milhares de indústrias no seu entorno, além de esgoto não tratado, lixo jogado diretamente nela ou trazido pelos rios e é vítima de repetidos vazamentos e derrames de óleo.

"Esta poluição vem se acumulando ao longo de anos na baía e no seu entorno, pois há também uma troca constante de água com o oceano", comenta, acrescentando que também ficou surpreendido com os valores da contaminação dos peixes de Itaipu.

Para os cientistas, no entanto, os altos níveis de contaminação por metal pesado de alguns peixes não deve ser motivo de alarme. Segundo eles, os dados da pesquisa devem ser usados para orientar ações de prevenção e monitoramento ambiental que ajudem a enfrentar o problema, além de educação e conscientização tanto de pescadores quanto de consumidores, que não devem capturar e comprar, respectivamente, peixes em áreas onde é sabido que a poluição é grande.

"Além dos níveis de metais acima do limite, encontrei muitos peixes infestados com tumores e parasitas. Esses são indícios de contaminação que os pescadores e consumidores devem estar atentos. Quando o peixe está na feira, muitas vezes já está limpo, o que apaga esses indícios", conta Rachel.

Calixto, por sua vez, cobra ações integradas dos órgãos estaduais de meio ambiente para ajudar a monitorar e, quem sabe, reverter a situação. "Temos que ter cuidado para não sermos alarmistas, mas a luz amarela está acesa. Isso significa que temos que criar sistemas de monitoramento de longo prazo para poder identificar as fontes de contaminação e tomar as medidas cabíveis para enfrentar o problema. E medidas de controle não são tão difíceis de implementar. Afinal, saneamento básico é uma tecnologia que tem mais de 150 anos. A sociedade tem que entender que a saúde é influenciada por muitos fatores e o custo de não cuidar disso é muito maior do que o de cuidar".
fonte- O GLOBO

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social vai ouvir sociedade para elaborar propostas para a Rio+2

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) vai ouvir esta semana especialistas e representantes da sociedade civil para ajudar a construir a proposta brasileira para a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que ocorre em junho de 2012.
Vinte anos depois da Rio 92, ambientalistas do mundo inteiro vão voltar ao Brasil para um novo encontro da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre meio ambiente. Mais do que um balanço sobre a implementação de compromissos estabelecidos na conferência de 1992 – como a Agenda 21 e a criação das convenções-quadro da ONU sobre Mudança do Clima e Biodiversidade – a Rio+20 tentará avançar em uma proposta de economia verde que concilie crescimento econômico com baixas emissões de carbono.
Ligado à Secretaria de Assuntos Estratégicos, o CDES, mais conhecido como Conselhão, está elaborando uma proposta para subsidiar o posicionamento do governo brasileiro na conferência e, para isso, vai reunir empresários, líderes sindicais, acadêmicos, pesquisadores e organizações não governamentais em um debate que leve a sugestões para uma economia sustentável. Entre os temas, estão energia, mudanças climáticas, inclusão social e combate à fome. A reunião vai ocorrer na próxima terça-feira (30), em São Paulo.
O coordenador de Processos Interacionais do Instituto Vitae Civilis, Aron Berlinki, que vai participar do encontro, diz que o Brasil pode mostrar que é possível conciliar políticas que compatibilizem a inclusão social e o desenvolvimento limpo, com menos emissões de gases de efeito estufa que os países ricos.

“Esse potencial o Brasil tem. Mas ainda há uma série de dificuldades práticas para direcionar a atividade econômica numa direção mais sustentável. É preciso corrigir algumas distorções graves, como alguns pontos da política energética”, avaliou.
Segundo Berlinki, a possibilidade de flexibilização das leis ambientais – com as mudanças no Código Florestal – e a opção do governo em continuar investindo em grandes projetos hidrelétricos, em detrimento de outras opções de energias renováveis, pode comprometer a imagem do país como anfitrião da Rio+20.
Além do Vitae Civilis, a oficina deve reunir representantes do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, da Confederação Nacional da Indústria, do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, entre outros. O Conselhão é um órgão consultivo da Presidência da República.
Edição: Lana Cristina

Potencial de potássio na Amazônia é confirmado

Solos da Amazônia são ricos em potássio (Imagem: Divulgação)
24/08/2011
 A Potássio do Brasil, empresa brasileira com sócios locais e internacionais, confirmou ontem o potencial para potássio de classe mundial na bacia Amazônica.
Segundo a empresa, poderão ser descobertas “múltiplas jazidas”. A confirmação foi realizada pela perfuração PB-AT-11-09, que interceptou minério de potássio com teor de 39,94% KCl (cloreto de potássio) e espessura de 1,82 metro a uma profundidade de 843,08 metros na cidade de Autazes interior do Amazonas (a 108 quilômetros de Manaus).
Sócios da empresa, reunidos na mineradora Falcon Metais, venceram, em 2008, licitação da Petrobras para exploração de Fazendinha. Mas o processo foi interrompido pelo governo na época sob alegação de que a política para o setor seria revista, o que não foi feito até hoje. Enquanto aguardavam a decisão do governo, alguns sócios da Falcon -brasileiros, canadenses e australianos- adquiriram outros direitos minerários na região.


Na primeira perfuração da área obtida no Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM), a Potássio do Brasil comprovou o potencial de grande porte da mina. Na época, a empresa planejava fazer IPO para obter recursos necessários para desenvolver o negócio, operação agora adiada para 2012. A estimativa da companhia é que sejam necessários de US$ 3,5 bilhões a US$ 4 bilhões para produzir anualmente 4 milhões de toneladas de cloreto de potássio.
“A empresa está em processo de captação de recursos da ordem de US$ 100 milhões tanto no Brasil quanto no exterior”, informou em nota. O governo brasileiro luta para reduzir a dependência de fertilizantes importados. No caso do potássio, utilizado na produção de fertilizantes, o País importa cerca de 90% da demanda anual.

Fonte: Jornal da Ciência/FAPEAM

sábado, 27 de agosto de 2011

Exposição "Elementar - a química que faz o mundo" prorrogada até 01 de outubro

Venha desvendar os segredos da química em "Elementar - a química que faz o mundo", exposição para visitantes de todas as idades, prorrogada no Museu da Vida até 01 de outubro. Confira como essa ciência tem impacto em nossas vidas e está presente em cada canto do nosso dia a dia!
Em uma grande tabela periódica interativa, o visitante pode desvendar as características e aplicações de cada elemento químico, e assistir a vídeos sobre eles. Crianças e adultos também podem combinar átomos para formar uma infinidade de moléculas em 3D, além de colocar as mãos na massa em outros módulos interativos e oficinas.
Cerca de 30 painéis mostram que, desde os primórdios, o homem sempre fez química, embora ela só tenha sido reconhecida como ciência no final do século 18. Na Grécia antiga, Aristóteles concebia o mundo composto de quatro elementos: terra, ar, água e fogo. Por outro lado, Demócrito falava em átomos e vazios, em quente, frio, doce, amargo e cor. Com o surgimento da alquimia, principalmente, na Idade Média, o homem voltou a refletir sobre os elementos. Hoje, busca mais do que o entendimento, a explicação ou a transformação da natureza: ele ambiciona imitá-la, desenvolvendo novos materiais e explorando propriedades especiais.







No Ano Internacional da Química, criado pela Unesco – órgão da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura –, o público pode conferir, nesta mostra, como aconteceu a separação entre a alquimia e a química, o porquê das cores em pedras preciosas, como os elementos se combinam para formar tudo o que conhecemos e muito mais. Aplicações da química na medicina, na nanotecnologia e no desenvolvimento de novos materiais e combustíveis também são abordadas.
Visite! A entrada é gratuita!

Elementar - a química que faz o mundo
Visitação:
 de terça a sexta-feira, das 9h às 16:30h; sábados, das 10h às 16h
Endereço: Av. Brasil, 4.365, Manguinhos, Rio de Janeiro
Informações e agendamento de grupos: (21) 2590-6747
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Poderoso furacão Irene ameaça costa sudeste dos EUA


O Centro Nacional de Furacões dos EUA, NHC, informou em seu boletim número 20 que o poderoso furacão Irene deverá tocar a costa sudeste dos EUA nas próximas 48 horas e alertou à Defesa Civil para a possibilidade de uma possível evacuação das áreas litorâneas da Carolina do Norte e da Virgínia. 





Furacão irene



Irene é um poderoso sistema de categoria 3 na escala Saffir-Simpson, com ventos sustentados de 185 km/h. Segundo o NHC, Irene deverá ganhar força nas próximas horas e atingir o status de categoria 4, com ventos que podem ultrapassar a marca de 210 km/h. 

Imagens de satélite registradas às 06h00 mostram que a poderosa tormenta está localizada sobre as coordenadas 24.6 N e 76.2 W, a 130 km a leste-sudeste de Nassau, nas Bahamas e 1180 km ao sul de cabo Hatteras, na Carolina do Norte. 

A Defesa Civil do país, FEMA, ordenou a retirada imediata dos turistas da área de Dare County, na Carolina do Norte, mas permitiu que residentes permaneçam na área até novas instruções.


Irene
Irene se move em sentido noroeste a 19 km/h e uma ligeira mudança rumo ao norte-noroeste está prevista para o dia de hoje. Com isso, o furacão deverá contornar a costa da Flórida e seguir em direção norte, com grande possibilidade de atingir os estados da Carolina do Norte e da Virgínia nas próximas 48 horas.
furacão irene


Irene é um sistema de baixa pressão de grande porte. A pressão barométrica estimada no olho do furacão é de 950 hectoPascais, mas deverá baixar ainda mais à medida que se intensifica. 

Ventos com intensidade de furacão se estendem a mais de 110 km desde o núcleo da tormenta, enquanto ventos com força de tempestade tropical podem ser registrados a mais de 410 km a partir do seu centro. 

Segundo o NHC, surtos de tempestade deverão elevar o oceano 3.5 metros acima do nível médio próximo à costa das Bahamas, produzindo ondas que poderão ultrapassar 7 metros de altura.

Surto de tempestade é elevação anormal e instável da água do mar, provocada pela forte queda de pressão causada pelo furacão acima do oceano.

Swells provocados por Irene também são esperados em toda a porção sudeste dos EUA, desde o extremo sul da Flórida até o Estado da Geórgia. 

Irene é o primeiro furacão a atingir os EUA nos últimos 3 anos. Em 2008 o país foi castigado pelo furacão Ike, de categoria 2, que tocou o continente na região de Galveston, no Texas. O último furacão de categoria 3 que tocou o solo americano foi Wilma, no ano de 2005. No mesmo ano, outro furacão, Katrina, devastou a cidade de Nova Orleans, no Golfo do México.

ACOMPANHE AS IMAGENS DE HOJE (27/08/2011)


IMAGEM DE SATÉLITE GOLFO DO MÉXICO 


fonte:


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

BELO MONTE "NON"": journée mondiale, les français à Paris-La Défense 20 août 2011



Organisée dans le cadre des journées mondiales d'action contre le barrage de Belo Monte, soutenue par le chef Raoni (qui revient en Europe fin septembre 2011), France Libertés, Movimento Xingu Vivo Para Sempre et l'ONG américaine Amazon Watch et relayée par le site www.raoni.fr, la page Facebook www.facebook.com/xingudam et la Fondation pour la Nature et l'Homme, une manifestation s'est tenue le samedi 20 août 2011 de 15h à 18h à la Grande Arche de la Défense.


Contrairement à ce qu'a annoncé l'AFP, ce sont au total près de 200 personnes qui se sont regroupées malgré la canicule pour affirmer leur opposition à ce projet - et à tout autre du même ordre - dévastateur aussi bien pour le devenir des peuples autochtones concernés que pour l'extraordinaire biodiversité de cette région jusqu'ici intacte et préservée de la souillure de l'Homme. Près de 200 nouvelles signatures à la pétition de Raoni ont également été collectées.

Aux organisations partenaires, se sont joints également Amnesty France et Forestever qui ont pu donner leur point de vue sur la situation. Un exposé de l'historique du barrage et de l'usine hydroélectrique de Belo Monte, une mise en contraste de la présentation du projet par ses concepteurs avec celle proposée par des spécialistes indépendants (scientifiques, économistes, spécialistes en énergie...), une présentation des enjeux inhérents à la poursuite d'une politique agressive de déforestation et de multiplication de projets de grands barrages en Amazonie, un rappel de l'implication de la France ou de sociétés françaises dans des projets de méga-barrages nuisibles à l'environnement et portant atteintes aux droits de l'Homme (Petit Saut en Guyane française, Jirau et Belo Monte en Amazonie) ont été proposés aux participants, avec le concours d'une juriste spécialiste de la question.


La manifestation a favorisé une prise de parole citoyenne qui a permis d'apporter des témoignages vibrants. Les personnes présentes ont demandé l'abandon définitif du projet Belo Monte, la suspension de tout autre projet de barrage en Amazonie allant à l'encontre du respect des droits des peuples autochtones et de la biodiversité et la préférence systématique aux alternatives énergétiques non destructrice pour l'environnement. Ils ont aussi exprimé leur soutien au cacique Raoni par l'intermédiaire de pancartes, banderoles et slogans.

Un appel a été lancé au président français Nicolas Sarkozy afin qu'il reçoive le chef Raoni lors de son prochain voyage et lui apporte son aide, comme il s'y est engagé devant les caméras :http://www.dailymotion.com/video/xc7yvp_rencontre-avec-raoni-chef-du-peuple_news . Il a aussi été demandé, au nom des 100 000 signataires de la pétition, une prise de position de la part des responsables politiques français, jusqu'ici muets sur le sujet.

Les manifestants ont conspué à de nombreuses occasions les compagnies Alstom (contrat pour les turbines du barrage de Belo Monte à hauteur de 500 millions d'euros) et GDF-SUEZ (importante participation financière et logistique au barrage de Jirau, rio Madeira), toutes deux présentes dans la quartier d'affaires de la Défense.

Cette manifestation a précédé de quelques heures une journée de mobilisation sans précédent au Brésil (plus de 22 villes concernées). Des militants de nombreus pays ont repris le flambeau lundi 22 août devant leurs ambassades et consulats du Brésil respectifs. Les populations autochtones d'Amazonie, farouches opposants à ce projet et garants de la préservation de la forêt et de sa biodiversité, précieuse pour l'humanité entière, comptent sur un important soutien afin que le Brésil ne puisse plus continuer à les ignorer.


Alors que le Brésil souhaite apporter la preuve, aux yeux du reste du monde, du rayonnement économique et de l'autonomie énergétique du Brésil, pays hôte de la Coupe du monde de football en 2014 et des JO en 2016, ces échéances devraient encourager la multiplication des manifestations à l'encontre du Belo Monte, devenu symbole mondial de la lutte pour la préservation des derniers espaces naturels de la Terre.

Tous les recours pour enrayer sa construction ayant été épuisés au Brésil, les représentants des organisations opposées à Belo Monte affirment que seule une mobilisation mondiale et des pressions à l'international peuvent, aujourd'hui changer la donne.

Tamar divulga balanço da reprodução de tartarugas no continente

A Coordenação Nacional do Projeto Tamar/ICMBio acaba de divulgar os resultados finais da 30ª temporada reprodutiva das tartarugas marinhas (2010/2011), encerrada agora no primeiro semestre. Os dados apontam para novos recordes, só no continente: cerca de 18.200 ninhos registrados e protegidos, gerando aproximadamente 1 milhão e 250 mil filhotes que chegaram ao mar em segurança. Isso representa um aumento de 20% em relação à temporada reprodutiva anterior.
Esses resultados se referem à temporada no continente, nas áreas de reprodução. As ilhas estão fora, assim como áreas de alimentação, onde não há desovas, como Ubatuba e Ceará, por exemplo. Os avanços anunciados pela coordenadora técnica nacional do Tamar, oceanógrafa Neca Marcovaldi, resultam do trabalho de conservação realizado através de 16 bases de pesquisa instaladas em áreas prioritárias de desova monitoradas no litoral de cinco Estados brasileiros: Rio de Janeiro, Espirito Santo, Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte.
Durante a temporada, entre setembro e março, foram flagradas 1.614 fêmeas em processo reprodutivo, incluindo indivíduos marcados em temporadas anteriores (535 fêmeas) e encontrados pela primeira vez (1.079 fêmeas). O esforço de marcação resultou no flagrante de 2.081 fêmeas em processo reprodutivo. Além da marcação e coleta de dados biométricos, foram recolhidas amostras de pele para estudos genéticos.
Novos aliados - Graças à continuidade dos esforços de educação ambiental, envolvimento comunitário e aprimoramento do monitoramento das praias, conseguiu-se manter mais de 70% dos ninhos no local original de postura escolhido pela fêmea (ninhos in situ), estratégia de conservação considerada ideal para as desovas de tartarugas marinhas.
Somente os ninhos sob risco de predação humana ou animal, ação da maré, ou localizados em áreas urbanizadas foram transferidos para os cercados de incubação, expostos às condições climáticas naturais, ou para trechos seguros de praia.
Os cercados protegem as desovas, mas não representam um recurso ideal. Mesmo assim, ressalta a coordenadora nacional do Tamar, têm excelente aproveitamento do ponto de vista da educação e sensibilização da sociedade, pois possibilitam a milhares de pessoas vivenciaram o nascimento das tartaruguinhas e seu caminho até o mar, inclusive em solturas programadas nas praias. São ações interativas que acabam conquistando novos aliados na defesa das tartarugas marinhas.