quinta-feira, 16 de setembro de 2010

ENCONTRO INTERNACIONAL


2º Encontro Internacional de Arqueologia Amazônica tem início em Manaus
Estudos e projetos voltados para a arqueologia amazônica serão apresentados no evento (Foto: Divulgação)

 "A Amazônia tem um patrimônio arqueológico riquíssimo, alguns estudos e projetos serão mostrados neste encontro que deve fortalecer a arqueologia no Amazonas. Ao final das discussões esperamos ter um avanço na produção do conhecimento local". Essas, foram as palavras do presidente da Sociedade Brasileira de Arqueologia, Eduardo Neves, durante a abertura do II Encontro Internacional de Arqueologia Amazônica, realizado domingo, 12/09, às 18h, no Auditório do Palacete Imperial, na Praça da Polícia, em Manaus.

O Encontro que teve a sua primeira versão realizada na cidade de Belém, há dois anos, conseguiu reunir em Manaus mais de 100 estudantes dos estados da região Norte, além de pesquisadores de diversos países. O evento é uma promoção da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em parceria do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP), e a Universidade Federal do Amazonas com patrocínio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e Secretaria de Estado da Cultara (SEC).

A abertura teve a participação do reitor da UEA, José Aldemir de Oliveira, e do vice-reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Edinaldo Narciso Lima, além do diretor do Museu Amazônico, Sérgio Braga, e do assessor de Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura do Amazonas, Cristian Pio Ávila.

A importância do evento para arqueologia amazônica foi destacada também pelo reitor da UEA, que pediu aos pesquisadores compromisso para que os trabalhos de pesquisas aqui iniciados não parem. "Tracem mais caminhos para pesquisa a fim de que esses sítios arqueológicos continuem sendo estudados", afirmou.

Entre os estudantes que vieram a Manaus, está Ana Betânia de Souza Pimentel, aluna de pós-graduação da Universidade Federal do Pará (UFPA). "É um encontro muito importante, pois é uma oportunidade única de conhecer pesquisadores de diversos países que estudam, escavam e trabalham na Amazônia", disse a aluna que apresentou um pôster na primeira sessão.

Conferência
A conferência de abertura foi feita pelo arqueólogo Michael Heckenberger, da Universidade da Flórida, autor de descobertas arqueológicas na Amazônia. Segundo ele, a região abrigou cidades muito maiores do que as que foram descobertas pelos europeus, e que mantinham entre si relações de poder e hierarquia.
 O pesquisador lembrou com entusiasmo do início dos trabalhos de escavação na Amazônia, há duas décadas, quando existiam apenas 7 publicações sobre a região, e dois sítios arqueológicos. "Hoje temos mais de 500 publicações e mais de 20 sítios. Nós avançamos muito e a prova maior está nesse auditório repleto de jovens que se dedicam às pesquisas históricas", relatou Heckenberger.

O evento segue até sábado, quando serão realizadas visitas aos sítios próximos a Manaus. O evento prossegue nesta segunda-feira, 13/09, com a realização de atividades, como palestras, seções de apresentação oral (em forma de simpósios e comunicações individuais) e seções destinadas à apresentação de pôsteres científicos.

Entre os principais temas, a programação aborda a Arqueologia da Guiana e suas ligações com Amazônia e Caribe;  Gestão do Patrimônio Arqueológico – Estruturas e Políticas Públicas; a Geoarqueologia na Amazônia; Paleoambiente e Arqueologia; Dispersões humanas e manejo da natureza; Genética, Ecologia e Domesticação de Plantas e Paisagens e cultura material: dispersão regional e cronologias locais, entre outras palestras.
Integra a coordenação do Encontro, o Dr. Eduardo Góes Neves (USP), a Dra. Helena Pinto Lima (Universidade Federal do Amazonas) e a Dra. Anne Rapp Py-Daniel (Universidade do Estado do Amazonas).

Agência Fapeam,
com informações da UEA