quarta-feira, 29 de setembro de 2010

RÉPLICA DE FÓSSIL EM EXPOSIÇÃO NO IG

Réplica de crocodilo que viveu há 90 milhões de anos está exposta no IG

UNICAMPDetalhe do esqueleto do Baurusuchus salgadoensis: animal era carnívoro e tinha hábitos terrestres

Há cerca de 90 milhões de anos, um crocodilo que media perto de 2,5 metros e pesava cerca de 150 quilos convivia com diversas espécies de dinossauros no Interior de São Paulo.

O animal, que tinha hábitos terrestres e se alimentava de carne, era provavelmente ágil, dado o posicionamento ereto de suas patas. 
Uma réplica em tamanho natural do esqueleto desse réptil (Baurusuchus salgadoensis), cujo fóssil foi encontrado no município de General Salgado, no Oeste do Estado, pode ser visitada no saguão de entrada do novo prédio do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp.
A peça, que ajuda a contar um pouco da história do período Cretáceo, foi produzida em silicone especial pelo biólogo e artista em história natural Ariel Milani Martine, graças ao esforço da professora Fresia Ricardi Branco, do IG.

A professora Fresia e a estudante Melina ao lado da réplica: peça tem grande valor didáticoDe acordo com a docente, essa é a primeira réplica do gênero disponível na Universidade. Desde que foi instalada nas dependências do Instituto, ela tem chamado a atenção das pessoas, principalmente das crianças e adolescentes. 

Durante o evento Unicamp de Portas Abertas (UPA), ocorrido nos dias 10 e 11 de setembro, a peça fez o maior sucesso entre os visitantes. “A réplica tem um grande valor didático. Há uma grande diferença entre ver uma gravura do animal e ver a sua boca e dentes em tamanho real”, explica. Ainda segundo Fresia, o original no qual a cópia fiel foi baseada foi encontro numa formação rochosa denominada Adamantina, muito propícia ao processo de fossilização.

O custo de produção da réplica, conforme a professora do IG, foi de apenas R$ 5 mil, financiados pelo Fundo de Apoio ao Ensino, à Pesquisa e à Extensão (Faepex), mantido pela Unicamp. “Nossa intenção, agora, é conseguir produzir a réplica de um dinossauro que vivia no Brasil, também em tamanho natural. Nós respondemos a um edital do CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia] com esse objetivo.

Estamos torcendo para que a nossa proposta seja acolhida”, adianta Fresia, ao lado da orientanda Melina Mara de Souza, que tomou a iniciativa de divulgar a chegada da réplica do crocodilo ao IG. Melina estuda as mudanças climáticas ocorridas no período Quaternário (aproximadamente 2 milhões de anos atrás), para relacioná-las com as alterações em curso no planeta.

Edição das imagens: 
Luís Paulo Silva