quarta-feira, 30 de novembro de 2011

El Hombre que Plantaba Árboles



Uma história bonita e edificante que nos diz o quanto podemos fazer pelos outrospelo planeta e por nós mesmos.










Nota recebida pelo YOUTUBE - Lamentamos a interrupção. Estamos recebendo um grande volume de solicitações da sua rede. Caso ocorra interrupção de som no vídeo assista no youtube.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Avançando no Cooperativismo Agroecológico

Esther Vivas

Frente a um modelo de consumo e produção agrícola capitalista, que nos conduz a uma crise alimentar, climática e do campo sem precedentes, surgem outras práticas desde baixo, e da esquerda, na produção agrícola, na distribuição e no consumo. Trata-se de experiências que buscam estabelecer uma relação direta entre o produtor e o consumidor, a partir de relações solidárias, de confiança, cooperativas, locais, aumentando as alternativas viáveis ao sistema atual.
O número destas iniciativas tem se multiplicado de forma exponencial nos últimos tempos em todo o mundo. Em muitos países da América Latina, Europa, Ásia, América do Norte…encontramos cada vez mais iniciativas que põem em contato cooperativas de produtores com grupos de consumidores, que organizam modelos alternativos de distribuição de alimentos, que apostam em “outro consumo”, que estabelecem relações diretas e solidárias entre o campo e a cidade ou que reconvertem terrenos abandonados das grandes cidades em hortas urbanas para o auto-consumo e/ou a distribuição local.
Nos países do Sul, o abandono do campo ao longo das últimas décadas, como resultado das políticas neoliberais, intensificou a migração campo-cidade, provocando um processo de “descamponesação”/1. Nas ultimas décadas esta dinâmica, em muitos países, não tomou a forma de um processo clássico, onde os ex-camponeses iam para as cidades para trabalhar em fábricas e no processo de industrialização.  Produziu o que Davis/2 chama uma “urbanização desconectada da industrialização”, onde os ex-camponeses empurrados para as cidades passaram a engrossar as periferias, muitos vivendo da economia informal e configurando um “proletariado informal”. No Brasil, por exemplo, a população vivendo em grandes cidades passou de 31% em 1940 para 81% na atualidade/3. Estes processos explicariam a criação de novos mecanismos de produção e distribuição de comida nas metrópoles do Sul Global frente ao abandono do campo.
Diante da atual crise no modelo agroalimentar, vários estudos demonstram como a produção camponesa de pequena escala é altamente produtiva e capaz de alimentar a população mundial. A pesquisa realizada em 2007 pela Universidade de Michigan/4, que comparou a produção agrícola convencional com a agroecológica, deixou isso bem claro. Suas conclusões, apontaram, considerando as estimativas mais conservadoras, que a agricultura orgânica poderia fornecer no mínimo tanto alimento quanto se produz atualmente, apesar de que seus pesquisadores consideraram como estimativa mais realista que a agricultura ecológica poderia aumentar a produção global de alimentos em 50%.
Algumas Experiências
Desta forma, surgem experiências que demonstram que outra maneira de trabalhar a terra, produzir alimentos e comercializá-los é possível. Cada um destes modelos se adapta às necessidades de seus membros e seu entorno. As iniciativas que existem no Brasil, por exemplo, são distintas de outras realizadas na França, e estas diferentes das que se realizam nos Estados Unidos. Entretanto, apesar das diferenças, existe um denominador comum: solidariedade produtor-consumidor, cooperativismo e auto-organização.
No Brasil existem atualmente 22 mil empreendimentos econômicos solidários, que incorporam as pessoas excluídas do mercado de trabalho, sendo que 48% deles se encontram no âmbito rural e são formados por associações de pequenos produtores. Atualmente, estes grupos são formados por mais de um milhão e setecentas mil pessoas que fazem parte do movimento da economia solidária/5, inserindo-se, em parte, no conjunto das alternativas ao atual modelo de produção, distribuição, comércio e consumo.
Em Cuba, as hortas agroecológicas urbanas representam uma das experiências de produção agrícola mais exitosas. Um modelo que se iniciou como resposta a crise agrícola que a Ilha vivia nos anos 90, depois do afundamento da União Soviética, quando esta tinha que importar 50% dos alimentos necessários para seu consumo, como conseqüência de um modelo agrícola que havia convertido o pais em exportador de mercadorias de luxo e importador de alimentos para seus habitantes. O plano de choque de princípios dos anos 90, que consistia em transformar em agricultura urbana (plantando na cidade, além do campo, e reduzindo o uso de transporte, de refrigeração e outros recursos) teve mais êxito que o previsto. Ao final dos anos 90 existiam em Havana mais de 8 mil granjas e hortas urbanas, onde trabalhavam cerca de 30 mil pessoas. Um modelo que se multiplicou por toda a Ilha com o aumento da produção entre 250 e 350%/6.
Na França se desenvolveram redes de solidariedade entre produtores e consumidores através das AMAP (Associação para a Manutenção da Agricultura Camponesa). Uma experiência que parte de um “contrato solidário” entre um grupo de consumidores e um agricultor agroecológico local, sendo que os primeiros pagam adiantado o total de seu consumo por um período determinado e o agricultor lhes fornece semanalmente os produtos de sua horta. Desde a criação da primeira AMAP, em 2001, estas se multiplicaram por todo o pais, chegando a 750 AMAP, administradas por 30 mil famílias/7.
Em outros países da Europa, experiências como as das AMAP remontam os anos 60, quando a Alemanha, a Áustria e Suíça começaram a desenvolver iniciativas similares como resposta à crescente industrialização da agricultura. Na Grã Bretanha estas iniciativas começaram a funcionar nos anos 90 com o nome de CSA (Agricultura Apoiada pela Comunidade), ou Vegetable Box Scheme (esquema de caixas de vegetais) e no início de 2007 haviam cerca de 600 iniciativas deste tipo/8.
No Estado Espanhol, os primeiros grupos de consumo surgiram no final dos anos 80 e princípio dos anos 90, mas somente tiveram um crescimento importante em meados dos anos 2000. Em cifras totais, se trata de experiências que somam um número reduzido de pessoas, mas sua tendência é de aumento, mostrando uma crescente preocupação pelo atual modelo agroalimentar e a vontade de realizar um consumo que seja solidário com o campo, com critérios sociais e ambientais.
Apesar de compartilhar critérios comuns, observa-se uma grande variedade de modelos organizacionais, de relação com os agricultores, de formato de compra, etc. Alguns são integrados por consumidores e produtores, e outros somente formados por consumidores. Há alguns modelos que o consumidor pode escolher os produtos da época que deseja, e outros que ele recebe a cada semana uma cesta fechada com frutas e verduras da horta. A maior parte das experiências funcionam a partir do trabalho voluntário de seus membros, embora haja algumas iniciativas profissionalizadas que incluem também a venda em loja.
A multiplicação destas experiências levanta uma série de oportunidades para desenvolver outro modelo de consumo desde o local, recuperando nosso direito de decidir sobre como, quando e quem produz aquilo que comemos. Os desafios são como chegar a mais gente; tornar as experiências viáveis; manter os princípios de ruptura com o modelo agroindustrial atual; seguir vinculadas a uma produção e consumo locais; e combater as tentativas de cooptação e marketing verde.
As cooperativas e os grupos de consumo devem aliar-se com outros atores sociais (agricultores, trabalhadores, mulheres, ecologistas, pescadores…) para mudar o modelo agroalimentar; mas também devem ir além e participar em espaços amplos de ação e debate, para conseguir uma mudança de paradigma global. Estas iniciativas não devem ficar somente no discurso de alternativa concreta, de pequena escala, senão inserir-se dentro de uma estratégia geral de transformação social.
A lógica capitalista que impera no modelo agrícola e alimentar atual é a mesma que afeta outros âmbitos de nossas vidas. Mudar este sistema agroalimentar implica em mudança radical de paradigma, e a crise múltipla do capitalismo que estamos imersos mostra isso claramente.

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1 Bello, W (2009). The Food Wars. Londres. Verso.

2 Davis, M. (2006) Planet of slums. Londres. Verso.
3 Marques, P. (2009) La dimensión sociopolítica del movimiento de la Economía Solidaria en Brasil: Un estudio del Foro Brasileño de Economía Solidaria, Universidad de Granada.
4 Chappell, M.J. (2007) Shattering myths: Can sustainable agriculture feed the world? en:http://www.foodfirst.org/node/1778
5 Ibid.
6 Murphy, C. (2000) Cultivating Havana: Urban agriculture and food security in the years of crisis en:http://www.foodfirst.org/pubs/devreps/dr12.pdf
7 Para mais informações sobre as AMAP ver: López García, D. (2006) AMAPs: contratos locales entre agricultores y consumidores en Francia en: http://bah.ourproject.org/article.php3?id_article=86
8 Para obter mais informações sobre estas experiências na Grã Bretaha ver: Soil Association, (2005) Cultivating communities farming at your fingertips en: http://www.soilassociation.org

*Tradução: Roberta Sá, www.alimentoparapensar.com.br .

A alternativa agroecológica


Árvores adubadoras fazem sucesso na África
da AS.PTA
Centenas de milhares de agricultores familiares da África Austral estão utilizando arbustos e árvores de crescimento rápido para fertilizar seus campos naturalmente e, assim, aumentar as produtividades e rendimento.
Cientistas do ICRAF (World Agroforestry Centre – em português, Centro Mundial de Agrofloresta), uma ONG de pesquisa no Quênia, analisou o trabalho de duas décadas voltado à introdução das “árvores adubadoras” nas propriedades rurais africanas. Os resultados foram publicados no último mês na revista International Journal of Agricultural Sustainability (edição de 14 de outubro).
As árvores adubadoras, como a acácia, capturam nitrogênio do ar e o transferem para o solo em um processo conhecido como fixação de nitrogênio. Isso ajuda na assimilação de nutrientes e aumenta a produtividade das lavouras, com potencial para dobrar ou mesmo triplicar as colheitas. As árvores também melhoram a eficiência hídrica das propriedades e ajudam a prevenir a erosão do solo.
Quatrocentos mil agricultores da África Austral (Malaui, Moçambique, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue) estão utilizando árvores para impulsionar suas produções, e há ainda milhões de agricultores familiares carentes de recursos que poderiam se beneficiar delas”, declarou Oluyede Ajayi, primeiro autor do estudo e cientista sênior do ICRAF.
Os pesquisadores observaram que a produtividade do milho e o rendimento dos agricultores são significativamente mais altos em áreas onde as árvores são utilizadas. Na Zâmbia, por exemplo, os rendimentos dos agricultores que usam árvores adubadoras foram de, em média, US$ 230-330 por hectare, enquanto o rendimentos daqueles que não usam árvores foi de apenas US$ 130. Este aumento na renda proporcionou alimentos para até 114 dias extras.
Segundo Ajayi, a fertilidade do solo cumpre um papel crítico em assegurar a segurança alimentar para agricultores familiares em muitos países africanos. Para ele, é preciso empreender esforços para tirar vantagem de todas as opções disponíveis – incluindo as árvores adubadoras – ao invés de travar inúteis debates acadêmicos sobre fertilizantes orgânicos versus inorgânicos.
Ele sugere a criação de políticas e programas institucionais que possam apoiar o uso das árvores adubadoras e a disseminação de informações sobre seus benefícios. (…)
Fonte: Fertiliser trees prove a hit in southern Africa – SciDev Net, 03/11/2011.
Leia a íntegra do artigo: Oluyede Clifford Ajayi, Frank Place, Festus Kehinde Akinnifesi, Gudeta Weldsesemayat Sileshi. Agricultural success from Africa: the case of fertilizer tree systems in southern Africa (Malawi, Tanzania, Mozambique, Zambia and Zimbabwe). International Journal of Agricultural Sustainability, 2011; 9 (1): 129 DOI: 10.3763/ijas.2010.0554

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

África do Sul é país anfitrião e mediador da Conferência do Clima da ONU

Este ano, a Conferência do Clima das Nações Unidas acontece em Durban, na África do Sul. As expectativas são baixas, mas o país, como anfitrião, luta para que o encontro resulte em medidas concretas.


A meta oficial é um acordo compulsório, em nível internacional, para a proteção do clima: seja através da prorrogação do Protocolo de Kyoto ou da assinatura de um novo acordo. Entretanto, quase ninguém mais espera grandes sucessos nessas negociações que já se arrastam por anos. O país anfitrião, a África do Sul, quer, contudo, tentar inserir em um documento final o maior número possível de resultados – seja através da diplomacia, da habilidade para negociar ou de uma agradável atmosfera durante as negociações.
A África do Sul vê seu papel como o de um mediador entre as partes, ou seja, entre os países industrializados e os emergentes, e também como legítimo representante da África, continente que já sofre hoje com as consequências das mudanças climáticas. Este é um papel que a África do Sul, como anfitriã da Conferência do Clima em Durban, está em condições de desempenhar, na opinião de Lance Greyling, líder da bancada do partido de oposição "Independent Democrats" e membro da comissão parlamentar de energia e meio ambiente.
The Sabie River in flood over the HIGH water bridge, February 2000 - Kruger National Park, South Africa
+++CC/Stuart.Bassil+++
am 9.6.2006 aufgenommen
am 21.11.2011 geladen
Lizenz: http://creativecommons.org/licenses/by/2.0/deed.de
http://www.flickr.com/photos/93014478@N00/163551787/


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Enchente emparque nacionalsul-africano. África já senteas mudanças climáticas
Segundo Greyling, a África do Sul sempre ocupou uma posição interessante neste contexto: se, por um lado, o país é ameaçado pelas mudanças climáticas, por outro, é uma das nações que mais viola as regras de respeito ao meio ambiente. O país pertence tanto ao grupo das nações em desenvolvimento quanto ao dos grandes emergentes. Além de representar também a posição africana e, com isso, o desejo de um acordo que inclua medidas compulsórias para os signatários. "Espero que as negociações levem a uma compreensão das diferentes perspectivas. O fato de desempenharmos papéis tão diferentes pode ser uma vantagem", completa Greyling.
África do Sul: "crimes ecológicos"
Segundo estatísticas das Nações Unidas, as emissões de CO2 per capita no país, no ano de 2008, foram de aproximadamente 8,8 toneladas. Este é, com certeza, o nível mais alto da África, sendo 14 vezes maior que o da Nigéria e 29 vezes maior que o do Quênia. Em comparação com os países europeus, as emissões de CO2 sul-africanas ultrapassam as da França, da Itália e da Espanha. A razão disso está na energia consumida no país, que é obtida principalmente (95%) de usinas de carvão, gerando um tão alto nível de emissões.
Apesar disso, a estatal "Eskom" está construindo no momento duas das maiores usinas de carvão do mundo, financiadas graças a um empréstimo do Banco Mundial. O governo sul-africano reconheceu a enorme dependência dos combustíveis fósseis tarde demais, no entender de Lance Greyling. "Antes de 2005, o assunto das mudanças climáticas não fazia parte das discussões no país. Desde então, porém, muita coisa mudou. Hoje em dia, estamos até fazendo progressos em termos de política climática", diz.
Na Conferência do Clima em Copenhague, a África do Sul foi um dos primeiros países emergentes a se submeter a uma redução drástica das emissões de CO2. Até o ano de 2020, deverá ocorrer uma redução em torno de 34%. Uma meta ambiciosa, levando em conta a indústria do país, extremamente dependente de energia, avalia Greyling. "Confiamos por muito tempo no carvão como fonte barata de energia. Nossa indústria, as minas, todas as empresas, somos todos dependentes dela. De forma que nossas metas de proteção ambiental são uma ruptura com o passado", analisa o parlamentar.
Usinas nucleares em planejamento
A fim de atingir suas ambiciosas metas e matar a crescente fome de energia da indústria nacional, a África do Sul aposta nas energias renováveis, mas também na energia nuclear. Na pauta dos políticos, a proteção ambiental concorre com medidas de combate à pobreza e com a necessária ampliação dos setores de educação e saúde, bem como com a criação de novos empregos. Os preços da energia no futuro e o financiamento da mudança no setor energético são, neste contexto, os grandes desafios a serem enfrentados, na opinião de Antonie Nord, diretora da Fundação Heirich Böll, na Cidade do Cabo.
"Se a África do Sul estiver, de fato, falando sério, e construindo seis reatores nucleares, então não sei como será possível, em termos de custos, ainda investir em energias renováveis", observa Nord. Pois estas energias, embora sejam a longo prazo mais baratas, necessitam de altos investimentos iniciais. "Os países industrializados têm obrigação de ajudar a África do Sul em termos de financiamento de investimentos, através de transferência de tecnologia e recursos", acredita Nord. Isso está implícito, segundo ela, também na ideia do "Fundo Verde do Clima". É necessário, resume ela, apoiar países como a África do Sul na difícil tarefa de uma virada na política energética.
África do Sul aposta no sucesso do "Fundo Verde do Clima"
Os debates sobre um "Fundo Verde do Clima" deverão continuar durante a Conferência do Clima em Durban. Embora os países industrializados já tenham aceitado disponibilizar 100 bilhões de dólares para o financiamento de medidas de proteção ambiental, ainda não está claro como e quem deverá gerenciar esses recursos e de onde o dinheiro deverá vir.
Os orçamentos públicos, diante da atual situação financeira global, não conseguirão arcar sozinhos com isso. Apesar disso, a África do Sul está certa de que poderá criar as bases para um acordo neste sentido. Tendo em vista as parcas esperanças de um acordo compulsório internacional neste contexto, um resultado como esse poderia ser considerado um verdadeiro sucesso para o país anfitrião da cúpula.
Autora: Leonie March (sv)

Revisão: Marcio Damasceno/DW-World.de

FAO promove visão de agricultura inteligente em conferência sobre clima

Agência da ONU organiza duas reuniões no mesmo dia durante Conferência Mundial para mostrar como agricultura pode ser rentável para os produtores e desenvolvimento nacional.

Foto: FAO
Susete Sampaio, da Rádio ONU em Lyon.
A 17ªedição da Conferência de Partes, COP 17, da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança Climática, Unfccc, começa nesta segunda-feira, em Durban, na África do Sul, e vai até 9 de dezembro.
Logo nesta terça-feira, dia 29, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, marcará presença com duas reuniões distintas para apresentar a sua visão das práticas agrícolas “inteligentes’’ em termos climáticos. Um conceito que a agência da ONU lançou no ano passado através da publicação “Práticas Agrícolas Inteligentes: Políticas, Práticas e Financiamento para a Segurança Alimentar, Adaptação e Atenuação”.
Conhecimento do conceito
Na primeira sessão com o nome de Dia do Conhecimento da Inteligência Climática, a FAO apresenta um relatório sobre como a agricultura pode tornar-se menos dependente de combustíveis fósseis e como as áreas das florestas e da pecuária podem adaptar-se e atenuar a mudança climática.
A reunião segue com os programas que a FAO elaborou na área, um fórum de diálogo, debates sobre desenvolvimento e mudança climática, também com o objetivo de encontrar parcerias na área da economia verde.
De acordo com a agência, a agricultura pode tornar-se mais adaptada ao clima e ao mesmo tempo reduzir a vulnerabilidade dos agricultores à mudança climática e reduzir a contribuição do setor para o aquecimento global.
Este tipo de agricultura pode aumentar a produtividade e rendimento, reforçar os meios de subsistências e a resistência dos ecossistemas a mudança climática e a variância, reduzir e eliminar os gases de efeito estufa, e melhorar a segurança alimentar e os objetivos de desenvolvimento dos países.
Para isso, a FAO refere a necessidade de uma melhor gestão dos recursos naturais, como terra, água, solo e biodiversidade; a prática da preservação agrícola, florestal e da gestão dos recursos e água; e a gestão integrada das pragas.
Diálogo civil
Já na segunda reunião do dia, com o título de Diálogo com a sociedade Civil, a FAO junta-se a representantes da sociedade civil a quem pretende mostrar os seus programas e receber opiniões construtivas. A constatação de um desenvolvimento rápido desse tipo de agricultura faz a organização pensar querer comprometer-se com decisores políticos para um diálogo construtivo e uma compreensão mútua do conceito.

'Fundo do Clima' pode salvar COP-17 do fracasso

por Virginia Toledo-Brasil Atual
Com esboço pronto para ser negociado, o Fundo do Clima Verde pode representar, segundo especialistas, um dos únicos avanços na COP-17, que começa na segunda-feira (28) e segue até 9 de dezembro, em Durban, na África do Sul. O mecanismo sugere a criação de um fundo destinado a ajudar os países em desenvolvimento a enfrentarem as mudanças climáticas. A previsão é de que o Fundo do Clima Verde canalize até 2020 em torno de 100 bilhões de dólares.

"O fundo foi criado com o objetivo de apoiar com recursos financeiros os países que precisavam de ajuda para a chamada mitigação, que seria a redução das emissões de gases e adaptação aos efeitos da mudança climática", explica Maureen Santos, do Núcleo Justiça Ambiental e Direitos da ONG Fase.

A COP-17, que entra para o histórico das conferências de clima como uma das decisivas por definir o futuro do Protocolo de Kyoto - acordo entre 37 países, incluindo a União Europeia, para reduzir emissões de gases do efeito estufa com metas obrigatórias -, poderá ter como eixo principal outra proposição. Como a formatação do protocolo é vista com ceticismo por ambientalistas, a conclusão do fundo permitiria "salvar" a COP-17 do fracasso.
A dúvida, entretanto, é atribuida à definição de quem irá gerir os recursos, já que serão advindos de diversos países desenvolvidos, mas somente um sistema de ajuda internacional poderia administrá-lo. Decisão que ainda não consta do esboço.

Para Maureen, os governos argumentam que um dos grandes problemas para a discussão ambiental não avançar é exatamente a crise. A alegação dos governantes, segundo ela, é de que eles não têm condições de ajudar outros países a enfrentarem as mudanças climáticas. Porém, para Osvaldo Stela, coordenador de projetos do Programa de Mudança Climáticas do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), a sifra envolvida na criação desse fundo não é algo que represente um impacto econômico. "O impacto na economia para a redução de gases do efeito estufa é muito maior do que as doações para o fundo. Isso, portanto, representa a facilitação para que o fundo seja aprovado", destaca.

Se eventualmente o fundo for aprovado, há posições negativas de participantes quanto à chance de que ele seja selado como tratado climático obrigatório, para vigorar a partir de 2013 no lugar do Protocolo de Kyoto.
Boicote ao Fundo Verde
Segundo Laurence Graff, chefe da unidade de relações internacionais e interinstitucionais da Comissão Europeia, os Estados Unidos e a Arábia Saudita disseram opor-se a alguns aspectos do fundo. "A natureza dessas objeções, se são preocupações sérias, ou se (os dois países) desejam acrescentar recomendações, está para ser vista", disse Graff.
Os EUA e outros países desejam que o Banco Mundial tenha um papel central na gestão do fundo, enquanto algumas nações em desenvolvimento e ambientalistas se opõem, alegando que a instituição não tem credenciais ambientais.
Com informações da Reuters