quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

CIÊNCIA E PESQUISA

A Ciência está em alta
Foto: Divulgação
 Dizer da importância da Ciência na vida de um país é chover no molhado.

 Acentuar o fato de que, por trás de um país rico, poderoso e de economia competitiva, há sempre uma forte e consolidada política científica, tecnológica e inovadora é, igualmente, bater na mesma tecla. Não creio que alguém razoavelmente informado não tenha conhecimento dessas evidências, afinal, os vários exemplos estão diante de nós. A questão, portanto, não está ancorada no mero conhecimento acerca do assunto, mas na convicção, que se sedimenta como cultura, de que não há outra saída. Penso que esse é o caso particular do Brasil e um dos grandes legados do presidente Lula. E não é só isso. 


A estratégia de implementação desses investimentos representou uma importante quebra de paradigma. Ela se deu não apenas de forma descentralizada, antiga reivindicação das regiões menos desenvolvidas, mas também – e aí está a novidade – desconcentrada. Qual o significado disso? As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, proporcionalmente, acabaram recebendo o maior volume de recursos, o que representou um impacto já perceptível no cenário científico em Estados sem grande tradição em pesquisa científica e formação de recursos humanos altamente qualificados. É o caso do Amazonas, que, nos últimos oito anos, despontou como o quarto Estado do País que mais investiu em C&T, atrás apenas de São Paulo, Rio e Minas Gerais. No que tange à formação de doutores, pra somarmos mais um exemplo dentre tantos outros, o avanço entre 2002 e 2008 foi de 146%, o que representa dizer que fomos o segundo Estado do País com salto mais significativo nesse item. E há perspectivas de que, fechados os indicadores até 2010, haja boas surpresas. 

Mas, se, de um lado, o governo federal investiu pesado e estimulou uma política de CT&I para o País, na outra ponta foi decisiva a atuação forte e ousada de alguns Estados, inclusive – e esse é o caso do Amazonas – de alguns que, até 2002, não contavam com nenhuma ação política concreta para essa área. Faço tais considerações a propósito da experiência, já de oito anos, do sistema público estadual de C&T implantado, a partir de 2003, pelo ex-governador Eduardo Braga e continuado pelo governador Omar Aziz. Embora ele seja abrangente ao papel da Secretaria, como grande articuladora, da UEA, como braço responsável pelo ensino, pesquisa e extensão, e do Cetam, dando cobertura às áreas tecnológicas intermediárias, não há dúvida de que o início das atividades da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) em 2003 fez enorme diferença.

 Afinal, de investimento zero em termos de recursos estaduais para a área de CT&I, passou-se a contar com uma agência de fomento que tem por propósito exclusivo financiar a pesquisa e a formação de pesquisadores. Nunca a Ciência foi tão pautada e praticada. Isso vale para o Brasil. Mas vale muito mais para o Amazonas.

* O artigo acima é de responsabilidade do autor. Opiniões devem ser enviadas paraodenildosena@uol.com.br
Agência FAPEAM