Rio termina mapeamento de áreas de risco de deslizamento na cidade
6/1/2011 12:44, Por Redação, com ARN - do Rio de Janeiro
A Prefeitura do Rio anunciou nesta quinta-feira a conclusão de um inédito mapeamento geotécnico (parte da geologia que estuda propriedades dos solos e rochas em função de projetos de construção) que apontou que cerca de 21 mil imóveis em 117 comunidades da cidade estão em áreas consideradas de alto risco.
O estudo feito pela primeira vez no Rio usou tecnologias modernas, como levantamento a laser do terreno e ortofotos e fotos oblíquas. Foram mapeadas as encostas localizadas no Maciço da Tijuca e adjacências, abrangendo 52 bairros das Zonas Norte, Sul, Oeste e do Centro da cidade.
Ao todo foram vistoriados 13,02 km² (1.302 hectares), dos quais 30% foram considerados áreas de alto risco. A partir deste levantamento, o próximo passo da Prefeitura é trabalhar na elaboração de projetos de obras específicas para cada comunidade para tentar minimizar os riscos.
Em 2010, pelo menos 47 dessas comunidades listadas no mapeamento da Geo-Rio já passaram por obras de contenção de encostas e urbanização, além de parte dos moradores ter sido reassentada através do aluguel social e de unidades do “Minha Casa, Minha Vida”. As obras e o reassentamento atenderam cerca de 3 mil famílias. Para 2011, 27 comunidades já têm obras prestes a serem iniciadas ou licitadas, beneficiando outras 2.500 moradias. Muitas das intervenções fazem parte do programa Morar Carioca, lançado ano passado pela Prefeitura e que prevê a urbanização de todas as favelas do Rio até 2020.
O levantamento engloba ainda a área formal da cidade, já que o Maciço da Tijuca tem acessos através de bairros como Cosme Velho, Laranjeiras, Humaitá, Jardim Botânico, São Conrado, Alto da Boa Vista, Barra da Tijuca e Santa Teresa. Nesses casos, em se tratando de área particular, o proprietário do terreno em área de risco será notificado a executar o projeto sugerido pela Geo-Rio.
Além dos projetos de intervenção que estão sendo elaborados para cada área de risco da cidade, a Defesa Civil preparou um sistema de alerta em comunidades que já está em funcionamento e tem o objetivo de reforçar a atuação em casos de emergências.
Foram treinados no ano passado 1.800 agentes de saúde do Programa de Saúde da Família, que serão responsáveis por coordenar as primeiras ações em situações como chuvas, alagamentos, deslizamentos de encosta e risco de desabamentos. O grupo já está presente em 25 das 117 comunidades apontadas no levantamento, o que significa que mais de 40% das famílias em áreas de alto risco já contam com a atuação desses agentes.
E, já a partir da próxima semana e até o fim de janeiro, mais 1.200 pessoas, principalmente líderes comunitários, também receberão o treinamento, totalizando cerca de 3 mil profissionais e fazendo com que todas as comunidades identificadas no estudo tenham agentes capacitados no sistema.
Os profissionais integram o sistema de alerta comunitário, que conta com um meio de comunicação integrado, utilizando aparelhos celulares cedidos pela prefeitura para a troca de mensagens. Os telefones receberão SMS (torpedos) com alertas em caso de ocorrências de chuvas e permitirão a comunicação ágil entre todos os integrantes para que os moradores daquela área sejam conduzidos a pontos de apoio próximos.
Em reunião com o prefeito e representantes da Defesa Civil e da Geo-Rio, todos os presidentes de associações de moradores das 117 comunidades receberam um relatório fotográfico da sua área, uma cartilha com orientações e um desses telefones celulares. À medida que o programa de Saúde da Família avançar nas comunidades, mais agentes de Defesa Civil serão treinados e estarão atuando de forma preventiva no município.