SP terá que reduzir 28,6 milhões de toneladas de gases até 2020 |
Um grande esforço conjunto de diversos setores econômicos da sociedade será necessário para que o Estado de São Paulo consiga cumprir a nova lei estadual de mudanças climáticas regulamentada este ano. A Lei prevê a redução das emissões de gases que provocam o aquecimento global em 20% até o ano de 2020. Na prática são 28,6 milhões de toneladas de gases de efeito estufa que deverão desaparecer da atmosfera.
Especialistas estiveram reunidos na última terça-feira (30), no auditório da sede da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SMA) para a divulgação do Primeiro Inventário Estadual de Gases de Efeito Estufa.
O levantamento teve como base vinte relatórios que mapearam o Estado de São Paulo em cinco grandes setores: energia, agropecuária, resíduos, indústria e o uso da terra ou desmatamento.
Para a secretária-executiva do Proclima, Josilene Ferrer, o Inventário Estadual é resultado de uma iniciativa inédita no Brasil de elaboração de um amplo e detalhado diagnóstico das emissões de gases de efeito estufa do Estado de São Paulo, no período de 1990 e 2008.
O comprometimento na redução de 20% dos gases em São Paulo tem como base dados de 2005, ano-base da elaboração da lei, quando o Estado emitiu 143,4 milhões de toneladas de gases de efeito estufa.
O setor de geração de energia e o uso de combustíveis pelo transporte aparecem em primeiro lugar, com 57% das emissões, o equivalente a 81,2 milhões de toneladas de carbono. A produção agropecuária responde por 20% das emissões, a indústria 8%, o desmatamento 9% e as emissões de resíduos, como o gás metano em aterro sanitários, 6%.
No Estado de São Paulo, em particular, ficou claro que o grande vilão é o setor de transportes. Sozinho, o setor concentra 39,8 milhões de toneladas de carbono. “O desafio será reduzir essas emissões, o que implica em mudanças na logística de cargas e também de passageiros”, declarou Fernando Rei, presidente da CETESB.
São Paulo terminou o ano de 2009 com uma frota estimada em 19,5 milhões de veículos. Só na capital paulista já são 6,55 milhões de veículos, entre carros, motos, vans, caminhões, ônibus e outros. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente a cidade de São Paulo tem um veículo para cada 1,68 morador.
Por isso, as mudanças são urgentes. “Isso vai demandar um esforço de política pública para incentivar, no transporte de cargas, o uso de ferrovias e hidrovias. E, no transporte de passageiros, incentivos à ampliação da rede metroviária e do transporte coletivo como um todo”, diz Rei. “Sem o envolvimento do setor de transportes, a lei de mudanças climáticas corre o risco de não sair do papel”, enfatiza o presidente da CETESB.
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