Edição: Ulysses Varela - Agência FAPEAM/Redação: Nefa Costa
Planta Curauá (Foto: Reprodução)
O Curauá (Ananás erectifolius), planta que ocorre naturalmente na Amazônia na cidade de Santarém/Pará, pertencente à família bromeliácea, tem uma facilidade natural para propagação.
Por conta desta facilidade e aplicação industrial do Curauá, uma pesquisa em andamento pelo Programa de Desenvolvimento Científico Regional (DCR) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), utiliza as propriedades da planta, que tem as suas fibras retiradas para a confecção de cordas e mantas.
Intitulado 'Curauá (Ananas erectifolius L.B Smith): Micropropagação de variedades com alto valor agregado para a indústria de fibras e resina plástica', o projeto tem como coordenadora a doutora. em Ciências Biológicas, Monique Inês Segeren.
Segundo Segeren, o projeto tem como base a aplicação prática da planta, sendo que o mercado de mudas de Curauá de genética superior (por exemplo as variedades roxas) pode trazer grande impacto na indústria que utiliza fibras de plantas.
Monique explica que o tema foi escolhido pelo fato da planta ser nativa da Região Norte (especificamente na cidade de Santarém/PA) e também por ser uma planta que representa muito para empresas de produção de peças automobilísticas).
"A aplicação prática da pesquisa está voltada para o escalonamento (atividade organizacional feita pelo escalonador) da produção com meio líquido e biorreatores. Na parte de biologia molecular foi desenvolvida uma metodologia para auxíliar nas pesquisas de melhoramento genético do Curauá", explicou.
Plantações de mudas e metodologia
Para o desenvolvimento do projeto houve um financiamento de R$ 500 mil 2002 da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para a montagem de uma biofábrica no Campus da Universidade Federal do Pará, em Belém. As plantas trabalhadas foram cedidas da Embrapa Amazônia Oriental.
"Estou o tempo todo em contato com a Pematec, empresa que já utiliza as fibras da planta, para lhes fornecer a muda. Mas infelizmente o mercado ainda não esta pronto", avaliou Segeren.Segeren acredita que a aposta no sucesso do projeto é que há tecnologia da cadeia inteira deste segmento, há demanda e há o processo produtivo. "Os bio reatores de médio e alto volume, estão sendo cedidos por uma empresa parceira e tem o diferencial de que essa tecnologia ainda não é empregada por outras biofábricas concorrentes, muito menos com esta espécie que está em grande evidência. Com a tecnologia dos bio reatores (que é complementar ao sistema sólido) obtém-se das bromeliáceas, cerca de 500 mudas a partir de cada haste ou broto utilizado. O bio reator aumentou muito a produtividade e o fator de multiplicação da planta", finalizou.
Sobre o Curauá
A planta Curauá, comum na Região Norte, tem facilidade de propagação. Suas fibras são usadas para consumo de cordas e mantas. A planta se refaz, mas devido suas raízes serem superficiais, na hora da coleta de suas folhas, a planta tem suas raízes danificadas. A fibra originada de suas folhas tem resistência mecânica é leve e inodora, ideal para indústria automobilística e desenvolvimento de peças com fibras naturais.
Sobre o DCR
Esse programa consiste em apoiar, com bolsas, passagens e auxílio, doutores titulados em outros Estados e no Amazonas, interessados em desenvolver pesquisas em instituições localizadas no Estado. Conta com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Governo do Estado do Amazonas, por meio da FAPEAM.