sexta-feira, 25 de maio de 2012

Pesquisa estuda planta com utilidade na indústria de resinas plásticas e fibras


Edição: Ulysses Varela - Agência FAPEAM/Redação: Nefa Costa

Planta Curauá (Foto: Reprodução)
O Curauá (Ananás erectifolius), planta que ocorre naturalmente na Amazônia na cidade de Santarém/Pará, pertencente à família bromeliácea, tem uma facilidade natural para propagação.
 Por conta desta facilidade e aplicação industrial do Curauá, uma pesquisa em andamento pelo Programa de Desenvolvimento Científico Regional (DCR) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), utiliza as propriedades da planta, que tem as suas fibras retiradas para a confecção de cordas e mantas.

Intitulado 'Curauá (Ananas erectifolius L.B Smith): Micropropagação de variedades com alto valor agregado para a indústria de fibras e resina plástica', o projeto tem como coordenadora a doutora. em Ciências Biológicas, Monique Inês Segeren.

Segundo Segeren, o projeto tem como base a aplicação prática da planta, sendo que o mercado de mudas de Curauá de genética superior (por exemplo as variedades roxas) pode trazer grande impacto na indústria que utiliza fibras de plantas.

Monique explica que o tema foi escolhido pelo fato da planta ser nativa da Região Norte (especificamente na cidade de Santarém/PA) e também por ser uma planta  que representa muito para empresas de produção de peças  automobilísticas). 

"A aplicação prática da pesquisa está voltada para o escalonamento (atividade organizacional feita pelo escalonador) da produção  com meio líquido e biorreatores. Na parte de biologia molecular foi  desenvolvida uma metodologia para  auxíliar nas pesquisas de melhoramento genético do Curauá", explicou.


Plantações de mudas e metodologia

Para o desenvolvimento do projeto houve um financiamento de R$ 500 mil 2002 da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para a montagem de uma biofábrica no Campus da Universidade Federal do Pará, em Belém. As plantas trabalhadas foram cedidas da Embrapa Amazônia Oriental.

"Estou o tempo todo em contato com a Pematec, empresa que já utiliza as fibras da planta, para  lhes fornecer a muda. Mas infelizmente o mercado ainda não esta pronto", avaliou Segeren.Segeren acredita que a aposta no sucesso do projeto é que há tecnologia da cadeia  inteira deste segmento, há demanda e há o processo produtivo. "Os bio reatores de  médio e alto volume,  estão sendo cedidos por uma empresa parceira e tem o diferencial de que essa  tecnologia  ainda não  é empregada  por outras biofábricas concorrentes, muito menos com esta espécie  que está em grande evidência. Com a tecnologia  dos bio reatores (que é complementar ao sistema sólido) obtém-se  das bromeliáceas, cerca de 500 mudas a partir de cada haste ou broto utilizado. O bio reator aumentou muito a produtividade e o fator de multiplicação da planta", finalizou.

Sobre o Curauá


A planta Curauá, comum na Região Norte, tem facilidade de propagação. Suas fibras são usadas para consumo de cordas e mantas. A planta se refaz, mas devido suas raízes serem superficiais, na hora da coleta de suas folhas, a planta tem suas raízes danificadas. A fibra originada de suas folhas tem resistência mecânica é leve e inodora, ideal para indústria automobilística e desenvolvimento de peças com fibras naturais.
Sobre o DCR
Esse programa consiste em apoiar, com bolsas, passagens e auxílio, doutores titulados em outros Estados e no Amazonas, interessados em desenvolver pesquisas em instituições localizadas no Estado. Conta com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Governo do Estado do Amazonas, por meio da FAPEAM.