Estudo revela que setor oleiro do Amazonas contribui com o meio ambiente Fabricação de tijolos movimenta a economia (Foto: Ulysses Varela) Nos municípios de Iranduba e Manacapuru, no interior do Amazonas, considerados hoje os maiores produtores de tijolo do Amazonas, alguns empresários do setor se preocupam com a questão ambiental e vêm utilizando serragens, entulho do Prosamim e resíduos do Polo Industrial de Manaus (PIM) para a queima na fabricação de tijolos, além da utilização das cavas abertas na extração de argila para a criação de peixes da região. A pesquisa "Análise da Sustentabilidade da Exploração dos Recursos Minerais de Uso na Construção Civil na Região de Iranduba e Manacapuru" foi realizada no período de setembro de 2009 a agosto de 2010 por bolsistas do Censipam, por meio do Programa de Apoio à Iniciação Científica do Amazonas (PAIC) da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM). De acordo com a coordenadora do projeto, Solange Costa, a pesquisa revelou que o setor oleiro do Amazonas vem buscando alternativas, já há algum tempo, para contribuir na preservação do meio ambiente. "Podemos perceber que os empresários estão bastante antenados com relação ao meio ambiente. Por isso está diminuindo a degradação ambiental naquelas regiões", elogiou. Segundo Costa, o objetivo da pesquisa foi efetuar o monitoramento, identificação e classificação de atividade de extração mineral e de materiais de construção civil de Iranduba e Manacapuru. A coordenadora afirmou que a pesquisa contou com a ajuda de aparelhos de GPS para constatar a realidade das imagens de satélite. "As imagens permitiram a observação da dinâmica da paisagem e o aprimoramento em implementos tecnológicos no equilíbrio do meio ambiente", revelou. Realidade Durante a pesquisa, as indústrias de maior porte foram visitadas e seus responsáveis afirmaram não utilizar o recurso florestal como combustível para fabricação de tijolos. "Eles se preocupam com o ambiente e estão utilizando serragens das madeiras e até mesmo caroço do açaí, pois esses elementos auxiliam na queima dos tijolos", ressaltou. A bolsista do projeto, Susy Xavier, finalista do curso de Geografia do Uninorte, afirmou que a experiência foi única. "Foi muito gratificante ser bolsista do PAIC. Quero continuar pesquisando sobre o tema. Seguir com o mestrado e quem sabe doutorado", avaliou, destacando ainda que, durante as atividades de campo, pôde constatar que os empresários de Iranduba estão utilizando as cava de argilas para a piscicultura. "Eles estão utilizando as cavas de argilas para a criação de peixes como Tambaqui e Pirarucu, o que também é muito bom para o meio ambiente, finalizou. Projetos integrados A FAPEAM, por meio do Programa Pappe Subvenção Econômica, que conta com o apoio da Agência Financiadora de Projetos (Finep) está financiando a pesquisa "Fontes Alternativas para produção de bioenergia para o polo cerâmico oleiro de Iranduba-Am". A iniciativa prevê estudos com o caroço do Açaí (Euterpe oleracea), isso porque o caroço do fruto tem um coco e uma amêndoa muito bons para queima, auxiliando na produção de cerâmica Vermelha (tijolo,blocos telhas). O proprietário da empresa Cerâmica Montemar Ltda, Sandro Santos, afirmou que o objetivo do projeto é desenvolver uma matriz energética gerando emprego e renda sem o uso da floresta nativa. O projeto deve receber cerca de R$ 200 mil até a finalização da pesquisa. Saiba mais sobre o PAIC O Programa de Apoio à Iniciação Científica do Amazonas (PAIC) consiste em apoiar, com recursos financeiros e bolsas institucionais, estudantes de graduação interessados no desenvolvimento de pesquisa em instituições públicas e privadas do Amazonas. Foto1 - Empresas demonstram preocupação com meio ambiente (Ulysses Varela) Foto2 - Pesquisas buscam fontes aleternativas de energia (Ulysses Varela) Vanessa Leocádio- AGÊNCIA FAPEAM |