Matar a sede bebendo diretamente do tanque de combustível de seu carro não é uma boa idéia. Os combustíveis derivados de petróleo (como a gasolina) e que abastecem a grande maioria dos carros no mundo todo estão longe de oferecer algo nutritivo e seguro para beber.
Mas isso está mudando. Uma indústria crescente vem investigando há décadas alternativas para os combustíveis fósseis, e grande parte da pesquisa está centrada nos biocombustíveis – substitutos do petróleo feitos a partir de óleos vegetais naturais [fonte: Dermibas] Em alguns casos, óleos vegetais puros podem abastecer motores padrões a diesel; afinal de contas, Rudolph Diesel projetou originalmente o motor que leva seu nome numa tentativa de dar aos agricultores a capacidade de operar o equipamento usando combustível produzido no local.
Mas isso está mudando. Uma indústria crescente vem investigando há décadas alternativas para os combustíveis fósseis, e grande parte da pesquisa está centrada nos biocombustíveis – substitutos do petróleo feitos a partir de óleos vegetais naturais [fonte: Dermibas] Em alguns casos, óleos vegetais puros podem abastecer motores padrões a diesel; afinal de contas, Rudolph Diesel projetou originalmente o motor que leva seu nome numa tentativa de dar aos agricultores a capacidade de operar o equipamento usando combustível produzido no local.
© iStockphoto.com /Elenathewise Biocombustíveis comestíveis, como o milho, podem ser uma alternativa ecológica aos combustíveis fósseis |
Mas o óleo vegetal puro, embora seja um biocombustível, tem suas limitações. A glicerina encontrada nos óleos naturais aumenta a sua viscosidade, fazendo com que os mesmos solidifiquem em baixas temperaturas.
Os químicos têm um par de soluções para este problema. Algumas plantas, como o milho, contém açúcar que, quando fermentado produz etanol e álcool que podem ser usados como combustível. O etanol é frequentemente usado como um aditivo na gasolina (E85) [fonte: Chu].
Outras plantas, como a soja, são mais usadas para produzir biodisel. Neste processo, um catalisador é misturado ao óleo, separando a glicerina dos ésteres de alquila do ácido graxo do óleo [fonte: Pimentel]. Sem a glicerina, o biodiesel pode alimentar a maioria dos motores a diesel sem problemas de incrustações relacionados às baixas temperaturas.
A infraestrutura para a produção de biocombustível ainda está em desenvolvimento em muitas partes do mundo, e os processos necessários para produzir alguns tipos de biocombustíveis ainda não são eficientes o suficiente para justificar a sua produção em larga escala [fonte: Pimentel]. Mas a necessidade de se encontrar uma alternativa mais amigável aos combustíveis fósseis significa que, mais cedo ou mais tarde, o combustível do tanque de seu carro terá bastante em comum com o que está no seu prato.
Os químicos têm um par de soluções para este problema. Algumas plantas, como o milho, contém açúcar que, quando fermentado produz etanol e álcool que podem ser usados como combustível. O etanol é frequentemente usado como um aditivo na gasolina (E85) [fonte: Chu].
Outras plantas, como a soja, são mais usadas para produzir biodisel. Neste processo, um catalisador é misturado ao óleo, separando a glicerina dos ésteres de alquila do ácido graxo do óleo [fonte: Pimentel]. Sem a glicerina, o biodiesel pode alimentar a maioria dos motores a diesel sem problemas de incrustações relacionados às baixas temperaturas.
A infraestrutura para a produção de biocombustível ainda está em desenvolvimento em muitas partes do mundo, e os processos necessários para produzir alguns tipos de biocombustíveis ainda não são eficientes o suficiente para justificar a sua produção em larga escala [fonte: Pimentel]. Mas a necessidade de se encontrar uma alternativa mais amigável aos combustíveis fósseis significa que, mais cedo ou mais tarde, o combustível do tanque de seu carro terá bastante em comum com o que está no seu prato.
Para se ter uma idéia do que estamos falando, leia sobre 10 biocombustíveis que poderiam facilmente alimentar você – e seu carro.
Milho
Além de figurar como um dos alimentos mais comuns na dieta ocidental, o milho tem se tornado um biocombustível bastante popular. Isso graças à sua disponibilidade e alto teor de etanol.
Os produtores de etanol a partir do milho usam um sistema que primeiramente quebra o milho em dois componentes básicos: lignina, uma substância que forma e fortalece as paredes celulares das plantas, e celulose, que contém os açúcares das plantas. Os produtores então fermentam a celulose para produzir o etanol [fonte: Shakasriri].O etanol combustível refinado é muitas vezes misturado à gasolina como um agente para redução da poluição, mas ele também pode ser usado sozinho como um combustível.
© iStockphoto.com /YinYang Embora o milho tenha se tornado um biocombustível eficiente, ele também tem suas desvantagens |
Nos Estados Unidos, o etanol de milho é uma alternativa doméstica para alguns dos combustíveis fósseis vindos do exterior. Mas ele também tem seus inconvenientes. Pesquisas sugerem que a energia gasta para produzir o etanol de milho – da gasolina do trator na fazenda aos fertilizantes usados para manter o milho saudável – queima mais combustível fóssil do que o etanol possa vir a substituir [fonte: Pimentel]. Some a isso também o fato de que demanda para irrigação para cultivar o milho em lugares secos pode vir a ocasionar um problema de abastecimento de água na região.
E por fim há o fator econômico. Entre a produção de alimentos, ração animal e outros usos industriais, o milho está passando por um momento de alta demanda. O preço da safra do milho tende a subir – e consequentemente seus produtos derivados. Combine esses fatores e, embora seja um biocombustível bem útil, o milho provavelmente não será o único biocombustível que acabará com a nossa dependência aos combustíveis fósseis.
As palmeiras são árvores muito valiosas e sua utilidade vai além dos belos cenários e cocos que produzem. Suas folhas e troncos têm sido usados para fazer a estrutura de habitações há milênios e agora o óleo de suas sementes está sendo considerado como um potencial biocombustível.
Mas o óleo de palma é possivelmente o exemplo mais evidente de um grande problema que exite em torno da produção generalizada de biocombustíveis. O espaço, energia e recursos financeiros necessários para produzi-los superam os benefícios do resultado final.
O óleo de palma é bastante cultivado no sudeste asiático. Com a crescente demanda do óleo para produzir biodiesel, plantações em países como a Malásia e a Indonésia estão ocupando áreas onde antes se localizavam florestas. E os caminhões, navios usados para levar o óleo até os outros países acabam gerando emissões de gases poluentes que ainda não compensam a sua colocação no mercado. E o óleo de palma não é o único biocombustível que enfrenta este dilema.
Este pode ser o biocombustível mais versátil da lista. Além de ser um alimento básico – da América à Ásia, a soja tem se transformado em muita coisa – de tinta de giz de cera à combustíveis [fonte: Scharlemann]. Embora o milho seja o produto base para a produção de etanol que será misturado à gasolina para combater a poluição, a soja é a principal fonte para o óleo usado para produzir o biodisel.
Para produzir biodiesel a partir da soja, os fabricantes primeiramente retiram o óleo da soja. O teor de óleo da soja é alto – cerca de 20% é utilizável. Uma vez que o óleo tenha sido extraído e filtrado, é misturado com um catalisador que remove a sua glicerina. O óleo que restou pode ser colocado diretamente no tanque de um motor a diesel.
O biodiesel tem um número de vantagens sobre o diesel de petróleo, além de ser um recurso renovável. Ele queima de forma mais limpa, o que significa dizer que os motores movidos a biodiesel poluem menos.
ÓLEO DE PALMA
As palmeiras são árvores muito valiosas e sua utilidade vai além dos belos cenários e cocos que produzem. Suas folhas e troncos têm sido usados para fazer a estrutura de habitações há milênios e agora o óleo de suas sementes está sendo considerado como um potencial biocombustível.
Mas o óleo de palma é possivelmente o exemplo mais evidente de um grande problema que exite em torno da produção generalizada de biocombustíveis. O espaço, energia e recursos financeiros necessários para produzi-los superam os benefícios do resultado final.
O óleo de palma é bastante cultivado no sudeste asiático. Com a crescente demanda do óleo para produzir biodiesel, plantações em países como a Malásia e a Indonésia estão ocupando áreas onde antes se localizavam florestas. E os caminhões, navios usados para levar o óleo até os outros países acabam gerando emissões de gases poluentes que ainda não compensam a sua colocação no mercado. E o óleo de palma não é o único biocombustível que enfrenta este dilema.
ÓLEO DE COZINHA USADO
Se você já comeu batatas fritas, rodelas de cebolas, peixe ou salgadinhos, pode ter contribuído para outro popular biocombustível: o óleo de cozinha usado.
O óleo de cozinha que já tenha sido usado para fritar alimentos ainda contém os ésteres de alquilas de ácidos graxos que o tornam um combustível viável em alguns motores a diesel. Ao filtrar o óleo para remover alimento e farinha de panificação, produtores criativos de biocombustível podem produzir biodiesel,ou simplesmente colocar o óleo diretamente nos motores a diesel usando uma tecnologia chamada “greasecar”.
Com os restaurantes de fast food pipocando a cada esquina – e a fritura fazendo cada vez mais parte da dieta de muita gente, pode parecer que o óleo de cozinha é o biocombustível mais disponível entre todos os outros. Mas ele também tem suas desvantagens.
Primeiro, o oleo de fritura usado contém um monte de comida que foi fritada nele. Filtrar tudo isso – especialmente nos casos em que foi usada farinha – é uma tarefa intensa e nada fácil. Filtrar grandes quantidades do óleo pode levar muito tempo quando se pretende produzir biocombustível em massa. Além disso, o resultado final pode ser uma mistura de tudo; óleo de friturOa pode vir de amendoim, milho ou misturas de outras plantas, o que significa que é difícil dizer o quão potente será o combustível.
Mas muitos defensores do óleo de cozinha estão dispostos a enfrentar esse problema. E uma vez que o uso do óleo de fritura não requer equipamentos caros para retirar as partes úteis de suas sementes ou grãos, é um prato cheio para inventores, pesquisadores, e cientistas de garagem que querem se ver livre do petróleo.
ESTES SÃO ALGUNS DOS BIO-COMBUSTÍVEIS
Temos também:
- Oleo de amendoim
- Óleo de algodão
- Óleo de cártamo
- Linhaça
- Sorgo
ÁGUA
Mas a produção de hidrogênio e o seu armazenamento são problemáticos. Transferir grandes quantidades desse gás superleve ao redor do mundo pode representar um grave problema de segurança, e a quantidade de hidrogênio necessária para alimentar um carro em uma longa viagem exigiria a presença de um tanque de combustível pesadíssimo para manter combustível suficiente a bordo e de maneira segura [fonte: Planet].
No entanto, o hidrogênio está longe de ser uma causa perdida. Uma tecnologia, famosa pelo carburador de água Garret, envolve a colocação de uma célula de hidrogênio no veículo de modo a executá-lo com a eletricidade gerada pelo motor. Versões modernas desta ideia injetam hidrogênio em motores a gasolina, gerando emissões mais limpas e com maior eficiência. A tecnologia tem algum custo, confiabilidade e obstáculos para superar, mas é bem possível que parte do combustível de seu próximo carro venha da torneira de sua casa [fonte: Brooks].
Soja
© iStockphoto.com /Hanhanpeggy A soja é muito versátil e tem um futuro promissor no setor de biocombustíveis Óleo de palma © iStockphoto.com /Oonaloonal Embora o óleo de semente da palma seja um biocombustível promissor, os custos de produção são elevados |
Mas o óleo de palma é possivelmente o exemplo mais evidente de um grande problema que exite em torno da produção generalizada de biocombustíveis. O espaço, energia e recursos financeiros necessários para produzi-los superam os benefícios do resultado final.
O óleo de palma é bastante cultivado no sudeste asiático. Com a crescente demanda do óleo para produzir biodiesel, plantações em países como a Malásia e a Indonésia estão ocupando áreas onde antes se localizavam florestas. E os caminhões, navios usados para levar o óleo até os outros países acabam gerando emissões de gases poluentes que ainda não compensam a sua colocação no mercado. E o óleo de palma não é o único biocombustível que enfrenta este dilema.
Este pode ser o biocombustível mais versátil da lista. Além de ser um alimento básico – da América à Ásia, a soja tem se transformado em muita coisa – de tinta de giz de cera à combustíveis [fonte: Scharlemann]. Embora o milho seja o produto base para a produção de etanol que será misturado à gasolina para combater a poluição, a soja é a principal fonte para o óleo usado para produzir o biodisel.
Para produzir biodiesel a partir da soja, os fabricantes primeiramente retiram o óleo da soja. O teor de óleo da soja é alto – cerca de 20% é utilizável. Uma vez que o óleo tenha sido extraído e filtrado, é misturado com um catalisador que remove a sua glicerina. O óleo que restou pode ser colocado diretamente no tanque de um motor a diesel.
O biodiesel tem um número de vantagens sobre o diesel de petróleo, além de ser um recurso renovável. Ele queima de forma mais limpa, o que significa dizer que os motores movidos a biodiesel poluem menos.
ÓLEO DE PALMA
As palmeiras são árvores muito valiosas e sua utilidade vai além dos belos cenários e cocos que produzem. Suas folhas e troncos têm sido usados para fazer a estrutura de habitações há milênios e agora o óleo de suas sementes está sendo considerado como um potencial biocombustível.
Mas o óleo de palma é possivelmente o exemplo mais evidente de um grande problema que exite em torno da produção generalizada de biocombustíveis. O espaço, energia e recursos financeiros necessários para produzi-los superam os benefícios do resultado final.
O óleo de palma é bastante cultivado no sudeste asiático. Com a crescente demanda do óleo para produzir biodiesel, plantações em países como a Malásia e a Indonésia estão ocupando áreas onde antes se localizavam florestas. E os caminhões, navios usados para levar o óleo até os outros países acabam gerando emissões de gases poluentes que ainda não compensam a sua colocação no mercado. E o óleo de palma não é o único biocombustível que enfrenta este dilema.
ÓLEO DE COZINHA USADO
Se você já comeu batatas fritas, rodelas de cebolas, peixe ou salgadinhos, pode ter contribuído para outro popular biocombustível: o óleo de cozinha usado.
O óleo de cozinha que já tenha sido usado para fritar alimentos ainda contém os ésteres de alquilas de ácidos graxos que o tornam um combustível viável em alguns motores a diesel. Ao filtrar o óleo para remover alimento e farinha de panificação, produtores criativos de biocombustível podem produzir biodiesel,ou simplesmente colocar o óleo diretamente nos motores a diesel usando uma tecnologia chamada “greasecar”.
Com os restaurantes de fast food pipocando a cada esquina – e a fritura fazendo cada vez mais parte da dieta de muita gente, pode parecer que o óleo de cozinha é o biocombustível mais disponível entre todos os outros. Mas ele também tem suas desvantagens.
Primeiro, o oleo de fritura usado contém um monte de comida que foi fritada nele. Filtrar tudo isso – especialmente nos casos em que foi usada farinha – é uma tarefa intensa e nada fácil. Filtrar grandes quantidades do óleo pode levar muito tempo quando se pretende produzir biocombustível em massa. Além disso, o resultado final pode ser uma mistura de tudo; óleo de friturOa pode vir de amendoim, milho ou misturas de outras plantas, o que significa que é difícil dizer o quão potente será o combustível.
Mas muitos defensores do óleo de cozinha estão dispostos a enfrentar esse problema. E uma vez que o uso do óleo de fritura não requer equipamentos caros para retirar as partes úteis de suas sementes ou grãos, é um prato cheio para inventores, pesquisadores, e cientistas de garagem que querem se ver livre do petróleo.
ESTES SÃO ALGUNS DOS BIO-COMBUSTÍVEIS
Temos também:
- Oleo de amendoim
- Óleo de algodão
- Óleo de cártamo
- Linhaça
- Sorgo
ÁGUA
Ok, a água não é tecnicamente um biocombustível. É um recurso natural vital sem o qual a não existiria vida. Mas graças a uma tecnologia aparentemente simples, a água pode um dia vir a se tornar uma fonte de combustível.
O simples processo de eletrólise, no qual a corrente elétrica é passada através da água, quebra o líquido em seus elementos básicos: hidrogênio e oxigênio [fonte: Nave]. O hidrogênio é um excelente combustível – ele tem três vezes mais energia do que a gasolina e queima sem as emissões nocivas dos combustíveis derivados de petróleo [fonte: Stanford].
O simples processo de eletrólise, no qual a corrente elétrica é passada através da água, quebra o líquido em seus elementos básicos: hidrogênio e oxigênio [fonte: Nave]. O hidrogênio é um excelente combustível – ele tem três vezes mais energia do que a gasolina e queima sem as emissões nocivas dos combustíveis derivados de petróleo [fonte: Stanford].
© iStockphoto.com /Crox1985 Embora a água não seja tecnicamente um biocombustível, o hidrogênio é uma excelente fonte de combustível |
Mas a produção de hidrogênio e o seu armazenamento são problemáticos. Transferir grandes quantidades desse gás superleve ao redor do mundo pode representar um grave problema de segurança, e a quantidade de hidrogênio necessária para alimentar um carro em uma longa viagem exigiria a presença de um tanque de combustível pesadíssimo para manter combustível suficiente a bordo e de maneira segura [fonte: Planet].
No entanto, o hidrogênio está longe de ser uma causa perdida. Uma tecnologia, famosa pelo carburador de água Garret, envolve a colocação de uma célula de hidrogênio no veículo de modo a executá-lo com a eletricidade gerada pelo motor. Versões modernas desta ideia injetam hidrogênio em motores a gasolina, gerando emissões mais limpas e com maior eficiência. A tecnologia tem algum custo, confiabilidade e obstáculos para superar, mas é bem possível que parte do combustível de seu próximo carro venha da torneira de sua casa [fonte: Brooks].