Florianópolis tem 59,38% das praias impróprias para banho
Vera Gasparetto de Florianópolis/SC
Foto: Wilson Cancian (Florianópolis)
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Um dos destinos mais concorridos de turistas brasileiros e, principalmente, estrangeiros, está com as suas praias comprometidas.
Relatório de balneabilidade do litoral catarinense, divulgado no dia 18 de fevereiro, aponta para a gravidade das condições do mar nas praias de Santa Catarina. A Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) identificou que só em Florianópolis 59,38% das águas estão impróprias para banho.
O alto índice de chuvas foi apontado pelos técnicos da Fatma como agravante da situação, pois eleva o lençol freático e propicia a drenagem de contaminações dos sistemas individuais de tratamento. Além disso, promove uma limpeza em rios, valas e tubulões, prejudicando os poucos sistemas públicos de coleta e tratamento de esgoto.
O monitoramento da balneabilidade em águas para recreação é determinado pela Resolução 274/2000, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). A reportagem do Portogente circulou por alguns dos pontos impróprios e não identificou sinalização de “imprópria”. A advogada ambientalista Ana Echevenguá vê o fato como um caso de saúde pública que exigiria a interdição das praias impróprias para banho. “Temos um documento público, elaborado por um órgão estatal, comprovando a falta de balneabilidade da praia. É prova suficiente para impedir o acesso a ela”.
Foto: Roberto Scola/ClicRBS
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A praia de Jurerê, por exemplo, apresenta grande quantidade
de lixo e de problemas estruturais nas passarelas
Para o diretor técnico da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), Fabio Krieger, a questão da falta de rede coletora de esgoto implica em lançamento diretamente nos córregos, rios e mar, contribuindo para piora nos índices de balneabilidade.
O secretário municipal de Turismo de Florianópolis, Márcio de Souza, não respondeu às solicitações do Portogente sobre o assunto.
Ana Echevenguá - advogada ambientalista - OAB/SC 17.413