Frutas Comestíveis na Amazônia são tema de livro
Agência Museu Goeldi
No dia 6 de outubro, o Museu Paraense Emílio Goeldi comemorou mais de 14 décadas de existência. Um dos presentes para o público foi o lançamento da sétima edição do livro Frutas Comestíveis da Amazônia. A publicação apresenta 163 espécies e, deste total, 50% são representadas por frutas nativas da região amazônica.
Após 37 anos da publicação do primeiro volume, o livro apresenta as frutas em ordem alfabética, mostrando os nomes populares, a família botânica, o nome científico das plantas e os eventuais sinônimos.
Por ser um dos mais importantes repositórios de espécies do Brasil, cerca de 200 espécies conhecidas, a Amazônia tem um grande potencial para a fruticultura tropical. Segundo a ecóloga Ima Vieira “muitas espécies ficaram conhecidas do grande público por meio da primeira edição do Frutas Comestíveis da Amazônia”.
A pesquisadora completa “o livro tem sabor de infância. São frutas muito especiais, que lembram brincadeiras, férias, escola e a casa dos nossos avós”. Frutas como: açaí, cupuaçu, bacuri, abacaxi, pupunha, graviola, abacate, uxi, sapucaia, maracujá-suspiro, manga, jaca, carambola, biriba, bacuri, entre tantas outras estão descritas no livro.
A primeira edição foi produzida pelo agrônomo Paulo Cavalcante, em 1972, que teve a idéia de produzir um catálogo quando, percorrendo as feiras e mercados da capital paraense e interior do estado, percebeu a ocorrência de um considerável número de espécies frutíferas, mas que tinham classificação botânica (nome científico) duvidosa. Segundo Ricardo Secco, pesquisador que revisou o livro, “a linguagem utilizada por Paulo Bezerra Cavalcante, quase coloquial, demonstra sua intimidade com as frutas regionais e com a taxonomia botânica”.
A nova edição traz, além de atualizações no texto, revisão das nomenclaturas botânicas. As fotos foras refeitas e apresenta um novo projeto gráfico. Segundo Ima Vieira “mais do que uma simples reedição, é um marco do conhecimento amazônico que volta a ter visibilidade”.
Paulo Cavalcante - Nascido na cidade de Nova Cruz, no Rio Grande do Norte, o agrônomo Paulo Bezerra Cavalcante ingressou no Museu Goeldi em 1955. Foi curador do Herbário da instituição e o primeiro pesquisador do Museu Goeldi a produzir obras destinadas ao grande público. Cavalcante faleceu em janeiro de 2006.
Serviço: O livro Frutas Comestíveis na Amazônia custa 30,00 reais e pode ser adquirido no Espaço Ernst Lohse, localizado no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, em Belém, do Pará.
Texto: Lucila Vilar.