Pesquisa identifica uso de plantas medicinais em Manaus
Estudo quer identificar uso de plantas medicinais em Manaus (Foto: Divulgação)
Em pleno século 21, quando a ciência se sobressai, principalmente na área da saúde com a descoberta de novas tecnologias, o uso da medicina tradicional, feita à base de plantas medicinais, ainda é comum na Região Amazônica.
Com o objetivo de entender e descobrir a intensidade e a persistência dessa cultura na vida dos moradores do bairro São Lázaro, na Zona Sul de Manaus, o professor do ensino fundamental, que ministra a disciplina de Ciências na Escola Municipal Antonácio Assunção (antiga escola São Lázaro) e mestre em Biotecnologia e Recursos Naturais pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) João Marcelo Silva Lima desenvolve com alunos da escola a pesquisa “Estudo Etnobotânico de Plantas Medicinais no bairro São Lázaro”.
Vinculado ao Programa Ciência na Escola (PCE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e Secretaria Municipal de Educação (Semed), o estudo recebe recursos na ordem de R$ 4,3 mil e pretende descobrir se os moradores do bairro ainda utilizam plantas medicinais para a cura de algum tipo de doença. “Vamos abordar a frequência com que as pessoas utilizam essas plantas e para qual tipo de doenças elas são usadas”, comentou o pesquisador.
Além de identificar o uso e a importância das plantas na vida dos moradores, o estudo visa também avaliar se as pessoas fazem algum tipo de combinação entre as duas modalidades de medicamentos - os farmacológicos e as plantas medicinais – e se esse tipo de tratamento traz algum efeito para determinadas doenças.
“Também queremos saber, por meio do estudo, se essas pessoas usam as plantas medicinais concomitantemente com outros medicamentos e se, em algum momento, isso tem algum resultado”, explicou Lima.
Andamento
No momento, o estudo se encontra em fase inicial de levantamento e ajuste de questionários, conforme explicou João Marcelo. Durante as visitas, o pesquisador e sua equipe fizeram coleta de amostras de plantas medicinais para enriquecer o conhecimento dos alunos. “Nossa ideia é montar um mini-herbário com coletas feitas no ato das visitas, que até agora foram 15, para que os alunos possam conhecer melhor essas plantas. Também vamos trabalhar com um comparativo do herbário do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia)”, revelou.
Ainda segundo o professor, as amostras já começaram a ser catalogadas, e o mini-herbário será montado na própria escola, ficando à disposição dos outros alunos para ser utilizado nas aulas de Ciências.
Durante as primeiras etapas da pesquisa, o mestre observou que muitos alunos passaram a se interessar mais pelas aulas. “É uma coisa nova para eles. Descobrir novas plantas e conhecer o uso medicinal de cada uma é um verdadeiro aprendizado para eles. Além disso, tem a questão do misto da crença com a medicina”, destacou o professor ao ressaltar que a faixa etária dos alunos varia entre 16 e 40 anos de idade. O prazo para que o estudo etnobotânico seja concluído é até julho de 2011.
Sobre o PCE
O Programa Ciência na Escola (PCE) é realizado a partir de uma parceria entre a FAPEAM e as secretarias de educação Estadual e Municipal. Ele consiste em apoiar, com recursos financeiros e bolsas, sob formas de cotas institucionais, estudantes dos ensinos fundamental e médio integrados no desenvolvimento de projetos de pesquisas de escolas públicas.
Sobre o PCE
O Programa Ciência na Escola (PCE) é realizado a partir de uma parceria entre a FAPEAM e as secretarias de educação Estadual e Municipal. Ele consiste em apoiar, com recursos financeiros e bolsas, sob formas de cotas institucionais, estudantes dos ensinos fundamental e médio integrados no desenvolvimento de projetos de pesquisas de escolas públicas.
Foto 2 - Plantas medicinais encontradas vão fazer parte de um herbário na escola (Divulgação)
Sídia Ambrósio – Agência Fapeam