IMAGEM PORTAL SÃO FRANCISCODoutorado da Unesp relaciona ciências, tecnologia e cultura
da UNESP/João Moretti, da Faculdade de Ciências/Bauru
A preocupação com a educação sonora das pessoas tem se revestido de grande importância nos últimos tempos dado o crescente aumento da poluição sonora e do descaso das pessoas com o cuidar das paisagens sonoras e do ambiente acústico. Essa é a conclusão de doutorado defendido no programa Educação para a Ciência da Faculdade de Ciências da Unesp, Câmpus de Bauru.
A tese, intitulada Educação Sonora:encontro entre ciências , tecnologia e cultura, foi escrita por Francisco Nairon Monteiro Junior. Para ele, o trabalho passou pelo desenvolvimento de possibilidades para a educação sonora como meio de desenvolver nos estudantes dos diversos níveis de ensino uma consciência ecológica acústica.
“Realizamos diversas atividades de ensino e pesquisa, dentre as quais os exercícios de sensibilização da audição e os teatros sonoros, os quais se mostraram bastante promissores, no desenvolvimento de tais competências, bem como agregaram ludicidade no lidar com o tema”, explica.
Monteiro Junior destaca que o ensino de acústica tem se caracterizado pela transmissão de conceitos científicos prontos, que em muito se distancia do mundo tecnológico e cultural nos quais os alunos encontram-se inseridos e pouco contribui para a formação de cidadãos capazes de entender e atuar na melhoria das paisagens sonoras dos ambientes nos quais convivem.
“Desenvolvemos duas ações de pesquisa e ensino com licenciandos em Física da Unesp – Câmpus de Ilha Solteira e com licenciandos em Matemática da UNEMAT de Barra do Bugres. MT. A análise das experiências vivenciadas apontou para a viabilidade da formação de consciências que se coloquem a serviço da melhoria dos ambientes acústicos”, relata Francisco.
Ele afirma que os conteúdos de ciências e matemática, bem como os inúmeros recursos proporcionados pelas novas tecnologias podem ser postos para auxiliar no exercício de sensibilização da audição em direção à educação sonora dos estudantes, apontando para a necessidade de envolvimento do indivíduo, tanto na dimensão racional quanto na dimensão afetiva.
Muito embora a problematização da ecologia acústica constitua-se passo importante, para o pesquisador, é preciso uma mudança da visão de mundo com respeito à relação de cada um com o ambiente acústico.
A banca examinadora foi composta por Washington Luiz P. de Carvalho, orientador da pesquisa do Departamento de Física e Química – Câmpus de Ilha Solteira da Unesp; Maria Eliete Santiago, do Departamento de Administração Escolar e Planejamento Educacional/Universidade Federal de Pernambuco; Lizete Maria Orquiza Carvalho, também de Ilha Solteira; Marisa Trench Fonterrada, do Departamento de Música do Instituto de Artes, Câmpus de São Paulo/Unesp e Oscar João Abdounur, do Instituto de Matemática e Estatística - Departamento de Matemática / USP.