ICMBio
Em parceria com a National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), agência norte-americana que trata de oceanos e clima, e com pescadores locais, o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas (Tamar), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), acaba de concluir a segunda etapa de testes com redes de emalhe.
Iniciada em 2009, a pesquisa busca identificar medidas que possam contribuir com a redução da captura incidental de tartarugas, sem afetar negativamente a atividade dos pescadores. A pescaria com redes de emalhe costeira é a mais difundida no país e ocorre, principalmente, nas áreas de alimentação da tartaruga verde (Chelonia mydas), a mais afetada por esse tipo de pesca dentre as cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil.
Realizados entre dezembro de 2011 e julho de 2012, no litoral de São Paulo, os testes da segunda etapa avaliaram a captura de peixes e tartarugas durante o período noturno, em dois tipos de redes: com iluminadores (redes experimentais) e sem iluminadores (redes controle). Foram foram monitorados 40 lances de pesca e, a princípio, não houve diferença significativa na captura de tartarugas.
Os dados ainda estão sendo analisados, mas, de acordo com a coordenadora do Tamar em Ubatuba (SP), Berenice Gallo, teste semelhante foi realizado na Baja California, no México, onde as redes com iluminadores reduziram em 40% a captura de tartarugas e não alteraram significativamente a captura dos peixes.
A primeira parte dos testes foi realizada entre 2009 e 2010 e teve como principal objetivo identificar se havia diferença entre a taxa de captura de peixes e tartarugas durante os períodos diurno e noturno. Os resultados preliminares indicaram que a maior parte dos peixes é capturada durante o período noturno, ao passo que as tartarugas, no período diurno. Segundo Berenice, esse antagonismo é positivo e abre novas possibilidades para a conservação das tartarugas no ambiente marinho.