A WSPA lutará na reunião da CIB- Comissão Internacional da Baleia na Flórida, para tentar manter a proibição da caça comercial de baleias e para prevenir o abate cruel de dez baleias jubarte.
A reunião, que termina nesta sexta-feira, foi pedida por duas razões: para discutir primeiramente o futuro da CIB, incluindo o acordo que pode significar uma grande perda para as baleias, e em segundo lugar para votar o pedido da Groenlândia para aumentar a sua quota de abate de baleias.
Futuro incerto para a proibição da caça de baleias
Os anos perdidos em discussões infrutíferas sobre a atual e crescente caça de baleias realizada por Japão, Islândia e Noruega conduziram à uma frustração em ambos os lados do debate. As recentes tentativas de acabar com o impasse levaram a um potencial acordo desastroso, que pode legitimar as caças comerciais e destruir a proibição da caça comercial de baleias.
O acordo busca trazer as caças comerciais sob o controle da CIB e reduzir potencialmente o número de baleias abatidas a curto prazo. Mas esse acordo falhou em acabar com as caças comerciais realizadas pelo Japão no santuário Southern Ocean e concederia novas quotas a todas as três nações que realizam as caças comerciais, destruindo assim a moratória de 1986 para as caças comerciais e abrindo as portas para que a indústria de baleias cresça em outros países.
A WSPA se opõe a qualquer acordo que possa legitimar essa prática cruel e desnecessária, pois milhares de baleias continuariam a enfrentar uma morte lenta e dolorosa devido ao uso dos arpões explosivos, sem a opção de uma morte humanitária e instantânea.
– Essa proposta recompensa o mau comportamento do Japão, da Noruega e da Islândia, que abateram juntos mais de 25.000 baleias desde que a proibição da caça passou a vigorar. Ela não aborda o problema fundamental relacionado à caça de baleias, que é o de causar um enorme sofrimento aos animais. A crueldade da caça de baleias não pode continuar no século XXI. Nós incitamos fortemente a CIB a rejeitar esse acordo – disse Claire Bass, Gerente de Mamíferos Marinhos da WSPA.
Baleias Jubarte enfrentam o arpão outra vez
Na reunião anual da CIB do ano passado, foi adiada uma votação sobre a repetida demanda da Groenlândia para uma nova quota de 10 baleias jubarte.
Porém as baleias jubarte novamente enfrentam os arpões, pois a CIB será pressionada durante a reunião da semana que vem para finalmente tomar uma decisão sobre essa demanda da Groenlândia.
A Groenlândia tem permissão para caçar baleias para finalidades de subsistência e já tem uma quota anual de 233 baleias, mas reivindica precisar de ainda mais carne de baleia. Entretanto, a Groenlândia não explicou o porquê dessa carne extra ser necessária e o comitê científico da CIB não pôde estabelecer a quantidade de carne que já é fornecida pelos animais que eles já abatem anualmente.
Um novo relatório intitulado ‘Quotas questionáveis’ (em Inglês), produzido pela WSPA e pela Whale and Dolphin Conservation Society (WDCS), destaca os métodos de processamento com enorme desperdício, que chegam a descartar quase que 80% da carne de cada baleia. Além do que a venda da carne de baleia nos supermercados, documenta (em Inglês) em 2008 pela WSPA, sugere que existe de fato um excesso e não um déficit de carne de baleia na Groenlândia.
– Cerca de 25% das baleias abatidas para a subsistência dos povos aborígenes da Groenlândia terminam nas prateleiras de supermercado. Até aonde sabemos a caça comercial de baleias foi proibida em 1986, e isso deve valer tanto para a Groenlândia quanto para qualquer nação. É absolutamente inaceitável adicionar baleias jubarte à lista de compra de supermercado na Groenlândia, – disse Claire Bass, Gerente de Mamíferos Marinhos da WSPA.
A WSPA e outros membros da rede Whalewatch estão na reunião para incitar membros da CIB a votar contra a proposta que prejudica as baleias jubarte e para assegurar que a proibição da caça comercial de baleias permaneça intacta.