quinta-feira, 13 de maio de 2010

NOVIDADE

Empresário cearense cria poste ecológico e o testa na sede do Governo. Invento já é realidade e pode ganhar as ruas do País
fonte- o estado verde


Foram mais de sete anos de espera, mas hoje, o Ceará pode reivindicar a autoria exitosa de um invento fantástico, que tem tudo para abrir uma nova perspectiva sobre o consumo energético no Estado: é o “Poste de Iluminação Pública Híbrido”, o primeiro movido inteiramente por vento e sol.



A produção de energias eólica e solar já é realidade na Europa e o Ceará precisa fazer jus ao privilégio natural de ser um dos locais com maior potencial energético limpo do mundo.
O projeto do poste híbrido – assim chamado por produzir energia solar e eólica simultaneamente – é do engenheiro mecânico Fernandes Ximenes. A ideia, pioneira, segundo Fernandes, nasceu em 2001, durante a crise energética que mergulhou o País no “apagão”.



Feito em aço, cada poste tem em seu topo o grande trunfo: uma estrutura de três metros com forma de avião que abriga células solares que captam raios ultravioletas e infravermelhos, transformando-os em energia elétrica. As hélices do ‘avião’ cumprem o papel das pás dos cata-ventos, gerando energia a partir do seu giro. Ambas as energias são transmitidas para uma bateria que tem capacidade de armazenamento de 70 horas.



Cada poste com um ‘avião’ (o gerador de energia) produz energia suficiente para abastecer três postes com lâmpadas LEDs, mais eficientes e ecológicas, que têm cerca de 50 mil horas de vida útil e são oito vezes mais luminosas que as convencionais.



O formato da peça foi escolhido por sua aerodinâmica, que facilita a captura de raios solares e de vento. “São duas fontes de energia alimentando-se ao mesmo tempo, o que o faz poder ser instalado em qualquer região e localidade do Brasil e do mundo”, esclarece o inventor Fernandes Ximenes.



De acordo com Fernando, cada poste dura 20 anos, os custos de manutenção são 15 vezes menores que os convencionais e a vida útil LEDs é 50 vezes maior que as lâmpadas tradicionais. Já as baterias têm autonomia para 70 horas sem produção de energia, ou seja, ainda que o sol nunca mais nascesse e o vento parasse de soprar, teríamos iluminação pública por cerca de seis noites.



Testado pelo Governo



O poste híbrido foi testado pelo Governo e hoje ajuda a iluminar o Palácio Iracema, sede do Governo do Ceará. “A fase de testes no Palácio já acabou e estamos conversando para definir o futuro”.



Fernando Ximenes não quis revelar o custo dos postes. O empresário alegou a variação nos preços, atribuída a detalhes técnicos como a altura do poste, a carga, o espaçamento entre cada unidade, etc. No entanto, o empresário diz que a instalação custa igual ou menos que os postes convencionais e tem economia de consumo mensal de até R$ 21 mil por quilômetro.



Tecnologia social ou comercial?
A depender do uso feito pelo seu inventor, o poste de Fernando pode se encaixar no conceito de “Tecnologia Social” que compreende produtos ou técnicas reaplicáveis, que possam ser desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social. No caso, sua face social vem na aplicação que pode ter, levando eletricidade a todo o pais.



Remete a uma proposta inovadora de desenvolvimento, considerando a participação coletiva no processo. Está baseado na solução para problemas voltados a demandas de alimentação, educação, energia, habitação, renda, recursos hídricos, saúde, meio ambiente, dentre outras. Importa essencialmente que sejam efetivas e reaplicáveis, propiciando desenvolvimento social em escala.



São exemplos de tecnologia social: o soro caseiro, as cisternas de placas pré-moldadas que facilitam o acesso a água no semi-árido, as mandalas (já tratadas no OEV), entre outras.