segunda-feira, 8 de novembro de 2010

GESTÃO DE RESÍDUOS NA UNB

UnB vai construir Unidade de Tratamento de Resíduos Químicos
Obra pioneira em Brasília já foi licitada e deve ficar pronta em 90 dias. Estação vai reduzir gastos e impactos ambientais e permitir armazenamento adequado do material descartado por laboratórios

João Campos - Da Secretaria de Comunicação da UnB
Reprodução/UnB Agência
UnB terá primeira unidade de tratamento de resídos sólidos da capital

A Universidade de Brasília vai construir a primeira Unidade de Tratamento de Resíduos Químicos da capital. As obras da primeira etapa do projeto, que permitirá um armazenamento adequado das substâncias tóxicas e mais segurança para os funcionários envolvidos no trato do material descartado por laboratórios, já foram licitadas e devem ser concluídas em 90 dias. A iniciativa, que faz parte da política de meio ambiente da UnB, ainda reduzirá gastos e impactos ambientais da instituição.
Toda semana, cerca de 500 kg de resíduos químicos e biológicos são coletados na UnB, segundo estimativa da Comissão para Gestão de Resíduos Químicos. Reagentes, ácidos, sais e uma infinidade de substâncias que não podem ser descartadas de qualquer forma pelo seu potencial tóxico estão entre a montanha de dejetos vinda, principalmente, dos laboratórios espalhados pelos quatro campi da Universidade.
Hoje, o trato desses resíduos é feito de forma limitada e em galpões improvisados próximos ao Hospital Veterinário, na avenida L4 Norte. “As condições são longe da ideais”, conta o presidente da comissão responsável pelo material, Eduardo Ferreira. Tonéis que armazenam os líquidos estão enferrujando por estarem expostos ao sol e chuva. No ambiente apertado e sem separação física não é possível nem mesmo instalar uma tomada para o uso de máquinas no processo, por questões de segurança.
A realidade deve mudar com a inauguração da nova unidade, prevista para fevereiro de 2011. O prédio, que terá 107 m² de área construída, contará com um galpão de armazenamento de resíduos e uma área para carga e descarga de veículos. “Será um espaço aberto, mas coberto e com um pequeno escritório que servirá de sede para a comissão”, detalha Eduardo. Segundo o Químico, o local vai oferecer um armazenamento adequado para as substâncias e mais segurança para os funcionários.



O diretor do Ceplan, Alberto de Faria, afirma que as obras já foram licitadas e o contrato para a execução da obra (com a empresa LGP – Construções e Projetos Ltda) deve ser assinado na próxima segunda-feira, 8 de novembro, em reunião com o reitor José Geraldo de Sousa Junior. “Essa é uma obra importante dentro do contexto da universidade de dar uma gestão adequada para os resíduos produzidos pela comunidade”, observa ao arquiteto. 

SEGUNDA ETAPA – A obra orçada em R$ 297 mil é a primeira de duas etapas que envolvem o projeto. A segunda, que ainda não tem data prevista para início, consiste em um grande laboratório para o tratamento dos resíduos tóxicos. “Com as obras concluídas poderemos fazer processos complexos de tratamento que permitirão, inclusive, o reaproveitamento de determinadas substâncias”, conta Eduardo, destacando a economia que o trato adequado dos resíduos deve gerar para a UnB.
O químico explica que a destilação é um dos processos que pode ser realizado. “Muitas vezes recolhemos uma mistura de reagentes. Com a destilação poderemos recuperar a pureza de algumas substâncias”, explica. “Além de reduzir os gastos com o descarte (feito via licitação com uma empresa especializada em lixo tóxico) o trato reduz significativamente o impacto sobre o meio ambiente”, completa ele, que trabalha ao lado das professoras Denise Imbroisi e Élida Campos na comissão fundada em 2001 e vinculada à vice-reitoria.   
  
POLÍTICA AMBIENTAL – A construção da Unidade de Tratamento de Resíduos Químicos faz parte de um projeto mais amplo da UnB: o de consolidar uma política ambiental nos quatro campi da Universidade. “Tratar os resíduos, tanto sólidos como químicos, é um passo fundamental para as mudanças de comportamento e gestão exigidas no século XXI”, afirma a professora do Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) Izabel Zaneti.
Coordenadora do Grupo de Trabalho de Resíduos Sólidos da Agenda Ambiental da UnB, a especialista conta que desde 1998 professores e estudantes buscam abrir espaço para as questões ambientais na UnB. “Às vésperas de completar 50 anos, essa é a primeira gestão da Universidade que montou uma política ambiental efetiva para a instituição”, observa Zaneti, que destaca a necessidade de integrar as ações voltadas para o tema, hoje isoladas, para a consolidação de um projeto amplo para a UnB.
A campanha Coleta Seletiva Solidária é uma das ações previstas. A iniciativa tem como propósito dar destinação correta para cerca de 10 toneladas de lixo produzidas por institutos e faculdades todo mês. “Estamos capacitando 508 funcionários para separar o lixo orgânico e o seco”, adianta Izabel. Segundo a professora, o sistema, que ainda contará com adesivos explicativos nas lixeiras e parcerias com cooperativas de catadores, deve entrar em vigor a partir do próximo semestre. “As universidades, que estão na vanguarda da produção de conhecimento, devem dar o exemplo”. 

SERVIÇO
Professores, estudantes e pesquisadores podem se cadastrar para ter os resíduos químicos e biológicos coletados de forma adequada pelo site www.unb.br/resqui.