terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

IRONIA, POUCO CASO OU INTERESSES


Da Redação

Ao mesmo tempo em que a Eletrobrás anuncia a abertura de uma das comportas de Tucuruí, inundando áreas situadas abaixo da represa, o ministro Carlos Minc do Meio Ambiente anuncia a concessão de licença ambiental para a hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu.

Belo Monte vem para juntar-se à série de atentados ao meio ambiente perpetrados pelo governo Lula, pelos quais as gerações futuras hão de lamentar-se.

Jirau e Santo Antonio, no rio Madeira, canalão do São Francisco, impropriamente chamado de “transposição”, a ampliação da fronteira da cana de açúcar em Mato Grosso, permitindo que ela se expanda no santuário ecológico do pantanal, modificação do Código Florestal, nitidamente para alforriar cavieiros e junte-se agora Belo Monte e o Brasil consagra-se como o paraíso das empreiteiras e dos canavieiros.

A construção de três multibilionárias hidrelétricas é realmente necessária neste momento? Ou atenderia apenas interesses de empreiteiras, que pouco a pouco estão infiltrando-se e dominando a administração pública, colocando-a a serviços dos seus interesses.

Haja vista a compra da Quattor pela Braskem (Odebretch/Petrobras), concedendo à empreiteira o monopólio da indústria química do petróleo, a autorização para que a Camargo Correia crie uma super-elétrica que vai deter 35% do mercado elétrico nacional e a desconhecida Delta, que cresceu apenas 2000% sob o governo Lula.

O sensível campo da energia deveria estar sob quarentena há muito tempo, a ponto de não se permitir aventuras tipo Belo Monte, Jirau e Santo Antonio, pois há em todo país, desde o tempo de FHC, quase meia centena de termelétricas acopladas às usinas de açúcar e álcool, que graças à “capacidade instalada” custam aos cofres públicos milhões de reais e não fornecem um watt para uso de terceiros, só beneficiando diretamente os canavieiros, que tem no presidente Lula o padrinho que os acoberta.

Lula, que vai deixando pelo caminho minas e armadilhas para deixar para seu sucessor, seja lá quem for, um país ingovernável, refém das empreiteiras e dos canavieiros, que reinarão soberanos.