Tecnologia Social: 31 novos projetos
Produtos, métodos ou técnicas que tragam soluções efetivas a algum tipo de problema social, desenvolvidas com simplicidade, baixo custo, replicabilidade e impacto em determinadas faixas da sociedade, a tecnologia social é o conceito que tem norteado diversas iniciativas apoiadas pela Fundação. Nesta quinta, 14 de junho, ao divulgar o resultado final do programa de Apoio ao Desenvolvimento de Modelos de Inovação Tecnológica e Social – 2012, a FAPERJ anuncia que, dos 36 novos projetos pré-selecionados na primeira fase, 31 foram contemplados.
As propostas aprovadas serão desenvolvidas sobre temas prioritários – como agricultura familiar e/ou cooperativada; hortas comunitárias; pecuária familiar e/ou cooperativada; aquicultura; processos agroecológicos; fornecimento de água potável para pequenas comunidades; produção de alimentos e fitoterápicos; segurança alimentar e nutricional; saneamento básico; habitação de baixo custo; energia para pequenas comunidades e consumidores isolados; confecções e moda têxteis com produção comunitária; produção de cerâmicas e de bens minerais; e artesanato. Para tanto, os projetos contemplados dividirão recursos da ordem de R$ 3 milhões. Tais recursos se destinam a custear despesas de capital, como a aquisição de material permanente e equipamentos, e despesas de custeio, em que se enumeram material de consumo, reformas e adaptações de infraestrutura e instalações, serviços de terceiros (pessoas físicas e jurídicas) com caráter eventual, diárias e passagens e despesas de importação.
De acordo com o diretor de Tecnologia Rex Nazaré, a iniciativa do edital se alinha com o estabelecimento, pelas Nações Unidas, dos goals do milênio, criando metas que reduzam problemas sociais com tecnologias adequadas. "Entendemos que as tecnologias sociais podem ser geradas tanto no meio social quanto na academia ou em empresas e podem conjugar o saber popular ao conhecimento técnico-científico. O essencial, no entanto, é que proponham soluções inovadoras para problemas prioritários e que possam ser repetidas e disseminadas, multiplicando-se entre os grupos sociais e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida."
Para Nazaré, apesar do pouco tempo desde o lançamento do primeiro edital de Apoio ao Desenvolvimento de Modelos de Inovação Tecnológica e Social, em 2008, já são vários os casos de sucesso. Um deles é o projeto de produção de tilápias, pela cooperativa Coopercrama, em Cachoeiras de Macacu, que possibilitou a inclusão de proteína animal na merenda escolar da rede pública do município. "Essa iniciativa também serviu como exemplo para outros produtores introduzirem a piscicultura nas baixadas litorâneas daquela região", cita Rex Nazaré. Ele enumera ainda o caso da prefeitura de Bom Jesus de Itabapoana, que passou a adquirir os produtos cultivados nas hortas familiares de pequenos agricultores do município e o vetmóvel, no noroeste fluminense. "O vetmóvel tem levado assistência veterinária às pequenas fazendas e sítios de Santo Antônio de Pádua, Itaocara, Itaperuna, Miracema e São José de Ubá, orientando quanto a técnicas corretas de manejo, alimentação adequada, tratamentos veterinários e reprodução animal." Todos são exemplos de como os recursos do edital têm efetivamente contribuído para a melhora da qualidade de vida da população fluminense.