As perspectivas e o futuro da agricultura familiar no mundo foram o tema do segundo painel da manhã desta quinta-feira (21), na Arena Socioambiental da Rio+20. Os impactos das políticas econômicas e as experiências dos pequenos agricultores em diversos países foram apresentados.
Para Carlos Leon, da Coordenadoria de Integração de Organizações Econômicas Campesinas (Cioec), os pequenos agricultores precisam unir esforços e formar um bloco para proteger sua produção. “Temos que continuar lutando pela produção de alimentos não transgênicos, fortalecendo a agricultura familiar e gerando renda para os trabalhadores.”
Com referências à experiência da agricultura familiar nos países vinculados à Plataforma de Pequenos Agricultores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Augusto Mafigo apontou a importância da busca de convergências em nível regional e global. Segundo ele, a agricultura familiar e os camponeses são os principais fornecedores de alimentos para o planeta, mas continuam sendo os mais marginalizados. “A terra está concentrada na mão de grandes produtores, restando pouco espaço para os pequenos.”
Com relatos da situação dos agricultores familiares na Ásia, Sophal Uon, da Associação Asiática de Agricultores para o Desenvolvimento Rural Sustentável (AFA), alertou para o grave momento dos pequenos agricultores naquele continente. De acordo com ele, os trabalhadores rurais não estão conseguindo comercializar seus produtos, devido ao preço baixo e à exploração pelos intermediários.
Ao final do evento, Simon Ticehurst, da Oxfam, falou da importância da agricultura familiar no combate à fome e da experiência brasileira com os programas de transferência de renda. “O papel do Estado brasileiro foi importante na distribuição de alimentos e na retirada de 28 milhões de pessoas da linha da pobreza.”
Júlio César Amaral
Ascom/MDS