Premiados na IV Olimpíada de Ciências realizada pelo Museu Goeldi na Floresta Nacional de Caxiuanã, os estudantes Odilon Balieiro e Solangia dos Santos estão na Rio +20 para relatar experiência de estudar no interior da Amazônia
Agência Museu Goeldi
Um armazém cheio de ideias, informação, tecnologia e conhecimento é o que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) preparou para o público participante da Rio +20. O Museu Paraense Emilio Goeldi, unidade de pesquisa do MCTI, é uma das instituições presente ao evento e apresentará diversos trabalhos no Armazém da Popularização da Ciência, Pier Mauá, no Rio de Janeiro, sede da Conferência Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável que acontece até a sexta-feira, dia 22 de junho, no Rio de Janeiro.
A exposição “Amazônia Desconhecida” e apresentação de vídeos, bem como distribuição de publicações são iniciativas que compõem a contribuição do Museu Goeldi às discussões da Conferência Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20.
Revelando a Amazônia
O objetivo da exposição é apresentar uma proposta de trabalho para identificação de novas espécies, chamada de “Censo de Biodiversidade”, que pretende organizar o conhecimento acerca da diversidade biológica, informar a sociedade sobre sua riqueza, identificar espécies ameaçadas de extinção e os fatores de ameaça e também identificar avanços e lacuna no conhecimento e as áreas prioritárias para novas pesquisas. A intenção do Censo, com a adesão de outras instituições de pesquisa do Brasil, é contemplar todos os biomas brasileiros.
A exposição será composta de quatro painéis que apresentam o trabalho já desenvolvido pelo Museu Goeldi, na região amazônica, para a identificação de novas espécies e sobre desmatamento. Um dos destaques desse trabalho de pesquisa é sobre o pau-cravo (Dicypellium caryophyllaceum), espécie considerada extinta e que durante o período colonial da história do Brasil era uma das drogas do sertão. O pau-cravo, com sabor de cravo e aroma de canela, foi redescoberto em 2008 por uma equipe de pesquisa do Museu Goeldi, coordenada pelo pesquisador Rafael Salomão.
Durante o período da mostra de 18 a 22 de julho, jogos eletrônicos, kits educativos, vídeos feitos a partir de mídias locativas, cartilhas, entre outros, todos relacionados ao tema, também estarão disponíveis para evidenciar parte do conhecimento científico sobre a Amazônia.
Ciência na Floresta
Dois vídeos sobre a Estação Científica Ferreira Penna, mantida pelo Museu Goeldi na Floresta Nacional de Caxiuanã, revelam aspectos científicos e educativos dos trabalhos desenvolvidos em área localizada entre os municípios de Portel e Melgaço, no arquipélago do Marajó, no estado do Pará.
Longe de grandes centros urbanos - são mais de 12 horas de viagem entre Belém e a base avançada de pesquisas do Museu Goeldi -, as populações ali residentes interagem há mais de 20 anos com pesquisadores e profissionais de diversas instituições regionais, nacionais e internacionais, num território rico em biodiversidade e de complexa estrutura social.
Caxiuanã:
Educação para a sustentabilidade é o primeiro dos vídeos apresenta em 20 minutos o Programa de Desenvolvimento Sustentável Floresta Modelo de Caxiuanã, desenvolvido na Estação Científica Ferreira Penna. Entre os destaques estão as Olimpíadas de Ciências na Flona Caxiuanã, que envolvem professores e alunos da floresta e pesquisadores do MPEG e instituições parceiras. A censura é livre e o vídeo tem legendas em inglês.
As projeções acontecerão nos dias 13, às 17h15h; 14, às 12h15; e 17, às 11h; e no dia 21, às 9h15.
Caxiuanã: Estação Científica Ferreira Penna retrata a atuação do Museu Paraense Emílio Goeldi/MCTI na Floresta Nacional de Caxiuanã a partir da implantação de uma base avançada no seio da floresta destinada a realização de estudos científicos de longo prazo. O vídeo faz uma panorâmica das pesquisas ali desenvolvidas com foco nas atividades de campo. São 20 minutos com censura livre e legendas em inglês.
Os dois alunos com melhor desempenho na IV Olimpíada de Ciências realizada no início de junho na Estação Científica Ferreira Penna participarão da programação no Armazém 4 do PopCiência no Rio de Janeiro. Odilon Costa Balieiro, 16 anos, da Escola da Comunidade Pedreira, no município de Melgaço e Solangia dos Santos Trindade, 21 anos, da Escola da Comunidade São Sebastião, no município de Portel, vão conversar com o público interessado para contar suas experiências e relatar o modo de vida dos moradores.
Segundo a coordenadora do Programa de Desenvolvimento Sustentável Floresta Modelo de Caxiuanã,“Os estudantes darão depoimentos sobre as atividades educativas ali realizadas por nós”.
A Flona Caxiuanã fica 30% no município de Melgaço onde se localiza a ECFPn e 70% no município de Portel. As ações do Programa Floresta Modelo abrangem toda a extensão da Flona Caxiuanã num total de sete escolas.
Os principais critérios utilizados para a seleção dos estudantes participantes da Rio +20 foram ter mais de 16 anos, o melhor rendimento escolar; a capacidade de atuar em equipe; e o desempenho na IV Olimpíada. As Prefeituras de Melgaço e Portel patrocinam a participação dos premiados, além da Coordenação Pedagógica de Melgaço, Maria José Ribeiro e de Portel, Prof. Ronaldo Santos.
Jardim Botânico -
Como integrante da Rede Brasileira de Jardins Botânicos (RBJB), o Museu Goeldi também se fará presente no estande da RBJB para apresentar suas ações enquanto jardim botânico para a conservação da flora brasileira. A exposição da RBJB também tem a finalidade de propor a criação do Sistema Nacional de Conservação Ex Situ por meio da ciência, tecnologia e da inovação.
