segunda-feira, 18 de junho de 2012

Paisagista alemão sugere transformar o lixo orgânico em adubo com ajuda de minhocas


Enquanto os brasileiros começam a se preocupar em separar o lixo seco para reciclagem, um ativista chama a atenção para o lixo orgânico. Composto por restos de comida, cascas de frutas e de legumes, os rejeitos podem se transformar em adubo antes mesmo de serem descartados, mas com ajuda de minhocas, explica o paisagista alemão Manfred Bert.
Localizado em um dos lugares de maior movimento na Cúpula dos Povos, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), Bert apresenta suas minhocas e explica a estratégia para fazer adubo em casa. “Basta pegar duas caixas de madeira que sobram nas feiras, forrar com uma tela de mosquiteiro, colocar terra, lixo orgânico e as minhocas.”


Quando a caixa estiver cheia, a recomendação é colocar uma nova caixa em cima e repetir o  procedimento. Assim, assegura, as minhocas vão passar de uma caixa para a outra em busca de alimento fresco e acelerar a produção de adubo. Esse, por sua vez, pode ser vendido ou reaproveitado nas plantas de casa ou pelo próprio condomínio, sugere o ecologista.
“Todo mundo pensa no lixo inorgânico para reciclar, como latinhas e vidro, tudo o que dá dinheiro. Mas ninguém quer mexer no lixo orgânico por considerar nojento, sujo, com mosca, mal cheiro. Mas não é nada disso”, desmistifica. “Na verdade, 70% do nosso lixo são limpos, são orgânicos", completa o alemão, que usa uma camiseta com os dizeres Minhoca ao Alcance de Todos.
Há 27 anos no Brasil, o “vermicompostador”, como também se chama, desenvolveu a técnica. Bert garante que, se bem feita, não exala mau cheiro e nem uma produção incontrolável de moscas e vermes. “As minhocas se autoregulam. Cometem suicídio coletivo para expulsar o excedente. Depois, é só retirá-las e iniciar uma nova caixa”, dá a dica.
Para quem se interessou em começar a fazer o adubo orgânico em casa, além de preparar as caixas de frutas também é preciso comprar as minhocas, que o paisagista sugere que seja de um criador especializado.
Edição: Andréa Quintiere/Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil