Marina Bittencourt/agencia fiocruz
A obesidade em países em desenvolvimento não é mais uma doença restrita aos grupos de melhor situação sócio-econômica e, atualmente, grupos mais pobres estão sendo atingidos. Em artigo publicado nos Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz, pesquisadores analisam a relação entre o estado nutricional e a situação sócio-econômica de adolescentes moradores da cidade de Niterói.
Mesmo entre os mais pobres, o sobrepeso representa um problema de saúde pública que atinge 1/10 desse grupo populacional
A obesidade na infância e na adolescência já é reconhecidamente um sério problema de saúde pública. Estudos realizados no Rio de Janeiro mostram uma queda da desnutrição e um aumento da obesidade nas últimas décadas. Dados recentes sobre adultos mostram maior prevalência de sobrepeso e obesidade em mulheres de baixa escolaridade. Já no grupo dos homens, a prevalência é maior naqueles com alta escolaridade. Com os adolescentes, estas associações são diferentes. Os autores citam pesquisa conduzida pelo IBGE que evidencia que, “no Brasil, são encontradas maiores prevalências de sobrepeso em populações de adolescentes com melhores condições financeiras”.
Os pesquisadores afirmam que “o estado nutricional de adolescentes está associado com a situação sócio-econômica familiar, neste estudo indicada pela renda familiar per capita e pelo número de moradores do domicílio.” O número de moradores do domicílio está ligado ao baixo peso/magreza em adolescentes e se nota uma tendência de crescimento na proporção de adolescentes com sobrepeso/obesidade à medida que a renda familiar per capita aumenta. “Entretanto, é importante ressaltar que, mesmo entre os mais pobres, o sobrepeso representa um problema de saúde pública que atinge 1/10 desse grupo populacional, entre meninos e meninas”.