quarta-feira, 14 de julho de 2010

MUTIRÃO USP CONVIVE REALIZA PASSEIOS COM OS BICHANOS

Peludos de patas sem pais, mas apadrinhados

Cão com sequelas salvo da eutanásia


SYLVIA MIGUEL/Jornal da USP

Cães e gatos abrigados na Prefeitura do Campus pelo Programa USP Convive recebem visita de amigos e padrinhos em mutirão do dia 25 de julho

Aleijados, machucados, doentes, velhinhos, ou, simplesmente, "normais". São diversas as condições em que cães e gatos acabam abandonados na Cidade Universitária. Há décadas o campus da USP no Butantã se transformou em local de despejo de pequenas vidas que, por algum motivo, viraram um "problema" para a família de adoção.

Felizmente, pessoas sensíveis à questão do abandono resgatam esses animais e esta prática voluntária acabou se transformando num programa oficializado durante a gestão do ex-reitor Jacques Marcovitch. O Programa USP Convive, conduzido pelo professor Tibor Raboczkay, do Instituto de Química da USP, já encaminhou mais de 2.000 animais para novos lares e castrou, gratuitamente, cerca de 600 animais da favela São Remo, comunidade carente próxima ao campus.Atualmente há 110 cães atendidos pelo USP Convive, num canil que deverá permanecer nas dependências da Prefeitura do Campus. O gatil, que funciona voluntariamente na casa de uma das funcionárias do programa, abriga atualmente 80 gatos, conta Raboczkay.

"Houve um debate se o abrigo de animais deveria ser transferido para as dependências da Faculdade de Veterinária, mas ele irá permanecer na Prefeitura do Campus. Ainda está em discussão se os membros do programa continuarão os mesmos", afirma Elisabeth Raboczkay, funcionária da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, irmã do professor e voluntária desde 2001 do Programa USP Convive.




Preparado-se para a cãominhada

Mutirões e "cãominhadas" – Além dos funcionários e voluntários, o Programa USP Convive conta com parceiros como o grupo Patinhas Online para a realização de atividades cujo objetivo é promover a qualidade de vida e a reintegração familiar dos animais abandonados.

No dia 25 de julho, por exemplo, acontecerá mais um mutirão no abrigo da Prefeitura do Campus, em que padrinhos, madrinhas, amigos e visitantes se juntam para banho, limpeza do canil e passeios com os bichanos.

Os mutirões acontecem normalmente no último domingo de cada mês. O grupo também promove periodicamente as "Cãominhadas", caminhadas educativas com a participação de pessoas e animais com o objetivo de conscientizar a população sobre a necessidade da posse responsável de animais domésticos. "As pessoas acham bonitinho ter um bicho de estimação, mas depois que percebem ser incapazes de suprir suas necessidades o abandonam", diz o presidente do USP Convive.

Há também as Feiras de Doação promovidas no primeiro e terceiro sábados de cada mês no WalMart de Osasco e no segundo domingo do mês no Parque Villa Lobos. "As feiras são uma forma de mostrar os animais, mas o forte das adoções é mesmo no próprio plantão do canil na Prefeitura do Campus", afirma Elisabeth. O programa cuida ainda da castração gratuita de animais da favela São Remo.


O Pit Bull Tímido é um adotado

Adoção e apadrinhamento

Os animais adotados recebem acompanhamento dos membros do programa até que a adaptação ao novo lar esteja realizada. "Todos os animais doados são castrados, vacinados e vermifugados. Além disso, assumimos o compromisso de, caso não ocorra adaptação, aceitarmos o animal de volta para que ele não seja jogado novamente na rua ou no campus", afirma o professor Raboczkay.

Segundo o presidente do programa, cerca de 10% dos animais adotados acabam sendo devolvidos por falta de adaptação. "Isso ocorre geralmente por conflitos entre pais e filhos, ou marido e mulher, ou mesmo porque o animal não se adapta àquela determinada família", diz.

Para as pessoas que se sensibilizam com a situação dos animais sem lares, mas não têm condições de adotar, o professor Raboczkay sugere o apadrinhamento. O animal continua no canil da Prefeitura, mas recebe ajuda de uma madrinha ou de um padrinho, seja através de doações ou mesmo de visitas, passeios, banhos e outros cuidados. "Os animais adoram essas visitas. É um momento de aproximação, em que pais trazem os filhos para brincar e fazer atividades com os bichos", diz o professor.

Para participar dos mutirões é necessário se cadastrar pelo site www.patinhasonline.com.br