O último tigre da Tasmânia conhecido morreu em cativeiro em 1936. Foram, também, em 1883 os quaggas (aparentados das zebras que tinham listras apenas na metade do corpo),  em 1914 os pombos-passageiros (um dos pássaros mais abundantes da América do Norte antes da colonização americana), e em 1986 o sapo-dourado (anfíbio que vivia em uma região da Costa Rica) - cada um deles, como o tigre, fotografado antes da extinção. Essas imagens de um tempo perdido servem como uma janela para o passado, lembranças do que nossa imprudência subtraiu da Terra.


Restam apenas 56 tigres siberianos no planeta, mas os conservacionistas acreditam que o animal poderá se livrar da extinçãoBabirusa/ CC 3.0
Restam apenas 56 tigres siberianos no planeta, mas os conservacionistas acreditam que o animal poderá se livrar da extinção



Desde o fim dessas quatro espécies, os humanos têm feito um esforço para preservar mais das espécies em perigo do planeta por meio de zoológicos e melhoraram o gerenciamento da vida selvagem - ainda que um número de animais atualmente estejam em condições precárias devido à perda do habitat, poluição, caça massiva, espécies invasivas e mudanças ambientais.


Em maio de 2010, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), reconhecida pela ONU, listou 75 espécies extintas na natureza. Como um paciente de hospital mantido vivo por máquinas, elas estão vivas apenas devido à intervenção humana. Elas simplesmente não mais existem naturalmente no ecossistema. Claro que algumas dessas espécies se reproduzem muito bem em cativeiro. Os labeo bicolores (Epalzeorhynchos bicolor), peixes de água doce da família das carpas com o corpo negro e a cauda vermelha, da Tailândia, por exemplo, podem ter perdido seu habitat natural, mas são exportados anualmente aos milhares para aquários.



O tigre da tasmânia, no alto, foi extinto em 1936. A zebra quagga, em 1883E.J. Keller (alto) e F. York / Domínio público
O tigre da tasmânia (alto) foi extinto em 1936; a quagga, parente da zebra, em 1883


A tartaruga negra de casco mole, por outro lado, é conhecida por sobreviver apenas em um lago artificial nos terrenos de um templo budista em Bangladesh. Embora as tartarugas venham prosperando há tempos nesse ambiente, tal população centralizada as torna particularmente vulneráveis à extinção e - em numa contradição cruel - susceptíveis à morte por superpopulação. 

 Mesmo se as populações em cativeiro de espécies ameaças de extinção aumentassem o suficiente para permitir a reintrodução na natureza, a falta de diversidade genética também se coloca como um problema. Essa questão atualmente é representada entre as populações reintroduzidas de Cervo do Padre David, na China, que foi originalmente extinto há pelo menos mil anos.


Outras espécies ainda se encontram em uma situação desagradável até pior: seus números suficientemente reduzidos os faz, nas palavras dos conservacionistas, funcionalmente extintos.

 Em outras palavras, pode haver sobreviventes por aí, mas a população é tão reduzida que a extinção é inevitável. De acordo com pesquisas recentes no rio Yang-Tsé, a população do golfinho de água fresca baiji, da China, está tão baixa que quaisquer pares remanescentes serão incapazes de repopular a espécie.

 De maneira similar, os inspetores da vida selvagem consideram o rinoceronte negro do oeste africano como provavelmente extinto. Se algum desses animais ainda andar sobre a terra hoje, eles são provavelmente os últimos. Nenhuma classificação, contudo, é uma categoria oficial da IUCN.

Outras espécies ameaçadas ainda permanecem em sério declínio, apesar dos esforços humanos para conservá-las. Em novembro de 2009, o Programa de Monitoramento do Tigre Siberiano relatou apenas 56 animais, dos 500 existentes há apenas quatro anos. Felizmente, o especialistas acreditam que essa espécie rara ainda pode sair da possível extinção. 

Plantas ameaçadas, ao contrário das tartarugas e do cervos, geralmente não inspiram esforços de conservação. Afinal, quando foi a última vez que você se deparou com uma couve-nabo, uma espécie de repolho? Mas um grande número de espécies de plantas estão perigosamente perto de desaparecer devido à perda de seu habitat, da superexploração, de espécies invasoras, da poluição e da mudança climática.

Em 2006, a IUCN listou 8 mil espécies de plantas ameaçadas, incluindo o hibisco da Ilha Phillip. Nos anos 1980, porcos selvagens, cabras e coelhos tinham pastado essa planta até a beira do desaparecimento na Ilha Phillip, seu habitat na Austrália. Restaram meras duas moitas da flor [fonte: Sydney Botanic Gardens Trust]. 

A remoção subsequente dos animais selvagens permitiu o ressurgimento da população da planta, mas ela ainda permanece uma das plantas mais ameaçadas na Terra.