Agência estima que mais de 1 bilhão de toneladas de alimentos são perdidas todos os anos; iniciativa "Salve a Comida" conta com 50 parceiros.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, está buscando mais parceiros para a campanha "Salve a Comida". A iniciativa é um esforço global para reduzir 1,3 bilhões de toneladas de alimentos perdidos por ano.
A campanha tem 50 parceiros, mas a agência trabalha para envolver o setor privado e organizações sem fins lucrativos.
Excesso
Em entrevista à Rádio ONU, de Roma, o economista de agronegócios da FAO, Carlos da Silva, explicou que uma parte substancial dos alimentos é perdida entre a produção até a chegada ao consumidor.
"Existe a perda, que é aquilo que acontece com uma quantidade do produto que chega ao consumidor, inferior a que foi produzida, e tem o problema do desperdício. Ou são comprados (alimentos) em excesso – o consumidor não usa tudo e joga fora – ou algumas vezes, o próprio supermercado, no fim do dia, não consegue vender e descarta aquela produção."
Cereais e Frutas
Segundo a FAO, quase um bilhão de pessoas passam fome no mundo. O especialista em agronegócios da agência afirma que aproximadamente 30% dos cereais e até 50% das frutas e vegetais produzidos globalmente são perdidos.
Carlos da Silva ensina ações que podem ser tomadas pelo consumidor final para evitar o desperdício alimentar.
"De repente você compra um produto que tem umas folhas que você não consome, mas se puder utilizar aquilo, você pode ter um aproveitamento ótimo e não desperdiçar. Se comprar em excesso, você pode congelar uma parte ou fazer algum outro preparo. E o consumidor é realmente interessado, porque ninguém tem motivação, interesse, de gastar recursos que serão jogados no lixo."
De acordo com o especialista da FAO, Carlos da Silva, os países desenvolvidos são os que mais desperdiçam comida. A agência defende ainda novas tecnologias, melhores práticas e investimentos em infraestrutura para reduzir as perdas de alimentos.