segunda-feira, 30 de julho de 2012

Castanha de cotia pode prevenir doenças, aponta estudo


Pesquisa inédita recebeu premiação na área de ciência de alimentos

Marina Mattar
Neuza e Tainara exibem certificado que atesta premiação


Notícias UNESP/Campus de São José do Rio Preto
Um estudo identificou, pela primeira vez, as características essenciais da castanha de cotia (Couepia edulis), descobrindo a presença de compostos bioativos que a fazem agir como alimento funcional, isto é, que traz benefícios se ingerido, como redução do risco de doenças cardiovasculares, tumores, distúrbios metabólicos, doenças neurodegenerativas e enfermidades inflamatórias.
A pesquisa foi realizada pela doutoranda Tainara Costa Singh, do Programa de Engenharia e Ciência de Alimentos do Ibilce, sob a orientação da docente Neuza Jorge.

De acordo com as pesquisadoras, o estudo apontou a possibilidade de usar essa castanha, que é encontrada no norte do Brasil, para fins comestíveis ou como matéria-prima para as indústrias farmacêutica e oleoquímica. Tainara destaca que há uma grande demanda comercial por óleos vegetais ricos em compostos benéficos para a saúde, em razão do interesse dos consumidores na redução do risco de doenças e na promoção da saúde por meio da melhoria na dieta. “Esses compostos benéficos incluem tocoferóis, carotenoides, fitosteróis, compostos fenólicos e composição especial em ácidos graxos, como alto conteúdo de ácidos graxos mono e poli-insaturados”, complementa.

O trabalho, que foi o trabalho de mestrado de Tainara, consistiu em caracterizar e analisar as propriedades funcionais de óleos extraídos de castanhas e nozes. “Estudamos seis amostras de castanhas de tipos diversos, sendo a cotia a mais diferenciada”. 

A pesquisa recebeu o segundo lugar na premiação Leopoldo Hartman, que aconteceu em maio deste ano. “Ganhar esse prêmio foi um grande incentivo, pois, quando ficamos apenas dentro de um laboratório, não nos damos conta do que a nossa pesquisa realmente representa no cenário acadêmico de todo o País”, avalia a doutoranda premiada. 

A fim de concluir o estudo, Tainara foi buscar apoio de demais pesquisadores da área para fazer análise mais minuciosa da castanha. “As amostras de castanha de cotia foram enviadas pelo pesquisador João Batista Moreira Gomes do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e a análise por ressonância magnética nuclear foi realizada com parceria do pesquisador Thiago Bergler Bittencourt, da Universidade Federal da Fronteira do Sul (UFFS)”, conta.
Marina Mattar