segunda-feira, 30 de julho de 2012

Oficina avalia conservação de tatus,tamanduás e preguiças


Tatu Canastra é avaliado pelos especialistas como espécie em perigo no Bioma Mata Atlântica
do ICMBio
Onze especialistas de diversas instituições avaliaram o estado de conservação dos xenartros (tatus, tamanduás e preguiças) brasileiros, na Academia Nacional da Biodiversidade (Acadebio), localizada na Floresta Nacional de Ipanema, em Iperó (SP). A oficinafoi coordenada pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Além dos especialistas, a oficina contou com a participação da ponto focal do processo de Avaliação do Estado de Conservação dos Xenartros Brasileiros, Amely Martins, um redator, Marcos Fialho, e uma técnica em geoprocessamento, Ivy Nunes – todos do CPB/ICMBio, além do facilitador Estevão Carino, da Coordenação de Avaliação do Estado de  Conservação da Biodiversidade (Coabio) do ICMBio.

Durante o evento, realizado entre os dias 18 e 20 deste mês, foram avaliadas todas as 19 espécies de xenartros indicadas anteriormente com ocorrência no Brasil, sendo 11 tatus (Ordem Cingulata), cinco preguiças e três tamanduás (Ordem Pilosa).
A avaliação foi realizada com apenas um grupo de trabalho durante toda a oficina. Para cada espécie, foi feita a leitura e análise de sua ficha pela plenária, que apontou, quando necessário, os pontos de correção ou inserção de novas informações.
Além das fichas, foram avaliados ainda os mapas de distribuição de cada espécie, também com identificação dos pontos de correção ou adição de novos dados. Após esse processo, cada táxon foi classificado de acordo com as categorias e critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
Dos 19 táxons avaliados, um foi considerado Em Perigo; três, Vulneráveis; quatro, com Dados Insuficientes; 10, Menos Preocupante; e uma espécie foi classificada Não Aplicável para a avaliação no Brasil.
Além desta análise específica para a conservação no país, duas espécies foram avaliadas por biomas, sendo a Cyclopes didactylus (tamanduaí) categorizada com Dados Insuficientes para a Mata Atlântica, enquanto na avaliação nacional foi considerada Menos Preocupante; e a espécie Priodontes maximus (tatu-canastra), avaliada nacionalmente como Vulnerável, foi categorizada como Criticamente Em Perigo no bioma Mata Atlântica.
Esta classificação por bioma não altera a avaliação em nível nacional, mas representa uma importante abordagem no processo por indicar mais precisamente os biomas que necessitam de ações de conservação mais direcionadas para as espécies, mesmo para o tamanduaí, considerado menos preocupante nacionalmente.
Ao final da oficina, os participantes manifestaram grande satisfação na possibilidade de colaborar com o processo de avaliação e, além disso, poder contribuir para o estabelecimento de políticas públicas voltadas à conservação dos tatus, tamanduás e preguiças do Brasil.
O resultado da avaliação será validado por especialistas na aplicação de critérios e categorias da UICN para posterior publicação das fichas técnicas com respectivas avaliações de cada espécie.
Neste mesmo processo, o CPB realizará entre os dias 30 de julho e 3 de agosto, a Oficina de Avaliação do Estado de Conservação dos Primatas Brasileiros.