segunda-feira, 16 de julho de 2012

Cempas da UNESP inicia pesquisa com pinguins


  Daniel Ornelas 
Pinguins-de-magalhães são característicos de águas temperadas da América do Sul.
O Centro de Medicina e Pesquisa em Animais Silvestres (Cempas), da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp, câmpus de Botucatu, recebeu no início do mês de julho quatro pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus), encaminhados pelo Aquário Municipal de Santos.

Os pinguins-de-magalhães são típicos da América do Sul, característico  de águas temperadas. A espécie habita as zonas costeiras da ArgentinaChile eIlhas Malvinas, (migrando por vezes até ao Brasil no Oceano Atlântico ou até aoPeru, no caso das populações do Oceano Pacífico. Estes animais são classificados no género Spheniscus juntamente com o pinguim-das-galápagos e o pinguim-de-humboldt.
Os animais foram encaminhados para tratamento de lesões nas plantas das patas, conhecidas como pododermatites. “Os pinguins passam 70 por cento de sua vida na água e em solos como areia e gelo. Esses animais, resgatados e encaminhados para recuperação no Aquário de Santos, acabam ficando em recintos calçados até estarem em condições de voltar para a natureza. Isso acaba danto origem a essas lesões nas patas. São lesões características de animais em cativeiro”, explica o professor Carlos Teixeira, coordenador do Cempas.

O atendimento dos pinguins também faz parte do trabalho de mestrado de Cristiane Lassalvia, médica veterinária do Aquário de Santos, desenvolvido junto ao Programa de Pós –Graduação em Medicina Veterinária da FMVZ, sob orientação do professor Teixeira. A pesquisa de Lassalvia vai analisar os efeitos da laserterapia na recuperação após a remoção cirúrgica das lesões. Ao longo dos próximos meses, outros pinguins devem ser encaminhados ao Cempas.

Leão
Recentemente, o Cempas atendeu o caso de um leão, habitante de um mantenedouro na cidade de Garça. De um ano para cá, o animal começou a perder a juba, fator que segundo o professor Carlos Teixeira. “A juba do leão é hormônio dependente. Um leão castrado, por exemplo, tende a perder sua juba. No caso desse animal, pode estar havendo algum desequilíbrio nesse sentido”. Os exames de dosagens hormonais foram feitos na FMVZ. A partir dos resultados haverá a determinação do tratamento adequado.
O leão foi inicialmente encaminhado Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros, em Sorocaba. De lá, foi encaminhado para o Cempas. Através de uma colaboração institucional, dois médicos veterinários desenvolvem seu programa de residência da FMVZ em Sorocaba. O Cempas conta com outros três residentes em Botucatu.
O Cempas se consolida como referência nacional no tratamento de animais selvagens. Em 2011, foram 1750 casos atendidos. “Além dos pinguins e do leão, no último mês tivemos uma leoa e três filhotes de tamanduá-bandeira”, conta o professor Teixeira. “Além de tratar os animais, podemos proporcionar uma formação diferenciada a nossos alunos, que acabam tendo muito contato com casos relativamente raros em clínicas e hospitais veterinários”.
Sérgio Santa Rosa/Notícias UNESP Botucatu.