quarta-feira, 4 de julho de 2012

Serra do Guararu: decreto cria Área de Preservação Ambiental

A Serra do Guararu, na região conhecida como Rabo do Dragão, que compreende o maior conjunto de remanescentes de Mata Atlântica, mangues e restinga de Guarujá, vai se tornar Área de Preservação Ambiental.



O decreto foi assinado no último dia 30 (aniversário da Cidade), durante a cerimônia de entrega da Agenda 21, no Delphin Hotel, pela prefeita Maria Antonieta de Brito. O documento tem como objetivo básico proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso de recursos naturais do local.


A área tem aproximadamente 25,6km² e foi delimitada com base nas cartas planialtimétricas confeccionadas pelo Sistema Cartográfico Metropolitano da Baixada Santista – SCM-BS, da Agência Metropolitana da Baixada Santista – Agem.

Fará parte ainda da Área de Proteção Ambiental Municipal da Serra do Guararu a criação da Estrada Turística na SP-061, devendo sua gestão estabelecer parcerias, principalmente com o Departamento de Estradas e Rodagem – DER/SP, para requalificação e desenvolvimento das atividades turísticas de maneira sustentável. 

A implantação da Área de Proteção Ambiental Municipal da Serra do Guararu será acompanhada de um programa permanente de educação ambiental, a ser desenvolvido pelas Secretarias Municipais de Meio Ambiente e Educação, em parcerias com organizações locais da sociedade civil, cuja orientação e acompanhamento caberão ao Conselho da Área de Proteção Ambiental Municipal.

Área guarda tesouros arqueológicos

As encostas da Serra do Guararu guardam tesouros arqueológicos que levaram o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arquitetônico e Arqueológico do Estado (Condephaat) a tombar a área. Ali, Martim Afonso teria desembarcado, em 1.532, dando início à colonização do Estado de São Paulo. Em 1.550, o português José Adorno ergueu, às margens do Canal de Bertioga, a Ermida de Santo Antônio do Guaibê, capela onde o padre José de Anchieta catequizou os índios tupiniquins, permitindo a convivência pacífica entre os portugueses, à época governados por Tomé de Souza, e os guerreiros nativos. O sítio arqueológico poderá integrar o Parque da Serra do Guararu, juntamente com a Armação das Baleias e o Forte São Felipe, construção que também se encontra em ruínas, apesar de ter desempenhado papel fundamental na segurança da Vila de São Vicente e, mais tarde, do Porto de Santos, contra ataques dos índios tupinambás e de corsários.
Região abriga diversas espécies de animais

Rica em biodiversidade, a Serra do Guararu é considerada o último trecho remanescente de Mata Atlântica intacto em Guarujá. As encostas servem de abrigo para felinos, como a onça parda e a jaguatirica. A vegetação, rica em palmito juçara, funciona como ninhal para tucanos, pica-paus e gaviões de várias espécies. Nas picadas que levam às praias Branca e de Iporanga, a trilha sonora fica por conta de tiés-sangue, saíras de sete cores e maritacas. Embora não exista um estudo específico sobre a área, o gerente de Meio Ambiente da Sociedade Amigos do Iporanga, Ricardo Zuppi, contabiliza relatos da aparição de tamanduás-mirins, bichos-preguiça, veados, pacas, tatus e gambás, além de centenas de espécies características da Mata Atlântica.
com informações da Prefeitura do Guarujá