Placa solar fabricada com fibra de coco custa até R$ 3 mil, incluindo instalação,baterias, lâmpadas e chaves
Fonte: fetraconspar.org.br
Alguns beneficiários do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV) poderão em breve adquirir residências auto suficientes em energia elétrica. É que, usando fibra de coco de praia, o engenheiro mecânico cearense Fernando Alves Ximenes desenvolveu a placa PVT - fotovoltaica e térmica, que capta energia solar e a transforma em eletricidade e água quente, substituindo o chuveiro elétrico. Segundo ele, a Caixa Econômica Federal tem interesse em incluir o aparelho no programa do governo federal.
Com casa piloto em Itaitinga, Caixa Econômica estuda a possibilidade de utilizar a placa fotovoltaica e térmica no programa habitacional "Já estamos com uma casa piloto no município de Itaitinga, para que a Caixa estude a possibilidade de utilizar a placa PVT no Minha Casa, Minha Vida. Para os beneficiários seria excelente, pois eles não teriam que pagar nada a mais e poderiam evitar os gastos com energia todo mês", afirma Ximenes.
De acordo com o engenheiro, com um eventual aval da Caixa Econômica, a previsão é de que a placa PVT chegue inicialmente a 4 mil casas no município de Itaitinga, além de outras 1,5 mil em Tocantins e mais 6 mil no estado do Maranhão.
Capacidade e custos
Fernando Ximenes afirma ainda que a placa desenvolvida por ele é a prova de que é possível utilizar a energia solar para benefício de famílias de baixa renda.
"Uma vez ouvi um diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) dizer que era completamente inviável colocar uma placa de energia solar em uma residência do Minha Casa, Minha Vinda, pois, segundo ele, o custo ficaria em torno de R$ 26 mil por casa. A placa PVT, porém, como é fabricada com uma matéria-prima abundante em todo o Nordeste, tem um valor abaixo de R$ 3 mil, já incluindo instalação, baterias, lâmpadas e chaves", explica. "A expectativa, aliás, é baixar este preço para menos de R$ 2 mil no prazo de um ano", acrescenta.
A placa PVT tem capacidade de produzir até 120 quilowatt-hora (KW/h) por mês. De acordo com Fernando Ximenes, tal produção é mais do que o suficiente para suprir a demanda de uma família de baixa renda, que, segundo ele, consome em média 50 KW/h por mês. "Acho que em breve até alguns membros da classe média acharão viável o uso da placa", comenta o engenheiro.
Sobra de energia vai elevar conta de luz
São Paulo. A conta de luz dos consumidores de energia atendidos pelas 63 distribuidoras do país --como Eletropaulo e Cemig-- vai ficar mais cara nos próximos anos. Além dos habituais reajustes anuais, há outro fator de pressão sobre os preços: a fuga de grandes consumidores para o mercado livre de energia.
O problema mais imediato dessa debandada é o furo no planejamento de compra de energia pelas distribuidoras. Elas compraram energia para um cliente que foi embora. Essa fuga tem gerado a sobrecontratação das concessionárias. Para reduzir o excesso de energia "encomendada", as distribuidoras devolvem contratos de velhas usinas, que têm preço menor. Sobram os contratos mais elevados, encarecendo a aquisição da energia, com reflexo na conta do consumidor.