terça-feira, 7 de setembro de 2010

DIMENSÃO AMBIENTAL


GEE: emissão cresce 7,3%, de 2000 a 2005

Da Agência Ambiente Energia - O país, nos últimos anos, registrou melhorias em alguns indicadores ambientais, mais há ainda um longo caminho a percorrer para ter resultados mais significativos. É o que mostra o retrato traçado pela dimensão ambiental do Indicador de Desenvolvimento Sustentável (IDS), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no dia 1º de setembro. No lado ambiental, são 20 indicadores, divididos pelos temas atmosfera; terra; água doce; oceanos, mares e áreas costeiras; biodiversidade e saneamento.

Segundo o IDS, o total líquido de emissão de gases do efeito estufa no Brasil passou, no período 2000 a 2005, de 2,05 para 2,20 bilhões de toneladas de C02 equivalente, com crescimento de 7,3%. No período 1990 a 1994, teve salto de 1,35 para 1,48 bilhão toneladas de C02 equivalente. O indicador mostra que, de 1990 para 2005, o avanço das emissões foi de quase 40%.

“As atividades relacionadas a mudanças no uso das terras e florestas – que incluem os desmatamentos na Amazônia e as queimadas no cerrado – contribuíram com 57,9% do total das emissões líquidas (emissões brutas menos remoções) de gases de efeito estufa produzidos pelas atividades humanas em 2005″, aponta o IBGE. Em segundo lugar, ficou a agricultura, com 480 milhões de toneladas de C02 equivalente (21%). A produção de energia ficou em terceiro lugar na emissão de gases-estufa, em 2005, contribuindo com 16% do total (362 milhões de toneladas de CO2 eq).

“Isso se deve principalmente à natureza da matriz energética nacional, que tem forte participação de fontes renováveis de energia, com predomínio de hidrelétricas e de biomassa (lenha e biocombustíveis)”, justifica o IBGE.

Na dimensaão econômica, com seus 11 indicadores, o IDS revela que o consumo de energia per capita atingiu, em 2009, 48,3 GJ/hab, mas eficiência do uso não aumentou. De acordo com o IBGE, este foi o segundo maior índice desde o início da série histórica, em 1992, só perdendo para 2008, quando alcançou o patamar de 50 GJ/hab. No entanto, a intensidade energética se manteve estável desde 1995.

“Desde então, o índice oscilou entre 0,209 toneladas equivalentes de petróleo (tep) por R$ 1.000, o menor da série, e 0,213 tep/R$ 1.000, em 2009. O pico foi atingido em 1999, quando o índice alcançou 0,229 tep/R$ 1.000 (quanto menor o valor, maior a eficiência no uso de energia)”, explica o IBGE. O país também ratifica sua força no uso de energias renováveis. O IDS mostra que, em 2009, 47,2% da energia utilizada no Brasil era proveniente de fontes renováveis, contra os 47,6% do início da série histórica em 1992.

“O que se verificou foi um período de queda até 2001, quando o índice chegou a 39,3%, resultado da queda na participação de hidrelétricas, da redução do consumo de lenha e carvão vegetal e do aumento da participação do gás natural na matriz energética brasileira. Já o crescimento a partir de 2002 (41%) se deveu principalmente ao aumento da utilização de biomassa (cana-de-açúcar), e em menor escala das chamadas fontes alternativas, como energia solar, eólica, biogás, entre outras”, destaca o IBGE, baseada em dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).