A biodiversidade pouco conhecida do Pampa
            Ana Flora Caminha/MMA
 
Restrito ao estado do Rio Grande do Sul, o bioma 
Pampa  não era reconhecido oficialmente como bioma até 2004, quando entrou  para o Mapa de Biomas Brasileiros, uma parceria do Instituto Brasileiro  de Geografia e Estatística e do Ministério do Meio Ambiente. Pastagens,  campos, pecuária e agricultura são imagens comumente identificadas com o  bioma Pampa. Poucos sabem, no entanto, que a área de 700 mil km2,  dividida em quatro países - Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai -,  guarda uma grande e rica biodiversidade, com flora e fauna próprias.  Estimativas indicam valores em torno de 3000 espécies vegetais, mais de  100 mamíferos e quase 500 espécies de aves.
Pampa  não era reconhecido oficialmente como bioma até 2004, quando entrou  para o Mapa de Biomas Brasileiros, uma parceria do Instituto Brasileiro  de Geografia e Estatística e do Ministério do Meio Ambiente. Pastagens,  campos, pecuária e agricultura são imagens comumente identificadas com o  bioma Pampa. Poucos sabem, no entanto, que a área de 700 mil km2,  dividida em quatro países - Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai -,  guarda uma grande e rica biodiversidade, com flora e fauna próprias.  Estimativas indicam valores em torno de 3000 espécies vegetais, mais de  100 mamíferos e quase 500 espécies de aves.Com uma área original no território  brasileiro de 176,5 mil km2 , a vegetação nativa do Pampa vem sofrendo  uma supressão sistemática e histórica pela expansão agrícola, que se  iniciou nos anos 1970, estende-se até os dias de hoje e se agrava  atualmente com os reflorestamentos de espécies exóticas plantadas para a  fabricação de papel. Segundo dados do IBGE, de 1970 a 1996, as áreas de  campos diminuíram de 14 para 10,5 milhões de hectares, uma conversão de  25%. De acordo com os dados do inédito Projeto de Monitoramento do  Desmatamento dos Biomas Brasileiros por Satélite, já foi suprimida 54%  da área original do Pampa. Entre os anos de 2002 e 2008, foram perdidos  364 km2  1,23% da área original do bioma.
Representando 2,07% do território  nacional e cerca de 63% da área do estado gaúcho, o Pampa tem quatro  paisagens predominantes, sendo o planalto da campanha o mais  reconhecido: relevo suave ondulado coberto por gramíneas e usado como  pastagem natural, pastagem manejada e para atividades agrícolas,  principalmente o cultivo de arroz, que precisou drenar grandes áreas  alagadas.
Outra atividade econômica  característica do Pampa é a pecuária que, segundo o último Censo  Agropecuário Brasileiro (IBGE, 2006), cobre 44% da cobertura vegetal do  Rio Grande do Sul, o que equivale a 70% do total da área destinada à  pecuária na região sul. São dois tipos de pastoreio:  o intensivo e o  extensivo. O intensivo contribui para a degradação dos campos,  acelerando o processo de arenização em boa parte do estado. Já a criação  de gado extensiva, atividade que acontece desde o século 17, é a  própria imagem da cultura gaúcha e contribui para a manutenção e  preservação da vegetação, ajudando a manter a integridade dos  ecossistemas campestres, com uma linha tênue que separa o uso  sustentável da degradação. 
Conservação da biodiversidade - A  conservação da biodiversidade contribui para a manutenção de áreas de  nascentes nas regiões de campo, dos mananciais hídricos e das áreas de  recarga do aquífero Guarani. A descoberta recente de novas espécies de  peixes e crustáceos em corpos dágua inseridos na região dos campos do  Rio Grande do Sul vem corroborar a importância da manutenção de tais  áreas, uma vez que ainda há organismos desconhecidos. 
Segundo dados da atualização das Áreas e  Ações Prioritárias para a Conservação, Uso Sustentável e Repartição de  Benefícios da Biodiversidade, apenas 3,6% das  áreas prioritárias estão  sob algum tipo de proteção - unidades de conservação ou terras  indígenas. Recentemente, MMA e Instituto Chico Mendes de Conservação da  Biodiversidade - ICMBio concluíram estudos e audiências públicas para  criação de três novas unidades de conservação de proteção integral nos  Campos Sulinos: Parque Nacional do Campo dos Padres (SC), com cerca de  56.000 hectares, Refúgio de Vida Silvestre do Rio Tibagi (PR), com  23.100 hectares; e Refúgio de Vida Silvestre do Rio Pelotas (RS/SC), com  262.000 hectares. Outras iniciativas importantes para o uso sustentável  do bioma Pampa são o turismo rural, o turismo de aventura e o turismo  ecológico, assim como a atividade agropecuária, indissociável da cultura  local. 
    ASCOM