quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O DIFÍCIL CAMINHO DA SUSTENTABILIDADE

Pesquisadora apresenta o vicioso ciclo da insustentabilidade
Consumo desenfreado gera maior quantidade de resíduos (Foto: Divulgação)

 
Querer sempre o mais novo modelo de aparelho celular, o carro do ano ou até mesmo a cor de cabelo da moda são algumas manias comuns da sociedade, que num primeiro momento parecem simples, mas que na verdade são responsáveis pelo que os pesquisadores estão chamando de o “ciclo vicioso da insustentabilidade”.

Basta acompanhar por uma semana a quantidade de garrafas PET e de sacolas plásticas consumidas para constatar que o resultado é assustador, e se multiplicarmos pelo consumo em todo o globo a situação fica mais crítica.

Devido ao frenético aumento do “estilo de vida consumista” estar em evidência no cenário mundial, o termo sustentabilidade (do latim cuidar, proteger), surge com o objetivo de estimular um consumismo consciente. “A questão é a sobrevivência do nosso planeta, é preciso sabermos que esta mudança de mentalidade começa com cada um de nós no cotidiano, em nossa postura diante do meio ambiente”, frisou a Analista em Ciência e Tecnologia do Inpa e mestranda em Desenvolvimento Regional da Ufam, Fernanda Moraes.

O ciclo de insustentabilidade segue uma dinâmica semelhante ao da cadeia alimentar, cada ser vivo depende do outro para sua perpetuação, como no conhecido efeito dominó, que começa com um indivíduo e acaba por interferir no todo.

“Este ciclo começa quando se adquire bens de consumo pelo simples impulso do ter, ainda que não seja de extrema necessidade. A consequência é uma intensa extração da natureza pelo sistema econômico, sem o tempo apropriado para que ela possa se recompor”, disse a pesquisadora, durante sua apresentação na programação de palestras da 7ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, realizada em Manaus na última semana.

O fato da exigência do consumismo humano prevalecer sobre o meio ambiente está nos resultados das conferências internacionais, para definir os rumos da emissão de gás carbônico. “É preciso fazer alguma coisa em  conjunto, se isso acontecer os resultados serão significativos para esta e as próximas gerações”, declarou Moraes.
Foto: Consumo desenfreado interfere no meio ambiente (Ricardo Oliveira) 

Margarete Rocha e Ulysses Varela– Agência Fapeam