sexta-feira, 22 de outubro de 2010

PALESTRA NA UFMG

Impacto da mineração sobre os recursos hídricos é tema de palestra nesta sexta

DA UFMG
  “Não podemos mais poluir e depois limpar a sujeira.” Para a professora Virgínia Ciminelli, do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Escola de Engenharia da UFMG, mais importante que recuperar o que já foi poluído é modificar os atuais processos industriais de modo que estes se tornem mais eficientes.

 

A pesquisadora, que coordena o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) – Recursos Minerais, Água e Biodiversidade, participa nesta sexta-feira, 22, do Seminário Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável, um dos eventos da semana UFMG Conhecimento e Cultura.

Um dos nomes mais importantes da área, Ciminelli vai abordar o tema Mineração, recursos hídricos e biodiversidade. “Vivemos no quadrilátero ferrífero. O desenvolvimento econômico em Minas é altamente dependente do setor mineral”, ela contextualiza. A pesquisadora ressalta, no entanto, que apesar de esse ser um setor que causa bastante impacto sobre as águas, ainda não é o principal responsável pela poluição dos recursos hídricos no estado. Em primeiro lugar vem o esgoto, seguido da agroindústria. 

“Um dos trabalhos desenvolvidos no INCT é o diagnóstico do impacto, para tentar separar o que é impacto causado pelo esgoto, pela mineração e pela agroindústria”, explica. A partir disso, o Instituto sugere modificações nos processos industriais, como a recirculação da água. Isso significa, para a empresa, reutilizar a água, em vez de descartá-la. “A empresa usa a água e capta de volta, não joga fora. E quando joga tem que atender aos requisitos da legislaçao”, diz Ciminelli.

Outro papel do INCT é propor medidas para recuperar o que já foi poluído. “Quando falamos em conservação, precisamos caracterizar, avaliar os impactos que colocam em risco a biodiversidade”, constata, lembrando que, como as Minas estão ficando maiores, os impactos não se restringem mais a regiões, em vez disso avançam por territórios. 

Mas o que a pesquisadora aponta como desafio mais “ambicioso” de sua equipe é mudar a cultura da sociedade. “No passado, poluir era desenvolver, porque se pensava que os recursos eram infinitos.” Por isso, um dos objetivos do INCT é influenciar a educação em todos os níveis. “Se você não começa a mudar pelas crianças, nada muda”, avalia. 

A palestra está marcada para 9h e será realizada no auditório 1 da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG.